Já faz um tempo que a Ford vem “brincando” com a nostalgia, principalmente quando ela atinge os fãs mais fervorosos da marca. O Mustang e o Bronco são exemplos claros disso: dois modelos que evocam emoções do passado nos clientes e que estão tendo uma segunda vida no novo milênio. Mais recentemente, o mesmo feito com o retorno do nome Maverick, mesmo que tenha virado uma picape.

O Mustang é uma prova de que um nome pode ser usado para algo mais ousado por parte da Ford. Afinal, virou o nome do primeiro SUV totalmente elétrico da empresa, embora com o sobrenome “Mach-E”. É apenas um exemplo de como a Ford buscará mais nomes clássicos de sua história, em uma tentativa de balancear tradição com inovação.

De acordo com o site Ford Authority, a empresa registrou cinco “novos” nomes no dia 23 de dezembro: Capri, Cortina, Escort, Granada e Orion. Estas marcas podem ser usadas na Europa, Austrália e Nova Zelândia para “carros ou partes de carros“.

Ford Capri

Antes de nos entusiasmarmos demais, entretanto, é preciso lembrar que os fabricantes frequentemente realizam manobras desse tipo para evitar perder direitos comerciais e deixá-los nas mãos da concorrência. Ao mesmo tempo, em uma entrevista recente da revista Autocar, Murat Gueler, chefe de design da Ford Europa, disse que a Ford já olhava para outros nomes fortes de sua história como uma “vantagem única”.

De todos estes, apenas o Escort ainda é utilizado, batizando um sedã vendido somente na China com 4,58 m de comprimento, posicionado como uma alternativa mais barata ao Focus Fastback. Foi renovado recentemente, mas continua a ser exclusivo para o mercado chinês.

As histórias de Orion, Granada, Cortina e Escort

Entrando em detalhes históricos sobre as marcas registradas, o Orion foi o “ancestral” do Ford Focus, um sedã compacto de 4,2 metros produzido entre 1983 e 1993. O Granada, por outro lado, representou uma importante virada histórica, pois foi um dos primeiros modelos concebidos tanto para o mercado britânico quanto para o da Alemanha Ocidental (até então, as listas de preços estavam fortemente divididas).

Duas gerações do Granada (disponível como cupê e sedã) permaneceram em linha entre 1972 e 1985, quando a Ford introduziu o Scorpio.

Finalmente, o Cortina foi projetado em colaboração com a Lotus e vendido entre 1963 e 1970. Este sedã esportivo era um dos modelos mais divertidos do segmento na época, com um motor de 1.6 produzindo mais de 100 cv. Além disso, a versão do rally foi conduzida pela lenda do automobilismo Jim Clark.

O Cortina chegou a ser cotado para o Brasil, para entrar no espaço entre o Corcel e o Galaxie. No entanto, a Ford fez algumas clínicas na época, exibindo o Cortina junto com o Taunus (um sedã feito pela Ford na Alemanha) e o Maverick. E, como todos sabemos, o Maverick acabou sendo o escolhido, chegando aqui em 1973, após ser mostrado no Salão do Automóvel no ano anterior.

De todos eles, o Escort é o nome que realmente mexe com os brasileiros. Lançado em 1983, nas versões de duas e quatro portas, trouxe o design da terceira geração do carro na Europa. Não era exatamente o mesmo carro, pois recebeu a mesma mecânica que o Corcel II, já que foi o seu substituto, usando o 1.3 de até 63 cv ou o 1.6 de 73 cv – este último usado também nas versões Ghia e XR3.

O Escort nacional sobreviveu por três gerações, chegando até a receber o motor 1.8 AP de até 99 cv, durante a época que a Ford e a Volkswagen fizeram a joint venture Autolatina. Seguiu nas lojas até 2003, quando completou 20 anos de carreira, sendo completamente substituído pelo Focus, destino semelhante ao do modelo europeu.

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