Nas lojas brasileiras desde setembro, o Commander, “irmão maior” da família Jeep produzida em Pernambuco, chega neste início de janeiro às ruas argentinas.

Embora seja oferecido nas versões Limited e Overland, as mesmas daqui, lá o carro só estará disponível em sua opção a óleo diesel, sempre com câmbio automático de 9 marchas e tração 4×4.

Aqui, além do propulsor 2.0 turbodiesel de 170 cv de potência e 38,7 kgfm de torque, temos nas lojas o moderno motor 1.3 turbo flex de até 185 cv e 27,5 kgfm, que também está sob o capô da maior parte das versões do SUV Jeep Compass e da picape Fiat Toro.

Uma das explicações para isso é o fato de que, na Argentina, automóveis a diesel, inclusive de passeio, são bem mais comuns nas ruas do que aqui, pois lá não há restrição a sua venda.

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Embora hoje já tenham diminuído de número, eles já chegaram a representar 39% das vendas em nosso vizinho – e, mesmo na Europa, ainda eram 50% dos carros novos em 2020 em alguns países.

Assim, nossos hermanos dirigem inúmeros modelos de passeio que também temos ou tivemos aqui no Brasil com diesel no tanque – como Peugeot 208 e 408, Citroën C4 Lounge, Ecosport, Chevrolet Spin e versões anteriores dos VW Fox e Spacefox, além de utilitários leves como Fiat Strada, Renault Kangoo e Citroën Berlingo.

Isso sem falar nos inúmeros modelos de passeio de quase todas as marcas que usavam esse tipo de mecânica por lá entre os anos 1970 e o começo desta década, parte deles ainda em atividade. Além do hábito, claro, há um fator econômico: a Argentina é um dos maiores produtores de biodiesel do mundo.

Fabricar aqui, vender lá

No caso da Jeep, vender modelos a diesel na Argentina também é uma questão de aproveitamento da produção nacional desse motor, que não tem tanta procura por aqui. Isso porque, além de serem bem mais caros no Brasil, ganhamos recentemente o eficiente motor 1.3 turboflex.

Graças ao avanço tecnológico, ele é potente, econômico e oferece um torque grande o suficiente para substituir o movido a óleo, mesmo em modelos com tração 4×4 – como está acontecendo em nosso mercado com o Renegade, também a partir deste mês.

Na ponta do lápis, o motor a diesel custa mais caro que o flex e, uma vez que algumas de suas maiores vantagens – economia de combustível e força em baixas rotações – estão sendo praticamente igualadas pelo rival, a tendência é que, ao menos em utilitários leves, ele saia mesmo de cena.

Isso, claro, até a chegada dos híbridos e elétricos – esses, os campeões absolutos de força e eficiência. Mas isso será assunto para outras matérias aqui no iCarros, talvez mais cedo do que possamos prever.

Diesel no Brasil

Em nosso país, desde 1976, a legislação limita o uso de motores a diesel para veículos de transporte de carga ou passageiros e a utilitários com tração 4×4 e reduzida. A justificativa inicial eram as emissões, maiores nesse tipo de propulsor – algo que, hoje, graças à tecnologia e à melhoria no combustível, não acontece mais.

Além disso, no Brasil, mesmo após a produção de petróleo ter ultrapassado em barris o que é consumido, boa parte do diesel é importado e pago em dólar. E ele é a base principal do transporte (rodoviário) de carga e do de passageiros. 

Não deixar a demanda por esse combustível crescer (e, com ela, a pressão por preços maiores) pode fazer, mesmo, algum sentido – vale lembrar que, aqui, há tempos, temos a opção do etanol produzido no Brasil, puro ou misturado a gasolina. 

Pensou em um carro híbrido, no qual um motor flex é combinado a um elétrico? Pois é, essa solução pode ser a mais viável para nosso mercado em curto e médio prazo, reduzindo de uma só vez as emissões de gases e a importação de gasolina – isso sem falar no que gastamos nos postos.

 

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