Dentro de poucos dias, como informou o site inglês Just-auto, o segundo país mais populoso do mundo (em cinco anos deve ultrapassar a China), a Índia, anunciará novas metas para etanol.
O objetivo é reduzir emissões de CO2, importações de petróleo e preço dos combustíveis, segundo o analista Bakar Agwan, da consultoria GlobalData. “A Índia dispõe de excedente de matéria-prima necessária para obter etanol, garantindo abastecimento adequado à produção deste combustível”, acrescentou ele.
Em poucos anos a Índia deve alcançar o posto de terceiro maior mercado de veículos do mundo, atrás apenas da China e Estados Unidos. O país asiático já havia aprovado misturar 10% de etanol à gasolina até 2022 e 20% até 2025, acima dos 8,5% atualmente (no Brasil, 27%). Agwan delineia a intenção do governo de implantar motores flex numa segunda etapa.
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Essa tecnologia está amplamente dominada e aceita no Brasil: quase 90% dos automóveis e comerciais leves vendidos atualmente são flex. Exportar esse conhecimento deve se transformar em receitas para o País. Usinas de produção de etanol poderão ser exportadas, pois a Índia também é grande produtor de açúcar a partir da cana.
No recente seminário da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), voltou-se ao debate sobre diversas formas de diminuir as emissões de CO2 e o efeito estufa responsável por mudanças climáticas.
O conceito do ciclo de carbono emitido do berço ao túmulo (desde quando se fabrica o veículo, obtém-se o combustível ou a eletricidade e até chegar à reciclagem do produto e das baterias), ainda carece de análises profundas e isentas na maioria dos países.
Ricardo Abreu, da Bright Consulting, destacou o que realmente interessa à sociedade brasileira: menor poluição, mobilidade acessível, geração de empregos, segurança energética, atrair investimentos e alcançar protagonismo internacional. Todos esses objetivos não podem ser atingidos por meio de apenas uma solução e, assim, defende alternativas.
É o caso de um automóvel híbrido ou híbrido plugável com motor a combustão abastecido a etanol. Seu preço continuará por muito tempo bem menor do que um carro 100% elétrico, poderá usar a atual infraestrutura de abastecimento, emissões de ciclo de CO2 extremamente baixas e não estressará a geração atual e futura de energia.
A transição aos veículos elétricos pode ser rápida e com prováveis tropeços financeiro e técnicos, ou bem planejada, assumindo riscos menores, sem um efeito manada e atingir o mesmo objetivo. O Brasil e agora a Índia sabem que o etanol está aí para ajudar.
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