A DECO realizou um estudo onde calculou os custos de propriedade e utilização de carros elétricos pequenos, segmento médio e grandes.

Uma das desvantagens dos carros elétricos face aos carros com motor a combustão é o preço superior. Contudo, esse detalhe tem vindo a diminuir e, diga-se, com o passar dos próximos anos a diferença vai, segundo as previsões, desaparecer. No entanto, a DECO Proteste realizou um estudo que tinha como principal objetivo perceber se, ao dia de hoje, já compensa ter um carro elétrico. Para tal, calcularam os custos de propriedade e utilização de vários tipos de carros elétricos.

Feitas as contas, a DECO refere que “para condutores que andam mais de 25 mil quilómetros por ano e mantêm o carro durante 6 anos, um elétrico do segmento médio permite uma economia, sobre a primeira compra, de 12600 euros e 6300 euros, em comparação com um modelo a gasolina e a gasóleo, respetivamente. Mas, nalguns cenários, mesmo para baixas quilometragens anuais (até 5 mil quilómetros), já é possível obter vantagens com a opção pelo carro elétrico”, podemos ler em comunicado. Outro detalhe que merece destaque são as vantagens de clientes que procuram este tipo de automóvel em segunda mão. Isto porque, embora exista uma maior dúvida relativamente ao desgaste ou tipo de utilização das baterias por parte do anterior dono, a compra em segunda mão vai sofrer uma menor desvalorização.

Para Alexandre Marvão, especialista em Mobilidade da DECO Proteste, é preciso “garantir estabilidade fiscal a longo prazo e a redução efetiva do preço dos elétricos, quer pelo aumento da oferta, quer pela redução do custo das baterias e, por consequência, do custo de aquisição”. Para o especialista, “o incentivo também deve passar pela retoma dos subsídios ao abate de veículos em fim de vida que tenham emissões elevadas, quando a troca se faça para aquisição de veículos elétricos (carros, motas ou bicicletas)”. Este último ponto frisado por Marvão tem sido também “pedido” por parte de outras entidades como é o caso da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

Por fim, a DECO Proteste concluiu que os modelos pequenos e médios, seguindo a metodologia do estudo, os carros 100% elétricos já são a tecnologia mais barata e, com os “apoios e financiamento adequados”, é possível poupar bastante. Por outro lado, no caso de elétricos de maiores dimensões, aí a competitividade de preço apenas será conseguida em 2023.

De referir que este estudo foi realizado pela DECO Proteste em parceria com entidades semelhantes de Espanha, Bélgica, Itália, França, Alemanha, Chipre, Lituânia e Eslovénia. A investigação surge através da simulação de compra com base nas tendências de evolução dos custos até 2030. No cálculo total foram considerados todos os custos com a utilização e a propriedade de automóveis das várias tecnologias, como o preço dos veículos e a depreciação do mercado; os custos e o consumo de combustível/eletricidade; impostos (IVA, ISV, registo, IUC); e custos de seguro e manutenção.

Fonte: DECO Proteste

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