Os Metalúrgicos do ABC, participaram na manhã de ontem do seminário “Híbrido Etanol: O Motor do Futuro – Uma agenda de desenvolvimento, emprego e sustentabilidade”, realizado na cidade de Araraquara, interior de São Paulo. O encontro reuniu representantes de sindicatos, empresas automobilísticas, empresas do setor sucroenergético, acadêmicos e do poder público. O foco foi a transição do motor movido a gasolina para um motor híbrido etanol, antes de chegar ao motor 100% elétrico.

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, mediador da primeira mesa do evento, destacou que a transição desses motores representa uma oportunidade para o país. “O Brasil terá nessa transição, do carro elétrico, mas movido a célula de etanol, uma oportunidade interessante. Nosso país tem condições para desenvolver, tem pesquisas já realizadas, portanto, terá um custo menor do que o desenvolvimento de um carro puramente elétrico”.

“O Brasil neste momento tem uma oportunidade única, tendo em mãos as tecnologias do etanol e a do carro flex, tem a possibilidade de criar suas próprias condições e o seu próprio mercado, incentivar a pesquisa, e principalmente ter a oportunidade de ser exportador dessa tecnologia ao invés de importar”, reforçou.

Unidade pelo emprego

Para Wagnão, o debate serviu para unir todos os setores da indústria. “Foi um evento de sucesso, podemos ver pela representação dos palestrantes do movimento sindical, acadêmico, do poder público e também representantes das empresas automobilísticas e do setor sucroenergético. A competição internacional sobre mudanças energéticas requer que nós fiquemos unidos, que tenhamos unidade de trabalho com todos que têm preocupação com os empregos e com os rumos da indústria”.

Capacidade de produção brasileira

Palestrante do seminário, o diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, lembrou que o Brasil não pode depender de importações neste setor.

“Quando vemos Estados Unidos, China, Europa, discutindo a implantação de uma frota elétrica, causa uma preocupação sobre os trabalhadores deste setor, inclusive no Brasil. Mas quando falamos da importação de veículos elétricos, acabamos abrindo mão de um setor importante como esse, e criamos um desequilíbrio social e fiscal no país. Nós vamos abrir mão de uma capacidade instalada de produzir 5 milhões de veículos por ano? Essa é uma pergunta que devemos fazer”.

O dirigente destacou sobretudo a questão do emprego. “A pesquisa e desenvolvimento, baseados no que já temos no Brasil, precisam sempre estar atrelados a oportunidades de geração de emprego, inovação e de reconversão industrial no país”.

Foco na questão ambiental

Outra questão destacada pelo palestrante foi que veículos movidos a etanol causam menos danos ao meio ambiente, o que pode ser uma estratégia interessante para o Brasil.

“O debate pautou a necessidade de o Brasil ter políticas que apontem qual o futuro do setor automotivo e como ele pode contribuir na redução de emissão de gases do efeito estufa, o CO2. Muito se fala no mundo sobre uma mudança na matriz energética, em um veículo puramente elétrico, porém, essa decisão não está levando em conta a realidade e as oportunidades que os países têm”.

“O seminário levantou a possibilidade de se pensar no motor híbrido flex, e utilizar o etanol e a tecnologia do veículo elétrico, juntar os dois e com isso ter um efeito melhor na redução de emissão de CO2. Assim é possível ter mais eficiência energética, além de apostar em tecnologias brasileiras, no desenvolvimento de soluções para a melhoria do carro e para a geração de novas tecnologias desse veículo”, concluiu.



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