Terminou domingo passado a Cúpula do Clima (COP-25), da
Organização das Nações Unidas, realizada em Madri. A preocupação permaneceu sendo
as emissões mundiais de gás carbônico (CO2) que a maioria dos
cientistas aponta como responsável pelo aquecimento do planeta e consequentes
mudanças climáticas. Todos os países teriam de fazer um esforço gigantesco para
limitar esse aumento de temperatura a 1,5 °C até o fim do século.

Embora os transportes terrestres não sejam a única – nem a
principal – fonte de CO2, há certa “perseguição” ao automóvel. O
problema é tão complexo que, mesmo a COP-25 se estendendo por dois dias além do
programado, não se chegou a consenso de como financiar globalmente os enormes
gastos decorrentes das metas. Nem reunindo cerca de 200 países, apareceu a
fórmula aceitável por todos.

O impacto sobre a indústria automobilística mundial ocorre
de modo implacável, mas alguns países têm posições dúbias ou irreais. Os EUA
são o único fora do acordo do clima, embora seja o maior emissor. A China apoia
e até toma decisões em favor das limitações, mas ainda está longe de gerar bastante
energia elétrica isenta de carbono. Índia, quase tão populosa como a China, não
demonstra compromisso relevante.

Existem mecanismos financeiros compensatórios, a exemplo de compra
e venda de créditos de carbono. Os países teriam de se ajudar mutuamente, mas o
grande problema é precificar e decidir quem paga e quem recebe. O Brasil até
aparece bem na foto. Na próxima semana, começa o programa Renovabio. Os
primeiros créditos de carbono para comercialização (Cbio) estarão disponíveis
no início de 2020.

Na safra 2019/2020 o País produzirá 33,5 bilhões de litros
de etanol hidratado e anidro (para mistura à gasolina). Trata-se de volume
recorde e corresponde a quase 50% de participação no abastecimento da frota de
veículos leves. O mais importante: redução de 80 milhões de toneladas de CO2
equivalente, em um ano.

No entanto, algum ruído surge agora quanto às emissões de
gases poluentes regulados: óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos (HC) que
combinados geram ozônio em baixa altitude. É um gás irritante das vias
respiratórias. O Brasil tem um programa rigoroso de controle, o Proconve. A partir
de 2025, exigirá cortes severos desses subprodutos da combustão para gasolina e
etanol.

Alguns afirmam que até 2030 não haverá tecnologia para o
etanol atender ao Proconve e preconizam o abandono gradual deste combustível. Entretanto,
existem meios conhecidos de limitar NOx e HC, na gasolina e no etanol, a preço
razoável. Quem tem engenharia mais concentrada no exterior, parece mostrar
menos interesse em desenvolver motores para o Brasil.

Há quem defenda transição mais acelerada para carros elétricos a bateria. O motor a etanol seria, então, um estorvo. Mas esquecem do balanço de CO2 em que nosso combustível vegetal é altamente competitivo, a preço menor e sem mudar infraestrutura.

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ALTA RODA

DEPOIS do “nada
contra” do governo francês (sem poder de veto, mas poderia atrapalhar) e apenas
seis semanas de negociações, PSA e FCA assinaram o memorando de fusão para
criar o quarto maior conglomerado de marcas do mundo, atrás de dois grupos, VW
e Toyota, e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Valor de mercado em bolsas
(US$ 46 bilhões) supera o da Ford. Toyota é a maior em valor.

FORD também
entrou na onda de anunciar número de lançamentos e “ações de produto” que são
apenas versões especiais. Além do Mustang Black Shadow apresentado agora (R$
328.900), contabiliza outros oito em 2020. Confirmado é o SUV médio Territory;
há chance para estreias do Escape híbrido e Ranger Raptor. As demais são iniciativas
de menor impacto.

NADA MENOS de 20 modelos e versões
despediram-se do mercado brasileiro ao longo de 2019. Outros cinco permanecem
na “UTI” e serão descontinuados em breve. Por outro lado, o ano que termina foi
marcado por mais de 20 lançamentos de veículos inteiramente novos entre
nacionais e importados de várias origens. Uma das maiores safras de inéditos de
todos os tempos.

KIA CERATO deu um salto em estilo, sem perder
ótima relação preço-benefício. Novo motor de 2 litros flex (167 cv/etanol),
câmbio automático de seis marchas e quatro modos de controle do Sport ao Smart
(grava o modo de dirigir prevalecente do motorista) garantem agilidade surpreendente
em qualquer condição. Central multimídia com tela de 8 pol. é das mais fáceis
de operar.

A tecnologia acabará com as fichas de perfil de seguro e permitirá acompanhar a utilização real do veículo para avaliar todos os riscos que precificam a apólice. Além disso, segundo Amit Louzon, CEO da Ituran, empresa especializada em rastreamento, novos algoritmos conseguem reduzir de 55 para 26 minutos o tempo de localização de carros furtados ou roubados.

Fernando Calmon - Publicidade

[Foto: Fernando Calmon]

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