O McDonald’s foi notificado pelo Procon por vender um sanduíche chamado “McPicanha” que não traz o corte bovino no hambúrguer. Na realidade, o sabor de picanha estava apenas no molho, causando o descontentamento de vários clientes. A franquia optou por remover o sanduíche do cardápio temporariamente, enquanto um novo nome é definido.

Eterno rival do McDonald’s, o Burger King se antecipou e divulgou que o Whooper de costela tem apenas o aroma da carne, apesar do nome sugerir que o corte suíno está no sanduíche.

A indústria automotiva também tem os seus McPicanhas e Whoopers de costela. Em mais uma lista, Autoesporte elege cinco carros que, assim como os sanduíches de fast food, prometeram e não cumpriram.

Taycan Turbo, que não tem turbo

Taycan é um carro elétrico. Portanto, não tem turbo — Foto: Divulgação

A Porsche sempre utilizou “Turbo” como o sobrenome de seus automóveis. A fim de manter essa padronização, a marca alemã optou por manter a nomenclatura nas versões mais caras do Taycan. Só há um problema: ele não tem turbo.

O Taycan é um carro elétrico. Sendo assim, é impossível que ele tenha um turbocompressor no motor como as unidades a combustão. Mas julgando pelos 761 cv de potência e absurdos 107,1 kgfm de torque, podemos dizer que ele entrega algo ainda melhor que os carros a combustão com turbocompressores.

Porsche Taycan Turbo S: o supercarro elétrico que desafia a gravidade

Quatro anos depois, ninguém parece lembrar da discussão. O Taycan se tornou um dos carros elétricos mais vendidos do mundo, consagrando o potencial da Porsche na categoria. Mas que foi estranho, foi…

Veloster, o esportivo que não entrega

Tem como defender a Hyundai Caoa no lançamento do Veloster? — Foto: Divulgação

O caso do Veloster é bem parecido com o do McDonald’s. Isso porque a Hyundai Caoa foi processada por clientes que adquiriram o modelo. Na época, a fabricante anunciou que o hatch teria motor 1.6 de 140 cv com injeção direta de combustível, além de vários outros equipamentos de segurança e conforto. Mas nada disso chegou aos consumidores.

Um cliente ficou famoso por vencer uma ação contra a Hyundai Caoa em 2015, que foi condenada a dar um modelo 0 km nas especificações divulgadas anteriormente. As partes acabaram fazendo um acordo, com indenização em dinheiro. O Veloster foi vendido no Brasil entre 2011 e 2014, e a Caoa optou por não importar a nova geração.

Diz que é MSI, mas não é

Fox Rock in Rio tem o emblema MSI, mas não tinha motor 1.6 16V — Foto: Divulgação

A sigla MSI (Multipoint Sequencial Injection, ou injeção de combustível multiponto) é utilizada pela Volkswagen desde 2014 para identificar o motor 1.6 de 16 válvulas. Internamente, a unidade é chamada de EA211. Nos últimos anos, este propulsor equipou Gol, Fox, Voyage, Saveiro, Polo, Virtus e até o Golf nacional, desenvolvendo 117 cv de potência e 16,5 kgfm de torque.

A Volkswagen optou por manter em linha o antigo motor 1.6 de 8 válvulas o EA111, que entrega 104 cv e torque de 15,6 kgfm. O problema é que Fox, Gol, Saveiro e Voyage receberam o emblema “MSI” até nas versões que não tinham o novo motor de 16 válvulas. Isso causou confusão nas concessionárias.

Para diferenciar os motores, a Volkswagen pintou a letra “I” de vermelho nos emblemas de modelos com o novo motor 1.6 de 16 válvulas. As configurações com o motor de 8 válvulas tinham as letras totalmente cromadas, sem detalhes vermelhos. Ou seja, apesar do emblema “MSI” na tampa do porta-malas, nem todos os modelos eram, de fato, MSI.

BMW i4 faz barulho, mas é elétrico

BMW i4 é o novo esportivo elétrico da marca — Foto: Divulgação

A característica mais curiosa dos carros elétricos é que eles não fazem barulho. Quer dizer… até fazem, mas só para que sejam identificados pelos pedestres quando estiverem passando. Mas este não é o caso do BMW i4.

O i4 é um esportivo com 544 cv na versão mais cara, a M50. Neste caso, o cupê pode atingir 100 km/h em míseros 3,3 segundos, sendo 0,3 segundo mais rápido que o M3 Competition. A BMW achou que seria legal incluir um barulho “fake” de motor a combustão para instigar o motorista nas acelerações mais vigorosas.

Este som “fake”, no entanto, não é exclusividade da BMW – e nem de veículos elétricos. Alguns esportivos a combustão também simulam sons mais vigorosos dentro da cabine. Neste caso, o objetivo é reduzir emissões sonoras, que também são levadas em conta na hora de homologar um carro.

Promete emissões controladas, mas polui 40 vezes mais

Volkswagen Touareg TDI americano foi pivô de esquema de fraude — Foto: Divulgação

Em 2015, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos notificou a Volkswagen por violar a lei de emissão de gases tóxicos em motores a gasolina e diesel. A fabricante alemã modificou o software da injeção eletrônica para causar uma redução temporária na emissão de óxido de nitrogênio, que é muito nocivo para a saúde. Sem a trapaça, os veículos a diesel chegavam a emitir 40 vezes mais.

O chamado escândalo Dieselgate teve a Volkswagen como pivô, mas acabou envolvendo outras fabricantes. O ex-ministro de Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, chegou a citar 16 marcas envolvidas no esquema, incluindo Renault, Suzuki, Jeep e Hyundai.

Para saber mais sobre o Dieselgate, não deixe de conferir este material especial que a Autoesporte produziu, mostrando cada etapa da fraude e suas consequências.

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