Internacional
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14/06/2021
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16h0

Reunião das maiores economias do mundo preferiu não se comprometer com o objetivo, embora prometa diminuir emissões

REDAÇÃO AB


Terminou no sábado, dia 12, a 46ª reunião de cúpula do G7, a primeira presencial na pandemia. Diferentemente do que era esperado, os líderes das sete principais economias mundiais preferiram não oficializar a meta conjunta para que, até 2030, pelo menos 50% dos novos carros vendidos sejam elétricos ou híbridos.

Embora o assunto principal da reunião tenha sido a pandemia e a distribuição de vacinas, o aquecimento global também recebeu bastante atenção. Os líderes dos países participantes (Reino Unido, França, Japão, Canadá, EUA, Alemanha e Itália) reafirmaram seu compromisso de cortar suas emissões em 50% até 2030 para limitar em até 1,5 °C o aumento na temperatura global em comparação com a era pré-industrial. Entre as medidas anunciadas para atingir esse objetivo estão o fim dos subsídios às indústrias de carvão e a liberação de US$ 100 bilhões anuais para políticas verdes em países pobres.

Uma medida que ficou de fora, no entanto, foi o compromisso sobre os carros elétricos. O site de notícias Bloomberg teve acesso a documentos que mostram que o tema estava em pauta na reunião. No entanto, na súmula final, nenhuma meta formal foi estabelecida.

“Nós nos comprometemos a acelerar a transição para extinguir a vendas de carros à base de gasolina e diesel e promover a ascensão de veículos de zero emissão”, dizia o documento na parte sobre automóveis, sem citar números.

FALTA DE META CONCRETA FOI CRITICADA

A vaguidade do documento foi criticada por entidades ambientalistas. O Greenpeace foi um dos mais críticos, com a diretora executiva Jennifer Morgan dizendo em comunicado: “Para nos tirar da emergência climática, o G7 precisava entregar planos claros para rapidamente eliminar os combustíveis fósseis e se comprometer a imediatamente encerrar o desenvolvimento de novos combustíveis fósseis, com uma transição justa. Onde está a implementação nacional transparente com prazos e onde está o financiamento climático tão urgentemente necessário para os países mais vulneráveis?”.

Os US$ 100 bilhões anuais para países pobres são uma promessa antiga, de 2009, que até hoje não se concretizou completamente. A renovação dessa promessa também foi fonte de frustração, uma vez que as entidades ambientalistas esperavam maior oferta de dinheiro.

Um estudo recente do Boston Consulting Group afirma que, em 2030, EUA, União EuropEia e China terão os elétricos representando mais de 79% das novas vendas de carros. No entanto, mesmo que as previsões do estudo se concretizem, 70% dos veículos rodando nas ruas e estradas do planeta em 2035 ainda serão movidos a combustão. Um estudo da BloombergNEF tem números mais modestos, apontando que apenas 34% das vendas de carros serão de elétricos em 2030 se nenhuma nova política de incentivo for aprovada.

Tags: G7, economia, meta, emissões, carro elétrico, carro híbrido, eletrificação.



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