Correndo contra o tempo para solucionar os problemas que surgiram na abertura do campeonato, na Áustria, a Mercedes já desvendou o que estaria causando a instabilidade nos sistemas do W11, situação que piorou devido às características do Circuito de Spielberg. Apontando ruídos elétricos como responsáveis pelas falhas na caixa de câmbio e sensores, a hexacampeã de construtores acredita que é apenas questão de tempo até que mais erros surjam ao longo da temporada.

Valtteri Bottas e Lewis Hamilton, da Mercedes, no GP da Áustria 2020 — Foto: Bryn Lennon/Getty Images

– Nós estivemos alertas à respeito disso na sexta-feira, quando você viu que Valtteri teve um problema no fim de uma das sessões. Esse foi o primeiro sinal de que tínhamos um problema. Tivemos dificuldades recorrentes ao longo do sábado, e indo para a corrida, estávamos esperando isso porque parecia ser uma característica do modelo. Então, nesse momento, se construirmos o carro e colocá-lo para funcionar, o problema vai aparecer em algum ponto. É apenas uma questão de quando – disse Andrew Chovlin, engenheiro de pista da Mercedes.

Na corrida, logo após o abandono de Lance Stroll, da Racing Point, com problemas no motor Mercedes, a equipe acendeu o alerta para Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, que brigavam pela liderança. O dano foi observado no carro do finlandês e, depois, no do britânico, que precisaram diminuir a intensidade da disputa e, principalmente, evitar passar pelas zebras, para afastar os riscos de um abandono duplo.

Inicialmente, a atual campeã creditou os problemas nas caixas de câmbio às fortes vibrações emitidas pelas altas zebras do traçado do circuito austríaco. Toto Wolff, chefe da equipe, chegou a garantir que a Mercedes solucionaria os problemas a tempo para o GP da Estíria, no próximo fim de semana. No entanto, segundo Chovlin, a situação demanda mais preocupação:

– (O problema) não está se manifestando como uma única coisa, é basicamente um acúmulo de ruídos elétricos. Isso começa a interferir em vários sistemas. Com Valtteri, vimos isso por volta da metade da corrida. Ficou progressivamente pior com Lewis, e apareceu posteriormente. Mas é um ruído elétrico que afeta muitas coisas diferentes.

Embora a Mercedes tenha mantido o desempenho superior às rivais nos testes de pré-temporada, a equipe já havia dado pistas de que enfrentaria problemas no desenvolvimento do carro e da unidade de potência para 2020. Duas semanas antes das atividades em Barcelona, o então engenheiro-chefe Andy Cowell havia falado em “enfrentar probleminhas” na conclusão do motor, mas fugiu de detalhes sobre as supostas falhas.

No entanto, o hexacampeão Lewis Hamilton expressou preocupação com o cenário, afirmando que a equipe possuía uma série de problemas a serem resolvidos para o começo da temporada, então previsto para 15 de março, antes da pandemia do coronavírus.

Hamilton guia Mercedes na pré-temporada de 2020, em Barcelona — Foto: Getty Images

– Acho que tivemos um bom teste de inverno, mas não foi perfeito. Descobrimos que temos um monte de problemas que estamos tentando solucionar. Definitivamente não é um cenário tranquilo ou fácil para nós – declarou o britânico na época.

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