Apesar da Bugatti estar a viver tempos incertos, não só devido à pandemia mas também devido à sua possível aquisição por parte da Rimac, esta não ficou impedida de lançar um novo e arrojado modelo.
A marca francesa apresentou recentemente, através de uma apresentação mundial no seu canal de Youtube e no seu website, o seu novo hipercarro de estilo muito agressivo e também o novo elemento à coleção One-Off que a marca tem vindo a fazer crescer, o Bugatti Bolide.
A apresentação foi conduzida por Andy Wallace, o piloto de testes britânico da Buggati. O piloto em conjunto com membros da produção do carro analisou os detalhes do novo automóvel e acabando também por o conduzir.
O Buggati Bolide é alimentado pelo motor W16 icónico da marca, que também é utilizado no Chiron. É capaz de produzir uns estonteantes 1600 cavalos de potência usando o mesmo combustível convencional que é utilizado no dia-a-dia. No entanto se o motor foi abastecido com combustível de competição de 110 octanas será capaz de produzir ainda mais 250 cavalos, chegando assim aos 1850 cv , oferecendo uma distribuição de peso para binário de 0.67 kg/Nm e conseguindo ainda realizar uma aceleração 0-100 Km/h em apenas 2.17 segundos.
O Bolide possui uma grande coletânea de peças que visam reduzir o seu peso ao máximo possível, o que fez com que a Buggati recorresse ao fabrico de várias peças extremamente leves mas muito resistentes. Um exemplo deste tipo de peças é o veio auxiliar que liga a caixa de transmissões ao motor, este é feito de um metal híbrido composto por fibra de carbono e titânio que lhe confere um peso muito reduzido mas uma grande rigidez. Outra das peças também apresentadas é a haste da suspensão frontal que foi fabricada a partir de titânio e consegue aguentar com cerca de 3 toneladas. No total o Bolide pesa apenas 1240 Kg com o motor W16 incluído.
O exterior do carro com o seu aspeto agressivo foi alvo de uma construção muito robusta apesar de apresentar um aspeto bastante oco, especialmente na parte frontal.
A parte frontal apresenta várias entradas de ar que não só alimentam os dois radiadores presentes mas também servem como o início da “canalização” de ar até ao motor, sendo esta a primeira vez que a marca francesa canaliza ar pelo interior das rodas frontais. Os faróis LED têm um design muito subtil que pode ser facilmente confundido com o resto dos enormes guarda-lamas frontais. Também está presente um splitter em fibra de carbono que complementa todas as outras lâminas frontais do mesmo material. A clássica ferradura da marca também está presente marcando este carro como sendo o que tem a terceira mais pequena deste estilo, sendo o primeiro o EB 110 e o segundo o Centodieci.
As laterais continuam a possuir o clássico estilo da linha C da Buggati, ainda que esta agora seja muito mais subtil. As saias de carbono estão ligadas a saídas negativas de ar formadas por lâminas de carbono junto às rodas da frente; este design permite que fluxos de ar quente e frio circulem junto à cabine sendo que o ar frio acaba por entrar no motor. A traseira tem um design muito pouco comum de forma a também beneficiar a arquitetura do carro. O escape de quatro ponteiras é colocado mesmo no centro para permitir a maior extração de ar quente possível. O difusor é constituído por 3 camadas e é colocado o mais acima possível tendo em si integrada a luz traseira de aviso. Os faróis traseiros complementam o formato e tema em X desta parte do carro que em si representa o fator experimental ou “Xperimental” deste projeto. Por fim a grande asa traseira é ligada à barbatana que parte do centro da cabine.
A cabine em si é um compartimento de dois lugares com dois bancos bastante rebaixados e um volante que parecem saído de um carro de Fórmula 1, vários detalhes em fibra de carbono, um pequeno painel de instrumentos totalmente digital e ainda uma consola central minimalista que complementa o estilo de carro de competição. A cabine tem ainda um sistema de capotagem integrado que substituí a necessidade de uma jaula. No exterior há ainda uma enorme entrada de ar que alimenta o motor com uma enorme quantidade de ar frio, esta entrada possuí um sistema de bolhas integradas que pode ser ativado para reduzir a turbulência gerada neste canal a alta velocidade.
As rodas são compostas por jantes de fêmea central montadas em Michelin Pilot Sport lisos com largura de 340 mm à frente e 400 mm atrás. Para as complementar têm ainda na parte exterior discos de refrigeração que ajudam o arrefecimento dos travões.
Os engenheiros da Bugatti também realizaram simulações do carro (recorrendo ao modo de alta octanagem) na Nürburgring Nordschleife e no Circuit de La Sarthe (24 Horas de Le Mans), tendo percorrido os circuitos em 5:23.1 minutos e em 3:07.1 minutos respetivamente. No entanto o carro só esteve num único circuito até agora, o Circuito Paul Ricard.
Como se trata de um One-Off o Bugtti Bolide terá apenas algumas unidades produzidas, sendo que o Divo apenas teve 40 unidades então será de esperar que este novo modelo seja ainda mais exclusivo devido à sua natureza experimental.
Fonte: Bugatti