A quinta geração do Honda CR-V está no mercado. Mas, se num mundo em mudança a marca japonesa deixou de lado a proposta diesel, não poderia deixar de apostar na electrificação. O novo CR-V Hybrid vem dilatar a oferta que já passa pelo 1.5 turbo a gasolina, com a caixa manual na opção de 173 cv (desde 32.900 €) e com a automática de variação contínua CVT na proposta de 193 cv (a partir de 37.250 €).

A nova proposta híbrida (a partir de 38.500 €) conta com tecnologia i-MMD (Intelligent Multi-Mode Drive), que combina um motor 2.0 a gasolina com 145 cv, um gerador eléctrico e um motor eléctrico com 184 cv, e uma pequena bateria que recolhe a energia recuperada nas travagens. A potência total não é a soma das partes e a Honda anuncia 184 cv de potência.

A transmissão tem uma velocidade única (não há caixa de velocidades) e a tracção pode ser dianteira ou 4×4 (pesa mais 58 kg)e um sistema multidisco liga as rodas traseiras graças a um diferencial no eixo posterior (até 60%) em condições de difícil aderência.  

A Honda reivindica um consumo de 5,3 l/100 km na versão de tracção dianteira e 5,5 l/100 km no 4×4. A velocidade máxima pode chegar aos 180 km/h e a passagem de 0 a 100 km/ acontece em 8,8 ou 9,2 segundos. Com a bateria na carga máxima, é possível percorrer dois quilómetros em modo eléctrico.

HABITÁCULO. A proposta híbrida só está disponível com a carroçaria de cinco lugares, tal como acontece com o gasolina 2WD de 173 cv uma vez que o sistema eléctrico ocupa o espaço da terceira fila de bancos apenas disponível na proposta a gasolina mais potente. Para além disso, o volume da bagageira (497 litros) oferece menos 64 litros do que os restantes cinco lugares e menos 25 litros do que o de sete lugares.

O painel de instrumentos é específico, tanto na forma como nas informações. O velocímetro numérico está integrado com as informações do sistema híbrido: fluxo de energia, e autonomia e computador de viagem. A recuperação de energia destaca-se na parte superior e a carga da baterias e o nível de combustível, à esquerda. Também há indicações que podem ser vistas como auxiliares para uma condução mais assertiva ao nível da economia de combustível.

AO VOLANTE. A Honda afirma que o CR-V Hybrid é “um eléctrico com um motor a gasolina”. Mas, nem isso é tão evidente: os eléctricos respondem de imediato às solicitações do acelerador, mas este híbrido é mais lento e progressivo. Exige habituação.

A aposta no conforto é evidente a todos os níveis. Não tem o “pisar” de outras alternativas mais dinâmicas no universo dos SUV. A direcção é bem assistida (gostávamos que fosse mais directa), mas é fácil modular a travagem sem uma interferência excessiva do sistema de regeneração de energia (regulável), mais intrusivo noutros modelos híbridos.

Guiámos este modelo nas estradas à volta de Sevilha em estradas planas, com curvas largas, que convidam a andar depressa. Nestas condições não é evidente o desempenho em curva de um modelo onde aplaudimos o conforto, mas não foi possível perceber até onde pode ir o rolamento da carroçaria em estradas mais sinuosas onde há grandes alterações ao nível do eixo de apoio.   

O funcionamento do sistema híbrido i-MMD da Honda é diferente da maioria das propostas da concorrência e é o veículo que decide o modo de condução mais eficaz entre o eléctrico (EV), “Hybrid” e “Engine”, que dá prioridade ao motor de combustão interna. O condutor não é tido nem achado nas decisões do seu carro e a única coisa onde pode interferir é na maximização da utilização do modo “EV”. Carregando num botão pode prolongar a motorização eléctrica, mas ela não vai além de 2 km.  

O modo EV só utiliza a carga das baterias. Em “Hybrid Drive”, o motor de combustão envia a potência para um gerador que alimenta as baterias, carregando-as ou alimentando o motor eléctrico, que move o veículo. A única ligação entre o motor de combustão e as rodas surge no modo “Engine Drive”, quando o condutor recorre ao máximo da potência.

A transmissão só tem uma relação, mas a Honda colocou patilhas atrás do volante que actuam na recuperação da energia para aumentar ou reduzir o efeito de travagem. Ao volante, registámos consumos entre os 5,9 e os 6,3 litros/100 km com a versão 4×2, um valor muito interessante para um veículo que pesa 1.672 kg.

Em termos de condução podemos dizer que gostámos da ideia, mas este Honda CR-V Hybrid exige uma habituação do condutor às características de condução (ao nível da resposta do acelerador). Foge um pouco ao habitual nos motores de combustão interna e até nos eléctricos. Mas não temos dúvidas em admitir que é um excelente familiar…

FICHA TECNICA

Motor: 2.0 + eléctrico 

Cilindrada: 1.993 cc

Potência máxima: 145 cv/6.200 rpm

Binário máximo: 175 Nm/4.000 rpm

Velocidade máxima: 180 km/h

0 a 100 km/h: 8,8 s

Consumo médio: 5,3 l/100 km

Emissões de CO2: 120 g/km

Preço estimado desde: 38.500 €

+ EVOLUÇÃO. O CR-V é o SUV com grande tradição e não poderia deixar de contar com uma proposta híbrida, mesmo que esta ainda não seja do tipo “Plug in”…

– i-MMD. O sistema híbrido da Honda é interessante, para não dizer diferente e exige habituação. Para além disso, rouba espaço ao habitáculo e volume à bagageira.



PREÇOS

Honda CR-V 1.5 turbo (173 cv) 2WD – 32.900 €

Honda CR-V 1.5 turbo (193 cv) 4WD – 37.250 €

Honda CR-V Hybrid (184 cv) 2WD – 38.500 €



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