A Mini aumentou as vendas mundiais de veículos em 3,3%, com 302.144 unidades em 2021. Somente os modelos eletrificados cresceram 64,3%, com 53.243 veículos – cerca de 18% do total de vendas mundiais em 2021.
O destaque foi o Mini Cooper SE (elétrico), que conseguiu quase dobrar suas vendas (mais de 98,2%) e se tornou o mais comercializado em toda a gama de produtos da marca.
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Ao todo, foram vendidas no mundo 34.851 unidades do Cooper SE no ano passado, sendo 18.392 de unidades do Mini Cooper SE Countryman ALL4, um híbrido plug-in.
Mini no Brasil
A Mini também obteve bons resultados em 2021 no Brasil, quando vendeu 1.418 unidades, crescendo 9% em comparação com o ano anterior (1.301 unidades). A marca fechou o ano passado com 4,2% de participação de mercado no segmento premium, o que representou um avanço de 0,4 pontos percentuais em comparação com 2020, de acordo com dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).
O destaque foi o lançamento do Mini Cooper SE, que chegou ao país no segundo semestre e conquistou de início 313 clientes. Outro modelo eletrificado da marca, o Mini Cooper SE Countryman ALL 4 contabilizou 262 unidades vendidas em 2021. Somados, os dois veículos totalizaram 575 emplacamentos, representando 40,5% de participação das vendas da Mini no Brasil no ano passado.
Veja abaixo a avaliação completa do Mini Cooper SE, com texto de Flávio Silveira:
A primeira avaliação do Mini Cooper elétrico – o nome oficial é Mini Cooper SE – já demos aqui antes. Mas, como a experiência foi rápida e o percurso foi curto, não deu para “desmentir” os já parcos 234 quilômetros oficiais de autonomia.
Agora, durante uma semana inteira ao volante do Mini Cooper SE, não consegui rodar mais de 170 quilômetros com uma carga. Mas será que em um carro elétrico com vocação urbana como ele isso realmente importa?
Já adianto a resposta: não importa. Não consigo imaginar nenhuma situação de uso urbano cotidiano – a não ser que você seja motorista de aplicativo – em que seja necessário rodar mais do que isso em um dia. E, com um carregador tipo wallbox instalado em casa (leia mais aqui), já adotei o costume: carrego o carro toda noite, como faço com meu celular.
E, para o uso urbano, esse Mini Cooper elétrico é simplesmente perfeito. Acelera de 0 a 60 km/h incrivelmente rápido, junto com esportivos como um BMW M4 (e chega aos 100 km/h em bons 7s3). Além disso, ele tem um sistema de direção com pedal excelente, e que ainda conta com ajuda do radar dianteiro para recuperar mais energia e parar mais rápido quando há um carro na frente — caso não haja, ele fica um pouco mais solto.
Mesmo no modo Sport, não há como reduzir marcha, mas o modo de dirigir com um pedal já reduz o suficiente para as reduzidas em uma direção mais esportiva. A tradicional sensação de kart dos mini é garantida tanto pela direção direta e pela agilidade em baixa velocidades quanto pelo centro de gravidade mais baixo, consequência das baterias posicionada sobre o assoalho, como em todo elétrico.
E achei incrível como a suspensão ainda consegue ser confortável mesmo sendo tão esportiva, e não parece que ele é superpesado — a vantagem de não ter uma bateria tão grande — daí é autonomia tão limitada. Mas, repito, neste caso ela não importa.
Caindo na Estrada
Embora não seja pensando como um carro para encarar estradas, se a distância não for muito longa, não há do que reclamar. Peguei a Rodovia dos Bandeirantes, e, circulando a 110/120 km/h, com moderação e o ar-condicionado desligado (modo Green+), a média de consumo foi de ainda bons 6,5 a 7 km/kWh. Depois de pouco 60 quilômetros rodados, o Mini elétrico me dizia que ainda poderia rodar 109 – o suficiente para voltar para São Paulo com tranquilidade.
Mas no caminho havia um carregador rápido – e gratuito. Parei por 15 minutos, o suficiente para tomar um café e a bateria praticamente encheu. Na verdade subiu 27%, e não esperei completar porque os últimos 20% são sempre mais demorados.
Isso me liberou para acelerar o quanto quisesse. Mas acima de 110 km/h o fôlego logo acaba, e junto a diversão. Um Mini Cooper S “antigo”, a combustão, passou ao lado e quis ver o quanto o meu acelerava; me deixou para trás rapidinho (e, para piorar, este Mini Cooper elétrico não passa de 150 km/h). Além disso, é irritante o fato de reclamar sempre que passava de 110 km/h.
No fim, após 133 km rodados na estrada, minha média foi de 5,4 km/kWh. Bem pior do que os 8 km/kWh registrados na cidade em boas condições de trânsito – que, como previsto, se mostrou um ambiente bem mais agradável para este Mini Cooper elétrico.
Poucos defeitos
Do lado negativo, como todo Mini Cooper, o sistema multimídia na tela central é confuso de usar. O que salva a experiência de ser um completo desastre são os atalhos físicos entre os bancos, ao menos trazem atalhos e permitem selecionar as funções mais facilmente do que nos mínimos botões da tela sensível ao toque.
Ah, e apesar de ter adorado o carro, ainda achei mais um defeito para colocar na lista de pontos negativos: o barulho dele é bem bem chatinho. Ao invés de adotar a filosofia de “carro elétrico não faz barulho e isso é ótimo”, este Mini elétrico faz um barulho falso… Senti falta de um botão para desligá-lo.
FICHA TÉCNICA
MINI COOPER S E
Preço: R$ 239.990
Motor: elétrico, dianteiro
Combustível: a bateria
Potência: 184 cv
Torque: 27,5 kgfm
Câmbio: caixa redutora com relação fixa, uma marcha à frente e uma à ré
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e multilink (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,850 m (c), 1,727 m (l), 1,432 m (a)
Entre-eixos: 2,495 m
Pneus: 205/45 R17
Porta-malas: 211 litros
Bateria: íons de lítio, 32,64 kWh, 12 módulos
Peso: 1.365 kg
0-100 km/h: 7s3
Velocidade máxima: 150 km/h (limitada eletronicamente)
Consumo cidade: 8 km/kWh (teste MS)
Autonomia: 234 km (ciclo WLTP)
Recarga: 80% em até 29 minutos (carregador 150 kW), 2h10 (Wallbox 11 kWh) e 14 horas (tomada comum 220V)
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