São quase dez anos ensaiando a chegada ao Brasil. Já foi dito que chegaria até 2015, depois que viria pelas mãos do grupo Caoa, e ainda foi considerada como uma possível compradora da fábrica da Ford em Camaçari (BA). Nada disso, porém, se concretizou para a vinda da chinesa Great Wall ao país.
Mas parece que agora a chegada da marca chinesa está mais próxima. Fontes ligadas ao negócio confirmam que a empresa “está analisando o mercado brasileiro visando a possível entrada no mercado nos próximos anos”. Além disso, a montadora já entrou em contato com autoridades brasileiras. O foco é conseguir benefícios fiscais.
A empresa, que é um grupo com quatro marcas sob seu chapéu, já tem uma operação instalada na América do Sul que contempla a atuação em sete países atualmente: Equador, Peru, Bolívia, Uruguai, Chile, Paraguai e Argentina.
Apesar de querer expandir seu mercado de carros elétricos, a Great Wall sabe que o Brasil é um mercado lucrativo, como tem se mostrado, para SUVs.
A Haval, inclusive, era a marca que os rumores diziam que viria ao País pelas mãos da Caoa, o que não se concretizou. O grupo fundado por Carlos Alberto de Oliveira Andrade fechou negócio para a criação da Caoa Chery com a estatal chinesa.
H6 e Jolion podem ser os primeiros
Dois modelos podem ser os responsáveis pela introdução da marca no País, o Haval H6 da terceira geração e o Jolion. São dois SUVs médios de cinco lugares, mas com medidas relativamente semelhantes e com interior parecido.
Por dentro, ambos apostam em um painel de instrumentos virtual de 7 polegadas e em uma central multimídia de 12,3″ e sensível ao toque. Há ainda head-up display, que projeta no para-brisa as informações do painel e seletor de marcha giratório, com era na primeira geração do Evoque.
O H6 tem 4,65 metros de comprimento, 1,88 de largura, 1,72 m de altura e entre-eixos de 2,73 m. Como comparação, o entre-eixos é semelhante ao de Tiggo 8 (2,71 m) e Tiguan Allspace (2,79 m).
Ele tem uma versão com trem de força híbrido que mescla o motor 1.5 turbo de 150 cv a um elétrico de 170 cv que juntos rendem 243 cv e um torque total de 54 mkgf. A tração é apenas dianteira.
Além disso, pode vir com o 1.5 turbo a gasolina de 168 cv e 29 mkgf com tração dianteira ou o 2.0 turbo de 210 cv e 33,4 mkgf. Aqui o câmbio é sempre automatizado de duas embreagens e sete marchas trabalhando em óleo.
No Jolion, as medidas são de 4,47 m, 1,84 m, 1,61 m, respectivamente. O entre-eixos tem 2,70 m de comprimento. Com essas medidas, o Jolion, que significa “O Leão”, em chinês, brigaria com o Jeep Compass, VW Taos e Toyota Corolla Cross.
O conjunto mecânico é sempre o motor 1.5 turbo de 150 cv e 22,4 mkgf. A transmissão pode ser a manual de seis marchas ou uma automatizada de sete velocidades e dupla embreagem.
No site da companhia, os dois modelos são oferecidos com uma ampla gama de tecnologias, especialmente de segurança ativa e passiva. Isso inclui controle de velocidade adaptativo (ACC), frenagem autônoma de emergência, câmeras 360º e assistente de estacionamento, alertas de saída de faixa, de ponto cego e tráfego traseiro cruzado, entre outros.
As marcas do grupo Great Wall
Apesar do nome Great Wall já ter se tornado muito conhecido, a empresa não vende mais veículos com esse nome, mas com suas marcas: Haval, Wey, ORA e a GWM Pickups.
A Haval é focada em SUVs, a Wey produz SUVs de luxo para o mercado chinês, a GWM, picapes, e a Ora, carros elétricos. A última marca, inclusive, fez sucesso no Salão do Automóvel de Xangai deste ano com uma releitura elétrica e com quatro portas do Fusca, o Punk Cat.
A divisão de picapes tem modelos com proporções diferentes. Uma delas inclusive se deu mal no teste do Global NCAP. A Steed 5 zerou a pontuação no crash test do instituto que realiza testes de segurança.
Criada para mercados que tem regulamentação mais frouxas, não traz freios ABS e nem airbags. A deformação da cabine na colisão a 64 km/h de frente fez o dummie (boneco que simula uma pessoa) bater a cabeça no volante, mesmo usando cinto de segurança.