Mesmo dentro do maior mercado automotivo do mundo, com mais de 20 milhões de carros emplacados por ano, as empresas de mobilidade têm chances de falir. É o que aconteceu com a Pand-Auto, uma espécie de Uber chinesa, de controle da Lifan. Por consequência, todo os veículos que compunham a frota foram abandonados e formaram um bizarro cemitério de carros elétricos.
O imenso pátio reúne inúmeros exemplares do Lifan 330 EV 01. Este que é uma versão elétrica de um velho conhecido nosso, o Lifan 320 — também chamado de Mini Cooper chinês. Como responsável pelas unidades, estava a Pand-Auto, empresa que operava desde 2015 em 12 cidades chinesas e possuía uma frota de mais de 20 mil carros. Nesse ínterim, o total de usuários da startup de compartilhamento de veículos elétricos chegou aos 4 milhões.
O negócio era tão animador que até a Baidu, gigante de tecnologia, firmou parceria com a Pand-Auto para iniciar um projeto piloto de veículos autônomos para transporte. Acontece que, a operação experimental de um mês, na cidade de Chongqing, foi um grande fracasso.
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Desse modo, a Baidu se desvencilhou da colaboração e decidiu lançar, por si só, seu serviço de mobilidade Apollo Go. Logo depois, a controladora da Pand-Auto, a Lifan Motors, também entrou em crise. E esta se agravou ainda mais durante a pandemia da Covid-19.
Lifan foi à falência
Com uma dívida estimada em US$ 4,6 bilhões (R$ 23 bi na conversão direta), a montadora chinesa passou a ser controlada majoritariamente pela Geely — atual dona da Volvo Cars — e pela Manjianghong Fund. Assim, colocada de escanteio nessa história, a Pand-Auto precisou vender sua frota, como uma forma de indenizar seus usuários.
Todavia, nem todas as unidades tiveram a chance de uma sobrevida. Milhares de Lifan 330 EV01 ficaram ao relento. Inesperadamente, uma conta do Reddit publicou as fotos desse gigantesco cemitério cheio de clones do Mini Cooper. Por questões de segurança, o usuário não revelou o endereço do local.