Se hoje a recarga de um carro elétrico a 80 ou 100% pode levar desde 30 minutos (em um carregador ultrarrápido) ou dezenas de horas (em tomadas domésticas), a Ford quer que esse processo se torne tão rápido quanto parar em um posto de gasolina para encher o tanque.
Na verdade, se o frentista não for ligeiro, a recarga do elétrico será ainda mais rápida.
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A Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, em parceria com a Ford está desenvolvendo um cabo para recarga rápida que promete acelerar bastante todo o processo de uma forma aparentemente simples: dissipando todo o calor gerado pelo cabo na recarga.
Enquanto o tempo de recarga é uma barreira a ser transposta pelos carros elétricos, a redução do tempo de recarga é limitada pelo aquecimento excessivo das baterias. Hoje, os carregadores têm velocidade de recarga limitada devido ao perigo de superaquecimento.
Para carregar um carro elétrico mais rápido, uma corrente mais alta precisa percorrer o cabo de carregamento. Quanto maior a corrente, maior a quantidade de calor que deve ser removida para manter o cabo de carregamento operacional. Os sistemas de resfriamento que os carregadores usam atualmente dissipam apenas uma parte do calor.
O que Universidade de Purdue desenvolveu com financiamento da Ford foi um cabo de recarga com um método de resfriamento alternativo, que permite reduzir o calor gerado mesmo quando há mais corrente passando por ele.
O sistema usa um agente refrigerante ativo que ajuda a extrair mais calor do cabo usado na recarga. A grande diferença para os sistemas já em uso é que ele pode ajudar a extrair mais calor do cabo na passagem da fase líquida para o vapor, removendo até 24,22 quilowatts de calor.
Desta forma, o cabo pode fornecer até 4,6 vezes mais energia do que os carregadores mais rápidos disponíveis no mercado hoje, indo além dos 2.400 amperes.
O protótipo usado imita todas as características de uma estação de carregamento do mundo real: inclui uma bomba, um tubo com o mesmo diâmetro de um cabo de carregamento real, os mesmos controles e instrumentação e tem as mesmas taxas de fluxo e temperaturas. Ainda que não tenha sido testado em um veículo, os testes de laboratório sugerem que o cabo permitiria que um veículo fosse totalmente recarregado em menos de cinco minutos.
Na verdade, para a recarga de grandes carros elétricos comerciais em cinco minutos seria necessário uma corrente de “apenas” 1.400 amperes. Os carregadores mais avançados da atualidade fornecem correntes de até 520 amperes, e a maioria dos carregadores disponíveis para os consumidores suporta correntes abaixo de 150 amperes.
Contudo, os tempos de carga dependerão das classificações de saída de energia da fonte de alimentação e do cabo de carregamento, além do bocal de recarga do veículo. Para obter uma carga em menos de cinco minutos, todos os três componentes precisarão dar conta dos 2.500 amperes.
O desenvolvimento do protótipo faz parte de uma parceria estratégica com a Ford, que está interessada em testar o protótipo nos próximos dois anos. Os próximos dois anos também serão críticos para a Ford, que planeja se tornar líder do mercado de carros elétricos. Além do Mustang Mach-E, lançará no ano que vem a F-150 Lightning, uma picape elétrica que já tem mais de 160.000 reservas. Versões elétricas de Explorer e Bronco também estão nos planos.
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