A eletrificação dominou o Ranking Folha-Mauá 2022. Modelos híbridos ou 100% elétricos ocuparam as primeiras colocações no geral, com direito a novo recorde.

O Porsche Taycan Turbo S se tornou o carro mais rápido já avaliado pela Folha em parceria com o IMT (Instituto Mauá de Tecnologia).

O sedã elétrico partiu do zero e chegou aos 100 km/h em 2,8 segundos. O resultado só é possível com o uso do “launch control” (controle de largada).

Funciona assim: o motorista pressiona os pedais de freio e de aceleração ao mesmo tempo e espera um círculo luminoso se fechar no painel. Depois basta liberar o freio para que o carro arranque como se não houvesse amanhã.

A combinação dos dois motores elétricos gera o equivalente a 761 cv de potência, e o Taycan é capaz de rodar cerca de 400 km com uma carga completa de suas baterias.
A chegada do Porsche abastecido na tomada ao topo do Ranking Folha-Mauá é também um sinal dos tempos.

Na edição publicada em 2021, apenas um entre os 82 carros avaliados era elétrico, o Jaguar I-Pace. Esse número saltou para 12 em um universo de 81 automóveis testados para o ranking atual.

Mas os automóveis 100% elétricos ainda são exceções no mercado brasileiro, e dependem de alguns fatores para se tornarem mais populares. A começar pelo preço: o Taycan Turbo S, por exemplo, custa R$ 1,2 milhão. O modelo mais em conta da categoria é o Caoa Chery iCar, oferecido por R$ 145 mil.

“A tecnologia será desenvolvida de acordo com as necessidades de legislação, mercadológicas e disponibilidade de infraestrutura”, diz Everton Lopes, diretor de tendências tecnológicas da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).

“A longo prazo, todos os países caminharão para a eletrificação em algum grau, seja o puro elétrico ou o híbrido. No entanto, para o Brasil em qualquer que seja o caminho, a tendência é utilizar a combinação com biocombustíveis, o que chamamos de bioeletrificação”, afirma o especialista.

Como os testes são feitos

Para aferir o desempenho dos carros, o IMT (Instituto Mauá de Tecnologia) utiliza o V-Box, equipamento que usa sinal de GPS.

Os testes de aceleração e retomada são feitos na pista da empresa ZF, em Limeira (interior de São Paulo).

A etapa que verifica o consumo na cidade tem 27 km. Para simular um percurso rodoviário a 90 km/h, os engenheiros dirigem por 31 km. Ambos os trajetos ficam em São Caetano do Sul (ABC), onde está a sede do instituto.

Se o carro for flex, são feitas duas medições: uma com etanol, outra com gasolina.

O consumo de modelos elétricos é medido por meio do carregador instalado no IMT. O teste calcula o gasto para rodar 100 km nos modos urbano e rodoviário.

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