O nicho mais aquecido do mercado é também o que mais terá lançamentos. Conheça os dez principais e saiba por que vale a pena esperar mais um pouco por eles antes de tomar uma decisão de compra.
Chevrolet Tracker
Chevrolet Tracker vai começar a ser produzido por volta de fevereiro do ano que vem. Tudo o que sabemos sobre o modelo está aqui. Entretanto, o lançamento comercial será no início do segundo trimestre, possivelmente em abril, conforme indica uma fonte.
Produzida em São Caetano do Sul (SP), a nova geração do SUV substitui com vantagem a atual, trazida do México. O Tracker novo é um pouco maior: 4,27 m de comprimento e 2,57 m de entre-eixos, contra 4,25 m e 2,55 m de antes. Porém, o espaço para passageiros é mais bem aproveitado e o porta-malas passou de 306 l para 360 litros.
Outro grande ponto de mudança diz respeito aos motores.O 1.0 turbo de 116 cv do Onix está confirmado, mas há um inédito propulsor mais forte, um 1.2 turbo, que será o primeiro a ser testado pelos jornalistas. O preço vai variar na faixa de R$ 90 mil a R$ 120 mil, valores estimados.
O lado bom de ser lançado depois é que o modelo da GM já veio com a atualização de software para combater o risco de quebra do motor 1.0 turbo e também do incêndio subsequente, um problema do Onix Plus que gerou recall e ampla cobertura jornalística.
O Tracker é feito sobre a mesma base GEM do hatch e do sedã. Deles vêm o design interior e o padrão de acabamento.
No segmento dos compactos, o novo Chevrolet vai encantar pela conectividade, com conexão 4G de série (há mensalidade e pacotes diferentes de dados). E também pelo OnStar, sistema com vários serviços disponíveis ao toque de um botão, de concierge a rastreamento em caso de roubo.
Renault Duster
Prevista para o primeiro semestre do ano que vem, a segunda geração do Duster passou pelo mesmo problema do Sandero: o modelo manteve a base do original, sem muitas alterações. Somente o para-brisa foi deslocado para a frente. O uso da estrutura antiga (e outros detalhes) prejudicou um pouco o SUV de origem romena no teste do Latin NCAP — foram quatro estrelas para adultos e três para crianças.
Além do conhecido motor 1.6 aspirado, o novo Duster terá o 1.3 TCe turbo de injeção direta, que vai render mais de 130 cv no país e terá amplo torque em baixa. Mas, segundo fonte da Renault, o turbo virá apenas em 2021.
Entre os itens, há ar-condicionado digital, chave presencial tipo cartão (a mesma do Captur), câmera de 360 graus e alerta de ponto cego. Ponto fraco do anterior, a ergonomia avançou graças ao ajuste de altura e de profundidade do volante.
O entre-eixos de 2,67 m é um dos maiores entre os SUVs compactos e ajuda a levar cinco adultos. O porta-malas de 478 l também é dos bons.
Citroën C5 Aircross
A Citroën afirmou que trará o C5 Aircross em 2020. O SUV médio é parente próximo do Peugeot 3008, com o qual divide plataforma. Ainda não temos confirmação sobre a motorização, mas o mais provável é que o novo utilitário adote o conhecido motor 1.6 THP e câmbio automático de seis marchas, no lugar do ajuste de 180 cv e da caixa de oito velocidades usados na Europa.
De qualquer forma, o C5 Aircross impressionará pelo conjunto. O design entrega o parentesco com o Cactus, embora o visual seja mais sofisticado em pontos como as lanternas.
O espaço interno é bom graças ao entre–eixos de 2,73 metros, ótimo para o porte de 4,50 m. Há três bancos individuais na traseira, à maneira das minivans. Instalados sobre trilhos, eles podem ser deslocados em até 15 centímetros para a frente ou para trás. O porta-malas é enorme: comporta 580 litros.
A tecnologia será de alta qualidade como é no SUV da Peugeot, com painel digital de 12,3 polegadas, controle de cruzeiro adaptativo (capaz de seguir o trânsito sozinho) e assistente de permanência em faixa.
Audi Q3
A segunda geração do Audi Q3 chegará ao Brasil importada em março de 2020. Mas o SUV médio, em um segundo momento, será feito na fábrica de São José dos Pinhais (PR), como era o anterior.
A marca alemã já promoveu um teste do carro no Brasil (confira a avaliação).
Em construção, a antiga plataforma PQ35 deu lugar à base MQB. A mudança permitiu ampliar bem o espaço. O entre-eixos de 2,68 m é 7,7 cm maior do que o do antecessor.
Os bancos traseiros são deslizantes, recurso que torna possível o reposicionamento em 15 cm. Isso ajuda a dar mais vão para os passageiros ou para o bagageiro, que varia de 530 litros a 675 l.
Os modelos importados podem ter o 2.0 turbo em duas faixas de rendimento: 190 cv ou 245 cv, este último capaz de levar o SUV de zero a 100 km/h em 6,5 segundos.
Provavelmente, o ajuste menos potente deverá vir apenas com tração dianteira, já o mais forte será sempre quattro.
Entre suas tecnologias, o Q3 recebeu o pacote de segurança semiautônomo devido pelo original. O painel digital pode ter até 12,3 polegadas e faz dupla com a moderna central multimídia de 10,25 polegadas.
Land Rover Defender
Só há um SUV mais tradicional que o Defender: o Jeep. O antepassado histórico do Land Rover inaugurou a linhagem da marca em 1948, apenas sete anos depois do utilitário norte-americano.
Para os brasileiros, o Defender desperta outra nostalgia, pois o modelo foi montado em São Bernardo do Campo (SP) entre 1998 e 2005.
A ansiedade é grande: o carro deixou de ser feito em 2016 e voltou na nova geração, apresentada em setembro no Salão de Frankfurt. O britânico será lançado no Brasil até o primeiro semestre do ano que vem.
Já está inclusive no site brasileiro do fabricante, conforme revelado por Autoesporte. E foi flagrado recentemente no Brasil.
Embora as motorizações diesel sejam a grande paixão dos jipeiros, o único motor disponível no configurador é o P300, um 2.0 turbo a gasolina de 300 cv (como indica o nome). Ele leva o Land Rover de zero a 100 km/h em bons 8,1 s.
Calma, o jipão ainda vai demorar um pouco para ser lançado por aqui, então os diesel 2.0 turbo de 200 cv e 240 cv devem ser oferecidos no Brasil.
O estilo retrô modernizado é um dos destaques do Land Rover. Há duas opções de tamanho: o Defender 90 é para cinco pessoas e o 110, para sete. E o interior é high tech.
Mercedes-Benz GLB
Mercedes-Benz GLB tem a mesma plataforma do GLA, mas uma missão bem diferente: transportar sete pessoas. O SUV deve encantar ainda pelo preço, abaixo do GLC. Você pode esperar por algo próximo dos R$ 200 mil, o que deixará o modelo em vantagem diante do Land Rover Discovery Sport, um dos raros rivais com três fileiras de bancos.
Bem parecido com o carro-conceito, o GLB tem formas quadradinhas. Isso o ajuda a exibir aquele ar robusto esperado de qualquer SUV.
Com 4,62 m de comprimento, o Mercedes é um médio na prática. A cabine é ampla, no que ajudam os 2,83 metros de entre-eixos. O porta-malas segue o mesmo caminho e carrega até 560 litros.
Batizada como GLB 200, a versão básica tem o mesmo motor 1.3 turbo presente no novo Classe A. Desenvolvido em conjunto com a Renault, o quatro cilindros gera 150 cv e vem casado sempre com o câmbio automático de dupla embreagem e sete marchas, um conjunto capaz de levar o SUV aos 100 km/h em 9,1 s.
Na outra ponta estará o Mercedes-AMG GLB 35, cujo 2.0 turbo gera 306 cv e o faz disparar até os 100 km/h em 5,2 s. Aqueles que têm menos pressa podem ficar com o GLB 250 2.0 turbo de 224 cv, capaz de fazer o mesmo em 6,9 s.
A configuração virá com tração integral 4Matic, que reparte a força eletronicamente entre os dois eixos e pode dividir a proporção em 50% para a dianteira e 50% para a traseira como um bloqueio. Ou seja, o SUV será fora de estrada. Até nisso ele é diferente do GLA.
Ford Territory
A Ford vai lançar três SUVs médios no Brasil. Confirmado para o início de 2020, o Territory será o primeiro deles e fará o papel de mais acessível do trio, composto ainda pelo Escape híbrido plug-in e pelo belo Adventurer (nome ainda não confirmado).
O utilitário é derivado do chinês S330, feito pela parceira Yusheng. O motor será o 1.5 Dragon turbo.
Um flagra publicado pelo site Auto Realidade deixa à vista o símbolo com o número 145 cv, potência gerada pelo tricilíndrico. O torque de 22,9 kgfm chega a apenas 1.500 rpm.
Com preços de entrada entre R$ 120 mil e R$ 130 mil, o Territory terá versões mais equipadas em uma fatia superior. Entre os itens oferecidos está o controle de cruzeiro adaptativo, tecnologia presente nas versões do Jeep Compass mais próximas dos R$ 200 mil.
Além do preço competitivo, outro argumento de vendas será o bom espaço. O Territory tem 4,58 metros de comprimento e 2,71 m de entre-eixos, distância bem superior aos 2,63 m do Compass. O porta-malas é razoável, com 425 litros, 15 l a mais que o do Compass.
Caoa Chery Tiggo 8
Tiggo 8 é o último membro da linha de SUVs da Caoa Chery e será lançado no Brasil em maio. A fabricação será em Anápolis, Goiás. O preço inicial pode ficar mais próximo dos R$ 150 mil, uma fatia desatendida de utilitários para sete pessoas.
O SUV é bem maior que o Tiggo 7. São 4,70 m de comprimento e 2,71 m de largura, comparados aos 4,50 m e 2,67 m do parente menor, o que permitiu abrir espaço para três fileiras de assentos.
Para levar numa boa o porte e peso extras, o Tiggo 8 também vai ter motorização diferente dos Tiggo 5 e 7: um 1.6 turbo que gerará mais potência e torque do que os 150 cv e 21,4 kgfm gerados pelo 1.5 turbinado dos demais.
Lá fora, são 197 cv e 29,6 kgfm, números que podem ser um pouco melhores no Brasil após a adoção do sistema flex de alimentação.
Esperamos que o carro venha na versão reestilizada, dotada de faróis de LED mais finos e detalhes como novos para-choques e luzes de neblina. O bom custo-benefício será fortalecido pelo pacote de itens.
No exterior, há até ajuste com memória para bancos, retrovisores, sistema de som e ar-condicionado.
Até aí, nada de mais. Mas o Chery aciona esses parâmetros individuais por meio de uma câmera com reconhecimento facial.
Teto solar panorâmico, ar-condicionado de duas zonas e som premium fazem parte dos itens da versão mais completa — serão duas versões. Além disso, o carro terá 5 anos de garantia.
Volkswagen Tarek
Podemos chamar o Tarek de Compass da VW. A marca já confirmou que o utilitário começará a ser feito na Argentina ainda em 2020 e que os jornalistas poderão ter um primeiro contato na ocasião (primeiras impressões aqui), mas não fique frustrado se o lançamento comercial no Brasil ficar para o primeiro trimestre de 2021.
Como Autoesporte não conseguiria esperar tanto, publicamos uma avaliação exclusiva do modelo feita na China. O SUV agradou em pontos como o espaço interno parecido com o do Tiguan.
Porém, o porte está mais para Jeep: são 4,45 m de comprimento e 2,68 m de entre-eixos.
Em um primeiro momento, o VW será vendido apenas com motor 1.4 TSI de 150 cv e câmbio automático de seis marchas. Ele chegará a tempo de pegar o Compass com propulsor 1.3 turbo. Até nisso eles são parecidos.
Mas, segundo apuramos, o estilo do Tarek vendido por aqui será diferente. O SUV vai ousar mais nas porções dianteira e traseira, além de ter alterações no interior. Outro ponto: até o nome pode mudar.
Volkswagen Nivus
Volkswagen já tem dois SUVs em sua gama, mas a linha de utilitários ganhará tantos modelos que resolvemos fazer uma matéria especial sobre isso. O Nivus será o crossover derivado do Polo e ficará abaixo do T-Cross.
O VW já está nos últimos testes e as unidades de Verifica Processo (iguais aos carros de produção) rodam nas ruas. A fábrica de Taubaté, interior de São Paulo, está em fase de adaptação. O lançamento comercial será em abril do próximo ano.
Do hatch vem a distância entre-eixos de 2,56 m, bem menor do que os 2,65 m do T-Cross, cuja medida é compartilhada com o Virtus.
Isso deve limitar o espaço a quatro ocupantes. Por sua vez, o porta-malas pode ter volume um pouco maior do que 300 litros, tamanho suficiente para o porte compacto.
Embora seja semelhante ao Polo em muita coisa, o estilo é bem diferente e adota um jeito cupê na queda de teto em arco — mas não chega a ser um. Além disso, tem lanternas que invadem mais as laterais, parecidas com as adotadas pelo Virtus.
Por ora, foi revelado apenas a imagem acima, que deixa claro que o VW será mais do que um Honda WR-V, crossover que manteve a estrutura do Fit em quase tudo, com exceção da suspensão, do capô elevado, dos para-choques e de detalhes como rodas e acabamento dos bancos.
Contudo, a motorização dos Nivus mais baratos será um pouco mais fraca que a do Polo, cujo 1.0 TSI desenvolve 128 cv e 20,4 kgfm (com etanol), reservado apenas para os automáticos.
Segundo o jornalista Douglas Mendonça, colaborador de Autoesporte, o T-Sport manual terá 116 cv e 17,3 kgfm, ainda um pouco distante do ajuste do up! (105 cv e 16,8 kgfm).
Será o suficiente para se destacar em uma faixa de preço dominada ainda pelos aventureiros. Com mais personalidade, o Nivus não terá preço acima dos concorrentes top de linha. Podemos esperar por valores de partida na casa dos R$ 70 mil.