A grande novidade que animou o mundo da resistência, foi o surgimento da classe LMDh, um versão atualizada dos atuais Dpi, com integração de um sistema híbrido e a possibilidade de correr em Le Mans e no WEC. João Barbosa mostrou-se satisfeito com a novidade, mas deixou alguns avisos:

“Era uma mudança que Le Mans e o WEC precisavam. O IMSA tem um campeonato sólido o que não acontece tanto do lado do WEC. Faz todo o sentido os regulamentos convergirem, sem dúvida, mas aqui nos EUA tem de fazer sentido a nível financeiro. Eles não podem fazer estas mudanças com equipas privadas (com algum apoio dos construtores) se não fizer sentido a nível financeiro para os privados continuarem, ou podemos ter uma situação como a que temos no WEC e o campeonato acaba. Nesse aspeto, aqui nos EUA, há uma visão mais realista pois não se baseiam nos construtores. A vontade é ter sempre alguns construtores, mas a base forte é sempre constituída por equipas privadas. “

“Tudo que envolva mais custos implica sempre alguns pontos de interrogação. Incluir um sistema híbrido nos carros não é só colocar os componentes. São necessários mais engenheiros, mas pessoas especializadas nessa vertente, portanto vai evolver muito mais manutenção e um carro um pouco diferente. Tem de ser tudo muito bem equacionado pois os custos já estão muito elevados com estes novos protótipos, as equipas já têm muitos encargos para fazer uma época completa. Criar carros mais complexos e dispendiosos não sei se será muito bom se não houver outro tipo de apoio.”

O “lado europeu” foi obrigado a olhar para a solução americana com atenção e a aposta nesse modelo suscitou grande interesse das marcas, que já olhavam para o IMSA como uma possível aposta, desde a entrada da filosofia Dpi:

“Apesar de tudo sempre tivemos um campeonato muito competitivo, mesmo sem seguir os regulamentos da Europa, e com os Dpi ficou provado que este era realmente um bom caminho e que poderíamos ter um bom campeonato com marcas novas envolvidas. Na Europa começaram a ver com mais atenção esta filosofia, talvez por terem ficado sem outras opções, pois tornou-se insustentável os construtores terem tantos custos para ter apenas dois protótipos a fazer Le Mans. Esta solução faz todo o sentido pois um carro que pode correr tanto nos EUA como na Europa abre logo um leque de possibilidades muito maiores e mais interessantes. Podem participar em qualquer um dos campeonatos sem ter o dobro do investimento. É algo que já deveria ter acontecido. O lado europeu nunca mostrou grande vontade, mas agora parecem ter admitido que esta é uma boa solução e ainda bem, pois faz todo o sentido.”

Entrevista completa AQUI



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