A padronização das tomadas de carregadores dos veículos elétricos no Brasil deve ganhar fôlego nos próximos meses. O presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Adalberto Maluf, confirmou que um grupo de trabalho foi criado a pedido do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O objetivo é fazer com que fabricantes produzam o mesmo tipo de entrada para conectar automóveis às 1,5 mil bases de recarga no território nacional.
Maluf, que também é diretor de marketing da fabricante chinesa BYD, disse ao jornal Valor Econômico que aposta no desenvolvimento de carros elétricos no Brasil a partir da pesquisa com baterias. O executivo cita que fontes de lítio em Minas Gerais, Argentina e Chile podem alavancar esse mercado.
A falta de infraestrutura das estradas brasileiras para carros elétricos não impede o crescimento do setor. Conforme a explicação do diretor de vendas da fabricante chinesa, Henrique Antunes, 80% das recargas acontecem na própria residência dos donos do veículo. A BYD vai oferecer de graça o carregador rápido — chamado de Wallbox — para quem comprar o recém-lançado Tan EV (Eletric Vehicles) no Brasil.
Antunes também espera uma adaptação de comportamento; ele prevê que, aos poucos, usuários devem criar o hábito de parar para tomar um café em postos de recarga de carros elétricos — o mesmo costume que têm ao abastecer os veículos convencionais.
Uma das principais interessadas em criar postos de recarga para EVs é a Volvo A empresa sueca se comprometeu a instalar 13 corredores elétricos abrangendo 3.250 quilômetros de estradas. Essas estações são capazes de carregar os automóveis em 40 minutos.
Mercado de veículos elétricos e híbridos em alta
Em 2021, mercado de veículos leves e eletrificados (incluindo 100% elétricos ou híbridos) teve o melhor desempenho da série histórica feita pela ABVE, com 34,9 mil automóveis vendidos. A marca superou o patamar atingido em 2020, representando um aumento de 77%.
Como o Brasil ainda não fabrica carros 100% elétricos, o governo zerou a alíquota do imposto sobre importação de modelos do tipo seis anos atrás. Veículos movidos a hidrogênio também não são taxados para entrar no país.
Não é o caso de ônibus elétricos. A ABVE teme, no entanto, que uma decisão do Ministério da Economia zere o imposto sobre veículos de transporte coletivos movidos a energia elétrica, atendendo a um pedido de prefeitos.
Contra a aprovação estão Elektra, Marco Polo, BYD e Mercedes-Benz, que em breve deve fabricar ônibus elétricos em São Bernardo do Campo (SP). O argumento das fabricantes é de que a produção nacional não justifica a isenção tributária sobre esse tipo de veículo.