Em agosto, o presidente americano Joe Biden divulgou um plano ambicioso de renovação da frota automobilística dos EUA: metade dos carros a serem vendidos até 2030 no país terão de ser zero emissão, ou seja, elétricos, híbridos, ou movidos a hidrogênio.
Para tal, liberou um financiamento de 7,5 bilhões de dólares, que deve servir, principalmente, para construir uma rede nacional de 500.000 estações de carregamento de veículos elétricos de alta velocidade até a próxima década — atualmente, existem cerca de 43.000 estações de carregamento, de acordo com o Departamento de Energia dos EUA.
Mas isso resolveria apenas uma parte do problema, já que para os motoristas ainda existe o entrave da longa pausa para uma carga completo dos veículos. Mas, neste sentido, há uma inovação que deve revolucionar a viabilização dos veículos elétricos: estradas que carregam o carro durante a viagem, usando uma tecnologia conhecida como carregamento indutivo.
Em julho, o Departamento de Transporte do estado de Indiana e a Universidade Purdue anunciaram planos para desenvolver os primeiros quilômetros de rodovias com carregamento sem fio do mundo.
O projeto de testes, que usará uma tecnologia desenvolvida pela empresa alemã Magment, vai adicionar pequenas partículas de ferrita reciclada – uma cerâmica feita pela mistura de óxido de ferro misturado com lascas de elementos metálicos, como níquel e zinco – a fim de criar uma mistura de concreto que é magnetizada por corrente elétrica.
Com o composto eletrificado, cria-se um campo magnético, alimentado por bobinas que ficam enterradas e que transmitem energia sem fio para o veículo. Por cima desta camada de transmissão, vai o concreto ou asfalto normais.
Nos próximos dois anos, uma vez que a tecnologia seja validada nos testes de laboratório, o Departamento de Transporte de Indiana deve partir para a prática, mas, até lá, parar ao lado da tomada para carregar um carro ainda será a cena mais comum.