A Mercedes-Benz apresentou ontem (15) seu primeiro veículo elétrico. Mas, embora a União Europeia tenha exigido metas ambientais mais rígidas em termos de emissões, alguns de seus concorrentes de luxo, incluindo Ferrari e Lamborghini, estão ficando para trás em suas estreias totalmente elétricas.
No anúncio oficial, a montadora alemã de luxo disse que seu primeiro carro elétrico, o EQS, deverá competir diretamente com o Tesla Model S e o Porsche Taycan quando estiver à venda em 2022.
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O site de pesquisa automotiva Edmunds estima que o EQS custará US$ 110 mil, enquanto o Tesla Model S custa cerca de US$ 69 mil e o Porsche Taycan está avaliado em quase US$ 80 mil.
No início da quinta-feira (15), o presidente da Ferrari, John Elkann, disse que a montadora italiana de carros de luxo planeja lançar seu próprio veículo elétrico, mas não antes de 2025.
Algumas outras marcas europeias de automóveis de luxo, Audi, BMW, Porsche e Jaguar, já revelaram seus primeiros modelos de carros elétricos, ou planejam fazê-lo em breve.
Outra grande marca de luxo europeia, a Lamborghini, que pertence ao grupo Volkswagen, também não anunciou o desenvolvimento de um veículo totalmente elétrico.
A Mercedes-Benz, que pertence à Daimler AG, planeja colocar o EQS nas ruas no próximo ano como parte da estratégia das montadoras de obter metade de suas vendas totais em veículos elétricos até 2030.
A Ferrari segue um caminho mais longo na adoção de carros elétricos. Em abril de 2016, seu ex-CEO Sergio Marchionne rejeitou a ideia de desenvolver um veículo elétrico, chamando o conceito de “obsceno”, citando, entre outras coisas, que o som do motor de combustão interna (ICE) é uma das atrações de dirigir um carro esporte Ferrari. No final de 2019, o sucessor de Marchionne, Louis Camilleri, disse que, levando em conta o desenvolvimento tecnológico contínuo da marca, um carro elétrico da montadora chegaria – mas não antes de 2025. Agora, a empresa italiana adiantou um pouco esse cronograma. Brad Gastwirth, estrategista-chefe de tecnologia da Wedbush Securities em Los Angeles, disse à Forbes que a Ferrari e a Lamborghini estão atrasadas porque estão aperfeiçoando o lançamento. “É melhor não se apressar e fazer certo do que correr e ficar ruim”, acrescentou.
Matthias Schmidt, analista automotivo da Schmidt Automotive Research em Berlim, disse à Forbes que, para alguns fabricantes de automóveis de luxo, como Ferrari e Lamborghini, o lucro extremamente positivo com os veículos ICE (carros com motor a combustão) atrasam a transição para veículos elétricos. Na verdade, a Lamborghini registrou lucro recorde de US$ 1,93 bilhão no ano passado, enquanto o lucro líquido da Ferrari no quarto trimestre de 2020 aumentou quase 63% ano a ano.
Gastwirth disse à Forbes que espera ver as montadoras de carros de luxo aumentarem a fabricação de veículos elétricos nos próximos anos. “Muitas pessoas querem eliminar o gás emitido. Espero que todos os principais fabricantes de automóveis de luxo apresentem carros elétricos em algum momento. Estamos apenas no começo.”
US$ 1,2 trilhão: é o valor que o mercado global de veículos elétricos será avaliado até o ano de 2027, de acordo com a Million Insights, uma empresa de pesquisa de mercado com sede em San Jose, Califórnia. Esse número equivale a uma taxa composta de crescimento anual de 41,5% entre 2020 e 2027.
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