A Stellantis revelou planos que farão parte da empresa nos próximos anos. Segundo o CEO Carlos Tavares, o grupo assume o compromisso de se tornar neutra em carbono até 2038.

Isso significa que em 16 anos não haverá mais carros a combustão fabricado por nenhuma das 14 marcas que pertencem à Stellantis. Por se tratar de uma estratégia global, o Brasil está incluso na programação.

Mesmo por aqui, a Stellantis pretende tomar a liderança no seara dos carros eletrificados (hoje a líder é a Toyota). Em outras palavras, quer dizer que toda a gama nacional precisará ser substituída.

Entre as novidades na área de veículos elétricos, foram anunciados um novo Jeep, que será global e chegará em 2023 (ainda sem nome divulgado), e a versão elétrica da picape RAM 1500.

O novo Jeep é um carro compacto, mas que não deve tomar o lugar do Renegade. Já a picape é uma candidata a enfrentar a Ford F-150, nos Estados Unidos, que é elétrica.

Novo Jeep elétrico será global e chega em 2023 — Foto: Divulgação

Nesse período de transição, o executivo português apresentou o plano chamado “Dare Forward”, algo como “avanço ousado”, que tem como principal objetivo reduzir a pegada de carbono em 50% no mundo até 2030.

Para isso, a promessa é de que 100% dos carros do grupo vendidos na Europa serão elétricos, e 50% nos EUA até a data. Além disso, a pretensão é dobrar o lucro da companhia se comparado a 2021 e se tornar a líder em termos de satisfação do cliente.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis — Foto: Thais Villaça

A América Latina tem um papel importante na estratégia da empresa, embora 90% dos lucros estejam concentrados nos mercados europeu e norte-americano.

“Temos dois reatores representados pela Europa e pelos EUA, mas a América Latina tem potencial para ser nosso terceiro reator. Já percebemos o que precisamos ajustar no cenário econômico para explorar esse potencial de crescimento”, afirmou Tavares.

Sketch da nova RAM elétrica. Picape será uma concorrente para a Ford F-150 Lightning — Foto: Divulgação

O CEO afirmou ainda que a vantagem do mercado brasileiro nesse plano sustentável é o uso do etanol, mais limpo que os combustíveis fósseis. “Mas temos que pensar na redução da pegada de carbono como um todo, desde os fornecedores aos processos de fabricação à reciclagem e descarte das baterias.”

O próximo passo para um programa eficiente de eletrificação no país é baixar os preços das baterias para que os carros elétricos sejam mais competitivos, já que o Brasil não oferece incentivos fiscais para esses veículos.

“Precisamos fazer carros que as pessoas possam comprar. Atualmente carro elétrico é só para os ricos”, concluiu.

Tavares mencionou rapidamente como a Stellantis vem encarando as consequências da invasão russa à Ucrânia. “Nossa responsabilidade maior agora é a segurança de nossos 71 funcionários na Ucrânia. Estamos em contato com eles para garantir que fiquem seguros”, disse.

Ele garantiu que a empresa vai estudar as sanções que serão definidas contra a Rússia para transformá-las em atos. “Por sorte nosso negócio na Rússia é pequeno, mas nossa preocupação é humanitária.”

Situada em Kaluga, a fábrica da Stellantis no país produz as vans Peugeot Expert e Citroen Jumpy desde 2018. Segundo informações do grupo, dos quase 2 milhões de veículos comerciais vendidos no mundo em 2021, a unidade russa foi responsável por apenas 11 mil delas.

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