O Green NCAP está para a performance ambiental dos automóveis, como a Euro NCAP está para a segurança automóvel e, tal como este, a votação final pode ser de até cinco estrelas.
Para saberes o que a classificação à base do número de estrelas encerra, recomendamos que leias ou releias o artigo da anterior ronda de testes, onde detalhamos as áreas que são avaliadas para determinar o quão “verdes” são os automóveis que conduzimos.
Desta vez, o Green NCAP testou 25 veículos entre modelos equipados apenas com motores a combustão (gasolina e gasóleo), elétricos, híbridos plug-in e nem sequer faltou um a pilha de hidrogénio, na forma do Hyundai Nexo.
VÊ TAMBÉM: Euro NCAP. Mais 7 veículos testados e nem uma pick-up faltou
Hyundai Nexo
Na tabela seguinte, vê a avaliação de cada um dos modelos em detalhe, bastando carregar na ligação correspondente:
Como seria previsível, os únicos elétricos avaliados foram os únicos a atingir as cinco estrelas: o Volkswagen ID.3, a bateria, e o Hyundai Nexo, a pilha de combustível de hidrogénio. O Nexo, porém, apesar da classificação máxima, não conseguiu igualar o ID.3 em eficiência energética.
“Os híbridos plug-in não são todos iguais”
Os resultados que todos queriam ver eram os referentes aos híbridos plug-in. Alvos, nos últimos meses, de controvérsia sobre os seus reais valores de consumos e emissões — após uns poucos terem sido testados, os valores ficaram muito acima dos obtidos no ciclo WLTP —, o Green NCAP pôs três deles à prova: o Kia Niro, o Mitsubishi Outlander (que tem sido habitualmente o híbrido plug-in mais vendido na Europa) e a versão PHEV do Toyota Prius.
Toyota Prius Plug in
As conclusões do Green NCAP refletem aquelas que encontramos ao nível dos motores de combustão: não há dois híbridos plug-in iguais, pelo que os resultados variam… muito. O Toyota Prius Plug in, por exemplo, conseguiu uma excelente classificação de quatro estrelas, batendo todos os outros veículos avaliados, excetuando os elétricos ou fuel cell.
O Kia Niro PHEV não fica longe do Prius, com 3,5 estrelas, mas a foi a performance do Mitsubishi Outlander que deixou a desejar, com apenas duas estrelas. São vários os modelos apenas a combustão que conseguiram melhores resultados que o eletrificado Outlander. Tal deve-se a uma combinação de fatores, desde a sua baixa autonomia elétrica (30 km) à eficiência e gases emitidos do seu motor de combustão interna.
“As pessoas querem informação transparente e independente sobre o impacto ambiental dos automóveis. Os resultados destes híbridos plug-in mostram como isso é tão importante. Podemos perdoar os consumidores por pensarem que, por comprarem um carro com a etiqueta “PHEV” e mantê-lo carregado sempre, estarão a fazer a sua parte para o ambiente, mas estes resultados mostram que pode não ser necessariamente o caso.
O Outlander mostra como um veículo grande e pesado, com uma autonomia limitada provavelmente não oferecerá qualquer benefício sobre um veículo convencional. Por outro lado, a Toyota, com a sua longa experiência em tecnologia híbrida fez um trabalho terrífico e o Prius, quando devidamente usado, consegue oferecer um transporte limpo e eficiente.
Tudo depende da implementação e da estratégia de hibridização, mas o que é verdade para todos os PHEV é que têm de ser carregados frequentemente e conduzidos o máximo possível com recurso à bateria para atingirem todo o seu potencial.”
Niels Jacobsen, presidente Euro NCAP
Skoda Octavia Break TDI
Nos restantes modelos avaliados, destaque para as três estrelas e meia do também híbrido, mas não plug-in, Toyota Yaris. Talvez mais surpreendente é o facto de ter sido igualado na avaliação por dois modelos puramente a combustão: a Skoda Octavia Break 2.0 TDI — com o demonizado motor Diesel —, e o Volkswagen Golf 1.5 TSI, a gasolina.