Os tempos estão mudando rapidamente na indústria automotiva.

As fabricantes entenderam a importância da eletrificação e ninguém está livre disso. Nem mesmo os esportivos, e o Mercedes-AMG CLS 53 não me deixa mentir.

Coube ao cupê de quatro portas de R$ 621.900 a responsabilidade de ser o primeiro modelo com tecnologia híbrida leve (que apenas alimenta alguns sistemas elétricos, mas não traciona o veículo) vendido pela AMG. O motor é um 3.0 biturbo de seis cilindros em linha com compressor elétrico, entregando 435 cv e torque máximo de 53 kgfm.

Silhueta esguia é marca registrada do CLS, que inaugurou segmento dos cupês de quatro portas - Marcos Camargo/UOL

Silhueta esguia é marca registrada do CLS, que inaugurou segmento dos cupês de quatro portas

Imagem: Marcos Camargo/UOL

Ele é assistido por um sistema elétrico de 48 volts que fornece 22 cv e 25 kgfm, mas atua em determinadas situações, como nas arrancadas e retomadas.

Na prática, o compressor evita qualquer atraso na resposta do motor ao encher a turbina – o famoso turbo lag. Já o sistema elétrico (que a Mercedes chama de EQ Boost) também abastece a rede elétrica convencional do veículo, fornecendo energia para iluminação interna, central multimídia e telas do painel.

Veloz e estiloso

O design do CLS continua encantador como acontece há três gerações. As linhas fluidas da carroceria casam bem com a identidade visual da Mercedes, embora o estilo seja menos agressivo do que seu antecessor.

A cabine é tomada pelas duas telas de 12,3 polegadas, sendo que o painel digital traz três estilos de visualização (clássico, esportivo e progressivo). Já a central multimídia tem navegação um pouco confusa, especialmente porque a Mercedes insiste no seletor giratório para selecionar as funções dos menus em vez de simplesmente oferecer uma tela tátil.

Outra peculiaridade negativa do CLS 53 é a alavanca de seleção das marchas do lado direito do condutor, onde normalmente ficam os comandos dos limpadores de para-brisa. É uma característica comum nos modelos “civis” da marca, mas estranho se lembrarmos que a maioria dos carros da AMG trazem a alavanca no console central.

Há pequenos mimos típicos dos Mercedes mais luxuosos, como iluminação ambiente até nas saídas de ar-condicionado e massageadores nos bancos dianteiros.

Painel digital é

Painel digital é “grudado” com tela da central multimídia, que não é tátil

Imagem: Marcos Camargo/UOL

Quem está habituado com o som típico dos AMG vai estranhar logo de cara. Aperto o botão de partida e nada daquele rugido que a gente conhece tão bem. Apenas um som discreto (para um AMG, que fique bem claro) e nada mais. Confesso que fiquei um pouco decepcionado.

A boa notícia, porém, é que o ronco metálico que fascina tanta gente ainda existe no CLS. Porém, ele só dá as caras quando o motorista pisa mais fundo. E isso é uma tentação quando se trata de um carro que vai de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e atinge a velocidade máxima de 250 km/h.

Design elegante e quatro saídas de escapamento marcam a traseira do CLS - Marcos Camargo/UOL

Design elegante e quatro saídas de escapamento marcam a traseira do CLS

Imagem: Marcos Camargo/UOL

Apesar dos números impressionantes, o modelo não está no mesmo patamar da linhagem 63, da qual fazem parte carros como o C 63. Porém, bom lembrar que isso não significa que o CLS é decepcionante – muito pelo contrário.

O CLS 53 empolga quem está ao volante, mas é menos visceral perto de outros modelos mais badalados (e possantes) da AMG. Se dinheiro não é problema para você, saiba que o CLS é um carrão feito para longas viagens com uma boa pitada de diversão. É só abrir a carteira e ser feliz.

* Agradecimentos: Casa Aramis (Aramis Menswear)

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