Com uma aposta para um futuro mais sustentável, com menos poluição e sem barulho, começou a circular no Espírito Santo o primeiro ônibus rodoviário 100% elétrico do Brasil.

As viagens fazem parte de um projeto-piloto de 18 meses que começou no final de 2020 com as empresas Vix Logística, EDP, WEG e Certi, para avaliar o custo-benefício e se será possível a ampliação da operação. O investimento é de R$ 6,6 milhões.

Ônibus elétrico no Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Neste período teste, os ônibus elétricos foram incorporados à frota da Vix e atendem viagens fretadas de curtas e médias distâncias para empresas dos municípios de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, e Anchieta, no Sul do estado.

Isso acontece porque os ônibus elétricos, diferentes dos tradicionais que são abastecidos com diesel, recebem cargas de energia elétrica e a armazenam em seis baterias de lítio que compõem a estrutura do motor. Estas baterias permitem que eles andem de forma autônoma por até 350 quilômetros. A recarga completa demora cerca de quatro horas.

Ônibus é recarregado com energia no ES — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

O custo de operação de um ônibus elétrico, segundo o presidente da Vix, Kaumer Chieppe, é três vezes menor que de um veículo movido a diesel e a necessidade de manutenção também é 60% menor.

“O custo operacional é mais baixo, mas o fato do custo de aquisição ser alto traz uma dificuldade para se popularizar. Mas é o futuro. Estamos trazendo pra gente conhecer e trazer mais pra nossa frota, na medida que os custos vão ficando mais interessantes”, disse.

Para dirigir o ônibus, os motoristas também passaram por um treinamento. Com 25 anos de trabalho, José Agostinho Picoli contou que nunca tinha dirigido um veículo elétrico.

“A tecnologia é fora de série. Eu achei que pararia de trabalhar e não iria dirigir um carro desse tipo”, declarou o motorista.

Motorista foi treinado para operar veículo elétrico — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O professor de engenharia elétrica Walbermark Marques, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), explicou que o maior desafio é reduzir os custos de produção das baterias.

“Existem várias tecnologias estudadas, como a de lítio, a de grafeno que algumas universidades estão pesquisando, mas isso é o que encarece os carros elétricos”, disse.

Popularização de veículos elétricos

De acordo com o professor, alguns países já têm metas desafiadoras a curto prazo de substituição da frota de veículos a combustível por elétricos, que tem como a principal vantagem o fato de não emitirem poluentes.

No entanto, ele afirma que no Brasil é necessário investimento tecnológico para que eles se popularizem.

“A gente pode sim pensar num futuro com mais carros elétricos principalmente nos grandes centros urbanos. Alguns países já têm metas desafiadoras, em 2050, ir eliminando os veículos a combustão. Mas toda a cadeia tem que avançar”, informou Marques.

Atualmente, os veículos elétricos representam 0,05% da frota total do Espírito Santo. São mais de dois milhões de automóveis a combustível, contra pouco mais de mil elétricos.

Um desses veículos no estado é do estudante de Ciências Contábeis Vitor Maestri, que comprou uma moto no início do ano. A bateria é portátil, então quando precisa recarregar, ele leva para casa e faz isso em uma tomada comum.

“Eu me locomovo por toda Vitória em pouco espaço de tempo. Eu não gasto gasolina e ajudo o meio ambiente. Consigo fazer tudo que eu desejo”, contou o estudante.

Estudante comprou moto elétrica e abastece veículo em tomada comum — Foto: Reprodução/TV Gazeta

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