Mercado brasileiro vai receber diferentes veículos eletrificados ao longo dos próximos 18 meses

Por Fernando Miragaya

A onda eletrificada que se forma no horizonte do mercado brasileiro de automóveis vai deixar Italo Ferreira e Gustavo Medina com inveja. Uma variedade de carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in será lançada no Brasil nos próximos 18 meses, para todos os gostos, bolsos e tomadas.

Os SUVs, obviamente, dominam o mar de novidades. Mas, respire: também teremos alguns hatches e monovolumes para não ficar na marola. Acompanhe conosco os principais híbridos e elétricos que serão lançados no Brasil até 2023.

BYD Song Plus

Foto | BYD/Divulgação – BYD Song Plus alia motor 1.5 Turbo a gasolina e um elétrico com potência combinada de 300 cv

Depois de começar suas operações no mercado de automóveis de passeio com dois elétricos de luxo (o sedã Tan e o SUV Han), a marca chinesa agora vai descer um pouco a régua com modelos híbridos. O primeiro deles, que já está em processo final de homologação no país, é o Song Plus PHEV.

Pouco maior que um Toyota Corolla Cross, o SUV médio tem 4,65 m de comprimento e 2,76 m de entre-eixos. É um híbrido plug-in, que combina motor 1.5 turbo a gasolina com outro elétrico, transmissão automatizada de seis marchas e dupla embreagem, potência combinada na casa dos 300 cv e com aproximadamente 55 kgfm de torque. Na China, a fabricante diz que o modelo é capaz de rodar 81 km em modo EV.

Kia Niro Hybrid 

Revelada no fim do ano passado, a segunda geração do SUV compacto estreará no Brasil em uma versão híbrida que promete bastante economia. O Niro HEV terá motor 1.6 16V a gasolina da linha Smartstream no lugar do anterior, também 1.6, mas da família Kappa. A unidade trabalha com o propulsor elétrico de 32 kW.

A potência combinada é de 141 cv, com 14,9 kgfm de torque. Segundo a Kia Motors, o consumo é que é o grande destaque deste SUV pouca coisa maior que um Nissan Kicks (o modelo tem 4,42 m de comprimento e 2,70 m de entre-eixos). São 20,8 km/l de gasolina com base em medições feitas na Coreia do Sul.

Volkswagen ID3 e ID4

A dupla de EVs da Volks está em testes e exibições Brasil afora. Os dois modelos foram apresentados no fim do ano passado e, desde então, a marca alemã tem feito clínicas de mercado, enquanto a engenharia da montadora esmiúça os veículos. Mas a previsão é que as vendas de pelo menos um dos dois carros elétricos da marca alemã comecem no Brasil até o fim de 2023. 

A tendência é que as operações comecem pelo SUV, o ID4, que tem o tamanho do Taos. Já o ID3 é um hatch médio com dimensões similares às do Golf. Os dois usam os mesmos motores elétricos, só que com capacidades de baterias diferentes (45, 58 ou 77 kWh), que interferem na potência e no alcance, com autonomias entre 330 km e 550 km.

GWM Haval H6

O SUV que vai abrir os trabalhos da Great Wall no Brasil mira no segmento de médios e terá versões híbridas e híbridas plug-in. O sistema do Haval (nome da divisão de utilitários esportivos do grupo chinês) é chamado de dual motor, porque o motor 1.5 turbo trabalha com um motor elétrico dianteiro – que traciona as rodas – e um gerador, que tem a função de ajudar a unidade a combustão e também de alimentar as baterias da parte elétrica.

Já o câmbio chamado DHT usa um par de engrenagens e apenas duas marchas – uma para baixas e médias velocidades, e outra para altas velocidades. O sistema híbrido ainda tem cinco modos de condução, que fazem com que o Haval H6 tenha potências combinadas de 243 cv a 393 cv e torques entre 54 kgfm e 58 kgfm, além de autonomia de até 200 km em modo puramente elétrico. 

Peugeot e-2008

A marca francesa prepara mais um compacto elétrico no mercado. Depois do e-208 GT será a vez do 2008 ganhar sua variante zero combustão. O crossover usará o mesmo motor elétrico do irmão, com bateria de 50 kWh e potência de 136 cv. O desempenho vai ser o mesmo, com 0 a 100 km/h em apenas 8,3 segundos, além da autonomia igual: 340 km.

O e-2008 já está em processo de homologação para ser um dos carros elétricos que chegarão ao Brasil. O lançamento vai ocorrer entre o fim do ano e início de 2023. O modelo terá preços acima de R$ 300 mil e virá com uma estação de recarga incluída.

Honda Civic e CR-V híbridos

A marca japonesa prometeu para o ano que vem bons alentos para os órfãos do Civic. Além da esportiva Type R, a montadora vai importar a 11a geração do sedã médio em configuração eletrificada. O sistema híbrido e:HEV é o mesmo usado no Accord Hybrid, que teve uma passagem quase instantânea no Brasil.

No Civic, o motor 2.0 de ciclo Atkinson a gasolina combina com um propulsor elétrico, câmbio CVT e três modos de condução. EV Drive (100% elétrico), Hybrid Drive (com o motor a combustão enviando força para um gerador alimentar as baterias para que a unidade elétrica tracione as rodas) e Engine Drive, este um modo puramente a combustão.

Já o CR-V, que acaba de ter a sua sexta geração revelada mundialmente, também terá sua opção híbrida vendida no Brasil para brigar com Toyota RAV4 e Jeep Compass 4xe. O modelo basicamente usará esse mesmo conjunto do Civic. No SUV médio, a potência combinada, segundo a Honda, fica em 207 cv e o torque, em 34,1 kgfm.

Jeep Renegade 4xe

A falta de semicondutores e a disparada do dólar atrasaram muito o lançamento da linha híbrida da Jeep ao Brasil. O Compass só chegou este ano e o Renegade 4xe deve estrear no primeiro trimestre de 2022. O modelo plug-in usa o mesmo conjunto eletrificado do irmão maior.

A parte a combustão fica a cargo do 1.3 turbo, que, neste caso, só bebe gasolina. Já o motor elétrico é o responsável por mover as rodas traseiras e acionar o sistema de tração integral. A potência combinada é de 190 cv e há três modos de condução, com um deles totalmente elétrico.

Ford Mustang Mach E

Outro que sofreu atrasos, mas que chega este ano. O primeiro veículo puramente da Ford para o Brasil pega o nome emprestado do icônico muscle car, mas na verdade é um crossover parrudo com mais de 4,70 metros e incríveis 2,98 m de distância entre os eixos. 

A marca norte-americana deve trazer a versão mais completa e potente do Mustang Mach E, com 351 cv, tração 4×4 e autonomia estendida para até 610 km pelo ciclo WLTP. Nesta configuração, o SUV elétrico faz o 0 a 100 km/h em 5,6 segundos.

Chevrolet Bolt e Bolt EUV

A General Motors recentemente garantiu um portfólio de carros elétricos para o Brasil, que inclui até versões zero combustão do Blazer estadunidense e do Equinox. Bem antes disso, porém, a marca retoma a venda do Bolt EV, desta vez em sua segunda geração, juntamente com sua variante crossover EUV.

Os dois compartilham o mesmo conjunto: motor elétrico de 203 cv e 36,7 kgfm, alimentado por baterias de 66 kWh. O hatch com jeito de monovolume tem autonomia de 416 km, enquanto o SUV promete alcance de 402 km. A venda da dupla era para ocorrer no ano passado, mas casos de incêndio com as baterias fornecidas pela LG fizeram a GM suspender a produção nos EUA.

Mercedes-Benz EQA, EQB e EQE

Ao lançar o EQS, a Mercedes já anunciou o contra-ataque de elétricos no segmento premium. Para não ficar atrás de Audi, BMW e Volvo, a marca alemã prepara mais três carros elétricos: EQA, a derivação elétrica do GLA, EQB, configuração EV do GLB, e EQE, a variante zero combustão do Classe E.

O EQA e o EQB usam motor de 190 cv e 38,2 kgfm. O menor e mais barato SUV da Mercedes acena com autonomia de 426 km (WLTP), enquanto o modelo de sete lugares sugere alcance de 418 km. Já o EQE reúne dois motores elétricos que resultam em 292 cv e 54,06 kgfm, com autonomia de 660 km. O modelo tem tração integral 4Matic e eixo traseiro auto-esterçante. As vendas do trio começam ainda este ano.

Ioniq 5 e 6

A vinda da divisão de elétricos Ioniq é motivo de bastante estudo e discussão na Hyundai daqui. Isso porque o Grupo Caoa é o representante da marca sul-coreana e só ele pode importar os modelos. A boa notícia é que a vinda dos carros zero combustão é vista com bons olhos pelos dois lados.

O primeiro a chegar será o Ioniq 5. Hatch bombadão com 3 metros de entre-eixos, que foi eleito carro mundial do ano recentemente. Lá fora, oferece duas opções de bateria – 58 e 72,6 kWh – e de tração: traseira ou integral. A autonomia fica em 481 km, também pelos padrões WLTP.

Já o Ioniq 6 é uma espécie de cupê quatro portas (ou sedã acupezado) com 4,85 metros de comprimento. O modelo só usa baterias de 77,4 kWh para movimentar dois motores elétricos e gerar 325 cv de potência e 61,7 kgfm de torque. O 0 a 100 km/h é feito em 5,1 segundos e a autonomia é de  610 km.

Tanto o Hyundai Ioniq 5 quanto o Ioniq 6 podem ter as baterias carregadas de 10% a 80% em apenas 18 minutos em aparelhos super rápidos. Um dado curioso é que, com um adaptador no bocal de carregamento dos dois carros, é possível aproveitar a energia da bateria do veículo para carregar desde notebooks até scooters elétricos e toda a sorte de dispositivos eletrõnicos.

BYD Dolphin

A BYD vai ter elétrico mais acessível no Brasil e ele atende pelo nome de Dolphin. Com jeitão de monovolume, tem 4,07 metros de comprimento e 2,70 m de entre-eixos. As baterias de 30,7 kWh fornecem energia para mover o motor elétrico de 95 cv, 18,3 kgfm e garantir um alcance de 301 km. Porém, com peça de maior capacidade (44,9 kWh), pode percorrer 405 km – ambas pelos padrões NDEC.

Volkswagen Tiguan eHybrid

O renovado Tiguan também está atrasado para o Brasil, mas quando chegar terá uma variante eHybrid. A nova configuração é do tipo plug-in e mescla motor 1.4 turbo TSI com outro elétrico para gerar 245 cv de potência combinada e 40,8 kgfm de torque máximo. De acordo com a Volks, a autonomia em modo EV é de 50 km.

O SUV médio também é equipado com o câmbio automatizado DSG, com seis marchas e dupla embreagem. No Brasil, vai brigar com aquela turma já citada: os híbridos Toyota RAV4, Honda CR-V e Jeep Compass 4xe.

GWM Ora

Ora é o nome da divisão de elétricos da Great Wall e a marca estuda vários modelos para trazer pelo menos um para o Brasil até 2023. Um dos mais cotados seria o Ballet Cat, o Fusca chinês elétrico apresentado de forma definitiva recentemente na China. É dotado de baterias de 59 kWh, motor de 170 cv de e promete autonomia de até 500 km (NDEC).

Mas outro carro elétrico tem chances de vir no lugar do Fusquinha plugado. É o Funky Cat, com estilo retrô e descolado e que foi recentemente lançado no Reino Unido. Com bateria de 48 kWh, o modelo pode percorrer até 310 km com uma única carga. 

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