Uma das montadoras mais cultuadas por seus esportivos com desempenhos arrebatadores e motores V8, V10 e V12 bebedores de gasolina, a Lamborghini também vai se render à era da eletrificação. E as mudanças começam já no ano que vem.

Essa é uma medida sem escapatória para todas as fabricantes de automóveis do mundo, começando pelas com sede em países da Europa. Isso porque as exigências de redução de emissões impostas pela União Europeia estão cada vez mais rígidas, e os motores a combustão, sozinhos, não conseguem cumprir tais metas. Ainda mais os de superesportivos, que são maiores e menos eficientes.

Stephan Winkelmann, CEO da Lamborghini, revela os planos da empresa para os próximos anos — Foto: Divulgação

Nesta semana a BMW anunciou que vai parar de produzir motores V12 com o objetivo de se enquadrar nas regras. Em junho sairão de sua linha de montagem as últimas 12 unidades de seu 6.6 V12 biturbo que equiparão uma série especial de despedida do M760i xDrive. A Lamborghini, porém, ainda quer salvar seus motorzões.

Segundo Stephan Winkelmann, CEO da empresa, a transformação dos carros atuais em modelos híbridos deve reduzir pela metade os índices de emissões da companhia. O executivo acredita ainda que os clientes da marca estão preparados para essa mudança de paradigma: “Com certeza, eles sabiam que a hibridização chegaria. Sempre dissemos que não precisaríamos ser os primeiros, mas uma vez que entrássemos nesse universo, seríamos os melhores. Isso é algo que temos convicção de que vá acontecer”, disse em entrevista à revista britânica Autocar.

A montadora confirmou que 2022 será então o último ano em que produzirá veículos exclusivamente a combustão, inaugurando a era da eletrificação de seus modelos exatamente 60 anos após a estreia de seu primeiro carro no Salão de Turim de 1963, o 350GT.

“Até 2025 vamos oferecer apenas híbridos em nossa linha. Isso vai diminuir as emissões de CO² em ao menos 50%”, afirmou Winkelmann.

Já em 2028 deve chegar ao mercado o primeiro elétrico da marca. Nos seis anos até que isso ocorra, a Lamborghini seguirá os passos das “irmãs” Porsche e Bentley, que primeiro tiveram modelos híbridos antes de apostarem suas fichas em um carro movido a eletricidade – a Porsche já vende o Taycan, mas o primeiro elétrico da Bentley é prometido para 2025.

Urus terá versão híbrida plug-in a partir de 2024 — Foto: Divulgação

O CEO, porém, faz questão de frisar que mesmo os híbridos devem manter a tradição da marca italiana: “Não estamos planejando fazer motores V6”. Isso porque, de acordo com ele, motorzões como o V10 do Huracán e o V12 do Aventador são “parte da nossa herança”.

Mas a coisa não é tão simples assim. Não basta apenas aliar os atuais propulsores a unidades elétricas para reduzir emissões. E Winkelmann sabe disso, mesmo tendo consciência sobre a dificuldade de produzir um V12 mais “limpo”. “Por exemplo, o V12 usado no sucessor do Aventador será completamente novo. Desde que atinja as metas, é o que pretendemos entregar.”

Substituto do Aventador manterá V12 em linha, mas combinado a motores elétricos — Foto: Lamborghini São Paulo/ Edison Carvalho

Falando em sucessor do Aventador, o carro será lançado em 2023 (após ser revelado no fim deste ano) equipado com sistema híbrido plug-in composto por um motor a gasolina e um supercapacitor de armazenamento de energia como o usado no Sián. Isso permitirá um aumento considerável na potência e que o futuro esportivo consiga rodar em velocidades mais altas por longos períodos.

Em seguida serão apresentadas as versões híbridas do Urus (2024) e do Huracán (2025) com conjuntos parecidos, mas ainda não foi confirmado se manterão seus respectivos motores V8 e V10 sob o capô.

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