O Mercedes-Benz EQC apareceu pela primeira vez no Brasil em fevereiro deste ano – e até visitou, como conceito, o Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018. Se há poucos meses custava R$ 477.900, agora, bateram o martelo: R$ 575.000.
Segundo a marca, o aumento de quase R$ 100.000 se deve à valorização do dólar desde então (à época, a cotação estava em torno de R$ 3,80 e, nos dias atuais, está em torno de R$ 5,40). Com isso, mantém o título de elétrico mais caro do país – pelo menos até o lançamento do Porsche Taycan, de R$ 589.000.
Mas os concorrentes também tiveram aumentos nos últimos. O Audi e-tron, que partia de R$ 459.000, agora custa de R$ 531.990 a R$ 571.990. Já o Jaguar I-Pace, que é oferecido em configuração única, passou dos R$ 466.950 para R$ 487.950.
De série, o novato oferece sistemas de condução semiautônoma, detector de fadiga, head up display, sistema de câmeras 360º, assistente automático de estacionamento, rodas aro 20, teto solar, chave presencial, som Burmeister e central MBUX.
Construído sobre a plataforma do GLC, o EQC tem dois motores capazes de entregar até 408 cv de potência e 77,5 kgfm de torque – e atuam em ambos os eixos. Já as baterias de íons de lítio, instaladas sob o assoalho, têm 80 kWh de capacidade.
De acordo com a empresa, esse conjunto permite autonomia de 370 km a 417 km no ciclo WLTP (mais realista que o ciclo NEDC). Com peso vazio de 2.495 kg, que é quase igual ao do Classe G (2.485 kg), promete chegar aos 100 km/h em 5,1 s.
“Para boa parte dos clientes, é mais que suficiente. Poucas pessoas viajam a Brasília com o carro, por exemplo. É muito mais prático pegar um avião”, explica Rogério Montagner, especialista em mobilidade e eletrificação pela Mercedes-Benz.
Sem opcionais, o SUV oferece três anos de garantia (com direito a manutenção incluída), enquanto o período específico para as baterias sobe a oito anos. O modelo também traz de série a estação de recarga “Wallbox” e um ano de energia gratuita.
“Consideramos essa cobertura coerente para tecnologias, Com o período de oito anos, dá para atender até três ou quatro clientes, considerando que cada um fica, média, dois anos com o veículo. Mas sempre analisamos cada caso”, diz Montagner.
Para abastecer as baterias, são necessárias aproximadamente 11 horas com o equipamento fixo, contra as 40 horas do carregador portátil – que, segundo a marca, serve apenas para emergências. Em estações públicas, são 40 minutos até os 80%.
Diferentemente de concorrentes, como Audi, BMW e Porsche, a Mercedes-Benz não tem planos para pontos de recarga rápida. “Estamos focados no carregamento caseiro, porque o cliente não precisará disso no uso urbano”, afirma o especialista.
Por enquanto, as vendas do EQC ficarão limitadas a apenas 13 concessionárias – e todas nas capitais das regiões sul e sudeste, além do Distrito Federal. E o fabricante não revela quantas unidades pretende vender (ou quantas já foram vendidas).
“Não posso dizer o número de unidades. Mas, em janeiro tinha número X. Em fevereiro, quando mostramos aos brasileiros, chegamos a 2X. Hoje, para ser conservador, as vendas estão um pouco abaixo da previsão inicial”, conta Montagner.
De acordo com o executivo, que é responsável pelas estratégias no Brasil e também para a América Latina, a ideia é oferecer ao menos uma unidade do EQC em cada showroom especializado. Já as entregas ficaram para fim do mês de setembro.
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