Há muito você já acompanha aqui no AUTOO informações sobre o projeto da Jeep para construir um inédito modelo de entrada, carinhosamente apelidado pela mídia especializada internacional de “baby Renegade” devido ao seu posicionamento abaixo do atual SUV compacto da marca.

Aqui no Brasil, a Jeep deixou claro que um modelo com essa proposta não seria algo interessante, em especial com o surgimento da Stellantis e a estratégia de complementaridade que vai permear as marcas do grupo.

Vale lembrar que será por meio do Fiat Pulse que a Stellantis vai atuar no segmento de crossovers abaixo dos SUVs compactos, portanto um rival para VW Nivus, CAOA Chery Tiggo 3 e, quem sabe até, eventualmente o Nissan Magnite produzido no país.

De qualquer forma, a ideia de um modelo ainda menor do que o Renegade ganha força em especial no mercado indiano, onde veículos com menos de quatro metros são enquadrados em uma faixa tributária menor, portanto chegam ao mercado com valores mais convidativos.

Segundo novas informações que foram apuradas na Índia, está ganhando força a possibilidade da Jeep investir nesse modelo inédito graças à ajuda das novas irmãs de conglomerado Peugeot e Citroën.

Desafios

Segundo reportam revistas e sites indianos, se a atual plataforma (Small Wide) que sustenta os projetos dos Jeep Renegade e Compass não permitiria construir um modelo com dimensões muito menores, a saída seria emprestar a plataforma CMP desenvolvida pelos franceses.

A arquitetura, inclusive, serve de base para o projeto do novo Citroën C3 nacional, que se tornará um crossover pequeno acessível, contudo, no caso da Jeep, ela poderá implicar em algumas questões polêmicas para a fabricante.

A primeira delas é que a plataforma CMP não contempla a possibilidade de tração nas quatro rodas, sistema que sempre esteve presente em modelos da Jeep ao longo dos últimos 80 anos.

Com isso, fica a questão: será que valeria a pena a Jeep abrir mão do seu vínculo tão forte com o 4×4 para viabilizar um novo modelo?

Abrir mão de algumas de suas características mais enraizadas em alguns casos pode ser até mesmo necessário para que as fabricantes possam oferecer produtos mais alinhados com as novas demandas do público e realidades de mercado.

A BMW é um bom exemplo. Se antes todos os seus projetos contemplavam ao menos tração traseira, o atributo deixou de ser algo “obrigatório” nos carros da marca a partir da terceira geração do Série 1, lançada em 2019.

Indianos querem a novidade

Uma possibilidade para a Jeep oferecer uma opção com tração integral para o seu crossover pequeno seria a aposta em alguma forma de conjunto propulsor híbrido que contemple a instalação de um motor elétrico no eixo traseiro, garantindo tração para as rodas ali posicionadas.

A segunda questão que envolve um desafio para a Jeep será conseguir um preço extremamente competitivo para um modelo abaixo do Renegade.

Isso implica em reduzir custos de produção, investir na produção local de componentes bem como um projeto para o veículo que contemple soluções orientadas para a redução do valor final do carro.

São pontos que a Citroën, por exemplo, trabalhou intensamente no desenvolvimento do programa C-Cubed, que dará origem à nova família de modelos para mercados emergentes na qual o novo C3 está inserido.

Com todos esses pontos para serem endereçados, ainda não há previsão para a estreia do futuro crossover pequeno da Jeep, mas é fato que os indianos estão trabalhando para tirá-lo do papel.

Estou focado em trazer para o mercado indiano um modelo da Jeep com menos de quatro metros. Isso está sendo desenvolvido ativamente e faz parte da estratégia de novos produtos que temos. A arquitetura da novidade e o conteúdo do modelo estão sendo ajustados”, declarou Partha Datta, até então presidente da FCA India, em janeiro deste ano durante entrevista ao Autocar India.

Projeção de Kleber Silva para crossover da Jeep abaixo do Renegade
Imagem: Kleber Silva/KDesign AG



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