Luiza Silva inova para entregar as bijuterias da Beijo Pimenta | Crédito: Divulgação

Considerado um modelo seguro, o franchising brasileiro continuou dando sinais de pujança mesmo durante a pandemia, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Confiantes nesses resultados, 20 pequenas empresas mineiras que participaram do Programa Minas Franquia, iniciativa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), em parceria com a ABF, fizeram o lançamento das marcas virtualmente.

O Programa, de acordo com a analista do Sebrae Minas e coordenadora da edição realizada em Belo Horizonte, Kenia Cardoso, oferece suporte na estruturação de pequenos negócios do Estado para se tornarem franqueadoras.

“Os empreendedores que se interessam preenchem um cadastro no nosso site com as informações da empresa. Nós visitamos a empresa para entender o grau de maturidade do negócio e verificar se ela está apta a participar do programa, aqueles que ainda estão um passo atrás são indicados para outros cursos e programas do Sebrae para que atinjam esse grau de maturidade desejado. Nenhuma empresa é descartada. Acreditamos que todas podem chegar no nível necessário para ingressar no Minas Franquia”, explica Kenia Cardoso.

Processo – O Programa é dividido em duas etapas. Uma a criação dos documentos necessários para que as empresas se tornem uma franquia: contrato padrão, estudo de viabilidade e a Circular de Oferta de Franquia (COF). Paralelamente, a outra etapa é de manualização da operação.

Em virtude da pandemia, claro, o curso do programa foi alterado em 2020, transformando boa parte dos encontros presenciais em virtuais. “Já estávamos trabalhando quando a pandemia chegou ao Brasil. Logo de cara tivemos que rever todo o planejamento, o que atrasou um pouco o cronograma. Mas conseguimos nos adaptar e acredito que muitos aprendizados dessa fase serão incorporados pelo Programa, inclusive os encontros remotos. Já caminhávamos para um modelo híbrido, que diminui bastante os custos com deslocamentos, e isso deve ficar”, destaca a analista.

Novas franquias – As novas franquias são dos segmentos de educação, reformas, alimentação, energia solar, comércio de roupas e celulares, compra e aluguel de motos, academia, confecção, acessórios femininos e produtos naturais. São três empresas em Belo Horizonte e Ipatinga (Vale do Aço), duas em Alfenas (Sul de Minas) e Governador Valadares (Vale do Rio Doce) e outras 10 em (uma empresa em cada cidade): Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH), São João del-Rei (Campo das Vertentes), Divinópolis (Centro-Oeste), Patos de Minas (Alto Paranaíba), Coronel Fabriciano (Vale do Aço), Elói Mendes, Varginha, Itajubá e Alterosa (todas no Sul de Minas).

Em Belo Horizonte, a idealizadora da Beijo Pimenta – varejo de bijuterias -, Luiza Rafaela Lima Silva, quer melhorar a vida de muitas mulheres, principalmente no interior. A marca, lançada há três anos, inovou ao abrir mão de ter um ponto comercial e ir até aos consumidores em um carro adaptado para entregar uma experiência única aos clientes.

“Temos um modelo de negócio muito novo. Sempre gostei de vender e queria que as pessoas me vissem como empreendedora. Muita gente põe a mercadoria em um carro e sai vendendo, mas eu queria algo especial, uma forma diferente de expor. Então criei uma loja no carro, com um cheiro legal, uma boa embalagem, um lugar que dá ao consumidor uma experiência bacana. Percebi que esse é um modelo eficiente e daí a ideia de virar uma franquia”, explica Luiza Silva.

Assídua frequentadora das formações do Sebrae, a empreendedora foi uma das selecionadas para a turma de 2020 e aproveitou o Programa para, além de formatar seu negócio para o franchising, azeitar a gestão da marca. O formato chega ao mercado com investimento de R$ 8 mil.

“Junto com o processo fui me estruturando. Precisei melhorar em vários aspectos. Vi onde tinha falhas, pude alavancar, isso me deu visibilidade. A pandemia veio, mas descobri um novo negócio que é o site, meu Instagram cresceu”, afirma a empresária.

Em Pará de Minas, a escola de idiomas Inglês para Desesperados, também está pronta para transformar seus licenciados em franqueados. O objetivo é abrir mais cinco unidades franqueadas no ano que vem.

Segundo o sócio-fundador da rede, Geraldo Tinoco, a inovação do método criado por ele e seus dois sócios, baseado em tecnologia e games, atraiu a atenção de professores de cidades próximas. A partir dessa procura, que foi saciada a partir do modelo de licenciamento. R$ 30 mil é o investimento mínimo para a abertura de unidade.

“Buscar o Minas Franquia foi algo natural pra nós. O modelo de licenciamento é, de certa maneira, mais frágil e o franqueamento da marca era uma opção concreta para o nosso negócio. Mas formatar uma franquia é bastante caro. Sempre fui ao Sebrae atrás de consultorias e fiquei sabendo do Programa. Foi um processo trabalhoso. O consultor vem, mas é o empreendedor que tem que fazer. Ir uma vez por mês pra BH, ficar o dia inteiro desenhando o manual foi custoso mas valeu a pena. Acabamos de fazer o projeto e por causa da pandemia já estamos adaptando, redesenhando as aulas que eram presenciais para virtuais. Não queremos velocidade, queremos um franqueado que vai ficar muito tempo conosco. Preocupado com qualidade e perfil desse franqueado”, completa Tinoco.

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