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Esta semana a chinesa GWM finalmente divulgou os preços de toda sua linha de carros no Brasil. Três modelos Haval H6 já estão em pré-venda no mercado com preços bem competitivos (mas não baratos, pela categoria dos carros).

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O Haval H6 Premium HEV (híbrido completo), vai direto no coração do Toyota Corolla Cross Hybrid com o preço de R$ 209.000. O carro chinês é maior e dá um banho de potência (243 cv contra 122 cv), sem contar que tem um acabamento superior e uma lista interminável de itens eletrônicos de segurança, conectividade e tecnologia.

O Haval H6 Premium PHEV (híbrido plug-in) compra briga num segmento mais sofisticado, o do Jeep Compass 4xe. Além de ser muito mais potente (393 cv contra 240 cv) e entregar muito mais torque (77,7 kgfm contra 38,7 kgfm), o SUV chinês é absurdamente mais em conta: a diferença de preços entre os dois híbridos plug-in passa de R$ 69 mil reais. O Haval H6 custa R$ 269.000 e o Compass 4xe sai por R$ 338.400.

De quebra, os chineses ainda contam com o Haval H6 GT, que custa R$ 299.000, oferecendo aos brasileiros endinheirados a chance de comprar um SUV esportivo abaixo de R$ 300 mil. Outras marcas também são afetadas pela investida da GWM com seu “trio elétrico” Haval.

A marcha dos carros chineses

Mas não é só isso. Outra chinesa, a BYD, estaria por um fio para anunciar a compra da fábrica da Ford em Camaçari, BA. Porém, conforme reportagem de Paula Gama, o acordo entre a BYD e o governo da Bahia avança na questão da mobilidade urbana. O presidente Lula pode voltar da viagem à China com um trunfo midiático: a substituição da Ford pela BYD na produção de carros na Bahia.

BYD está de olho na fábrica da Ford, em Camaçari (BA) (Foto: Ford | Divulgação)

Mais do que isso, se a BYD realmente começar a produzir carros no Brasil, eles certamente serão elétricos. No mínimo, híbridos na fase inicial, como é o plano da GWM para Iracemápolis, SP, na fábrica que comprou da Mercedes-Benz. Para muitos analistas, embora seja menor atualmente em volume, a BYD tem mais potencial do que a GWM, pois é a terceira fabricante de veículos mais valorizada do mundo, atrás apenas da Tesla e da Toyota, pois ultrapassou nada menos que a gigante Volkswagen.

A china já superou há muito tempo a discussão entre carros elétricos e carros a combustão, que persiste no Brasil devido ao lobby da Anfavea a favor do etanol e dos interesses da Stellantis e da própria Volkswagen. Para marcas populares como Fiat e Volks, que já estão investindo montanhas de dinheiro na Europa e na China, quanto mais o Brasil continuar com os carros a combustão, melhor, pois elas ganham muito dinheiro aqui sem ter que reinventar a roda.

Mas os carros chineses estão entrando na briga e isso vai mudar o cenário. Para a China, quanto mais mercados estiveram abertos para os veículos 100% elétricos, melhor. E o Brasil, com o tamanho que tem, pode ser um mercado poderoso para a China. Se a alíquota de imposto zero para carros 100% elétricos persistir por mais uns dois ou três anos, carros chineses a bateria vão invadir o mercado e criar um novo tipo de consumidor. Os jovens não discutem se o futuro vai ser elétrico, conectado e descarbonizado – eles fazem questão disso, como resposta a gerações anteriores que encardiram o mundo, destruíram o meio ambiente, aqueceram o planeta e colocam suas vidas (a dos jovens) em risco. Os carros fazem parte desse mundo, queiram ou não os incautos.

Carros chineses e elétricos na América do Sul

Ainda é cedo para saber que papel terão a Caoa Chery e a JAC Motors nesse novo cenário. A Caoa já tem produção local em parceria com a Chery, mas a montadora chinesa pretende fabricar carros 100% elétricos na Argentina. Isso pode ser um sinal de que os chineses enxergaram muito potencial no mercado sul-americano (a Argentina já se decidiu pelo carro elétrico) e não querem ficar reféns da estratégia conjunta que podem ter com a Caoa.

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GM pode deixar de fabricar caso o Brasil não se consolide como fabricante de elétricos (Foto: Chevrolet | Divulgação)

Quanto à JAC, pode crescer se conseguir uma boa evolução de seus carros agora que teve grande parte de sua operação na China comprada pela Volkswagen. Enquanto isso, a GM assiste de camarote e torce pelo sucesso dos carros chineses no Brasil, pois isso facilitará sua intenção de ter uma Chevrolet 100% elétrica a partir de 2035, decisão que já está tomada, independentemente da escolha que o Brasil fizer.

Caso o Brasil não tenha fôlego para produzir carros elétricos, a GM vai fazer igual à Ford: passará a ser uma importadora e produzirá em outros países; na Argentina, por exemplo. Podem ter certeza: não haverá um Onix ou Tracker ou Montana a combustão na linha Chevrolet 2035. Isso já está decidido por Detroit.

Como se vê, a guerra dos chineses está apenas começando. Desta vez os carros não brigam com veículos mal construídos e cheios de equipamentos, como no comecinho da década de 2010, mas sim com veículos de padrão global e que estão trazendo tecnologias novas, a ponto de emparedar carros de marcas fortes como Toyota e Jeep.

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Fonte: Guerra dos carros chineses está apenas começando

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