A não utilização de combustíveis fósseis é uma decisão das montadoras nos países desenvolvidos, num cerco a poluição ambiental. Atualmente, os veículos híbridos, com motores a combustão e elétrico integrados, são os modelos mais vendidos mundialmente e já circulam no Brasil.
Exemplo de opção limpa, o etanol tem produção mundial restrita, longe dos mercados mais sólidos, que apostam na eletrificação. O presidente da Siemens do Brasil, André Clark, avalia se o etanol pode deixar de ser utilizado.
“Pode, sem dúvida nenhuma. Pode ser que o etanol seja usado para outras coisas, em outras regiões mas, sem dúvida nenhuma, nas grandes cidades – e o Brasil é um país de grandes cidades – ali a competição com o sistema elétrico vai ser bastante complicada. Nessa competição, acredito que na próxima década deve vir um espaço bastante significativo do carro elétrico entrando nessa matriz e, portanto, um repensar do etanol”, afirma.
Oo professor Roberto Brandão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), considera que essa mudança virá apenas em longo prazo. “No futuro, pela eficiência, é provável que o elétrico puro acabe dominando, mas a gente não sabe como que essa indústria vai evoluir. Vai depender do consumidor, depender dos preços dos produtos. É tentador um carro híbrido, numa primeira fase, porque você sabe que pode ir para onde quiser, o elétrico a gente agora que está colocando eletropostos. Se pensar nos próximos dez, 20 anos, vai ter espaço para carro elétrico e vai ter espaço para etanol”, explica.
No Brasil, o carro elétrico mais barato custa R$ 120 mil. Recentemente, foi lançado o primeiro híbrido, produzido no país, com a opção de receber o etanol.
De janeiro a agosto, a frota brasileira elétrica cresceu 38%, mas a base ainda é pequena, de 11 mil para 15 mil veículos. Analistas avaliam que ,em 2035, os elétricos representem 5% da frota no país, com vendas anuais de 180 mil unidades.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos