Carros de duas portas, com dimensões compactas e forte apelo de estilo de vida são associados a um universo urbano. Foi por isso que a Mini escolheu a versão que chama de “3 portas” (a terceira é a do porta-malas) para dar início à sua investida na mobilidade elétrica.

Até 2030, a marca promete uma linha 100% elétrica. O Mini Cooper S E. é o primeiro capítulo dessa história. A chegada oficial do carro às concessionárias foi marcada para esta quinta-feira (22), pouco antes da estreia nacional de seu rival, o Fiat 500 Elétrico, que ocorrerá no dia 3 de agosto.

O uso urbano é o foco do Mini Cooper S E., até porque ele não tem grande aptidão para viagens. E não apenas pelo porta-malas reduzido, ou pelo escasso espaço no banco de trás, que não tem portas exclusivas de acesso. A autonomia declarada é de apenas 234 km.

Porém, como em todo carro elétrico, nem sempre essa autonomia condiz com a realidade. Ela depende muito da maneira que o motorista conduz o veículo. Tanto no caso da reportagem de UOL Carros quanto no de outro jornalista que testou o pequeno hatch no mesmo dia, o alcance não passou dos 150 km.

Pontos Negativos

  • Carregador para aparelhos eletrônicos

Veredito

Se o Mini Cooper de duas portas é a definição de carro urbano, ele também passou a ser muito apreciado pelos entusiastas. Para isso contribuíram sua história e, principalmente, sua dirigibilidade com toque esportivo. A versão elétrica manteve a aptidão de oferecer muito prazer ao dirigir, além de retomadas que vão ser grandes aliadas no dia a dia nas cidades. O problema é que, com um carro tão gostoso de guiar, sempre vai dar vontade de pegar uma estrada legal, principalmente com uma serra pelo caminho. Porém, a baixa autonomia limita bastante o hatch a um circuito que, dificilmente, fugirá do urbano. Até dá para se aventurar na estrada, mas não em longos trechos.

Desempenho e recarga

O Mini elétrico é baseado no Cooper S, tem motor elétrico dianteiro e bateria sob o assoalho. Sua capacidade é de 32,64 kWh e o tempo de recarga em um Wallbox de 11 kW, de duas horas e dez minutos.

Esse Wallbox, aliás, é entregue gratuitamente junto com o carro no caso de compras feitas até 30 de setembro. O Mini Cooper S E. tem entradas AC (corrente lenta) e DC (rápida) para recarga. No segundo caso, são 29 minutos para uma carga completa, de zero a 100%, de acordo com dados da fabricante.

A potência do motor elétrico é de 184 cv e o torque, de 27,5 mkgf. Essa força é entregue instantaneamente às rodas, assim que o motorista começa a pisar no pedal do acelerador. Por isso, como em quase todo carro elétrico, a capacidade de ganhar velocidade e fazer retomadas rápidas do Mini Cooper S E. é colossal. Até porque mesmo sendo 190 kg mais pesado que o Cooper S, a novidade é leve: 1.365 kg.

À mínima pressão no acelerador, o carrinho dá a impressão de que vai decolar. A sensação é bem mais intensa que os números de desempenho revelados pela Mini sugerem.

Conforme a fabricante, o elétrico vai de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e de 0 a 60 km/h em 3,9 segundos. Para poupar bateria, a velocidade final foi limitada a 150 km/h.

Para controlar o ímpeto da força jogada às rodas dianteiras, o Mini Cooper S E. traz uma tecnologia batizada de ARB, que reduz a patinagem das rodas por ação contínua. Esse sistema faz um controle mais sensível e rápido da tração e reduz a tendência de substerço típica de carros com tração dianteira.

As dimensões do carro elétrico são praticamente as mesmas do Mini Cooper S. A carroceria é 1,8 cm mais alta, mas ainda assim o centro de gravidade ficou 30 mm mais baixo. Com isso, o modelo manteve sua excelente estabilidade, sem inclinação em curvas e com ótimas respostas de direção.

A suspensão é independente nos dois eixos e os freios usam discos ventilados na frente e sólidos atrás. O Mini Cooper S E. tem quatro modos de condução: esportivo, intermediário, Green (ecológico) e Green+. Este desativa os sistemas de conforto do carro para aumentar a autonomia.

Há ainda dois modos de regeneração de bateria. Ao ligar o carro, já é acionado o mais forte, que aplica forte desaceleração sempre que o motorista alivia o pé do acelerador. Ao se retirar o pé desse pedal, nem é preciso usar o freio em algumas situações. O modelo quase para.

Design e espaço

O formato da grade é bem semelhante ao do Mini Cooper S, mas o componente é fechado, já que não há motor a combustão. Há apenas entrada de ar na parte de baixo do para-choque, que também traz duas aberturas laterais para jogar ar às rodas e melhorar a aerodinâmica.

Os faróis arredondados são full-LEDs antiofuscamento. A dianteira é repleta de detalhes escurecidos, e as rodas de 17″ mudam de desenho conforme a versão de acabamento (leia mais abaixo).

Atrás, há o logotipo que passa a identificar os carros elétricos da Mini, e ausência de saídas de escape, desnecessárias modelos 100% a eletricidade. O pequeno porta-malas tem capacidade de 211 litros.

Quanto às dimensões, são 3,85 m de comprimento e 1,41 m de altura. Atrás, praticamente não há espaço para as pernas, nem saídas de ar ou entradas USB. Esta, aliás, é uma falha do carro. Há apenas uma porta USB em toda a cabine, e ela é lenta para recarregar aparelhos eletrônicos.

O acabamento interno tem couro, alumínio tradicional e alumínio trabalhado como destaques. O painel de instrumentos é virtual e a central multimídia sensível ao toque é contornada por uma peculiar moldura redonda.

Com o modelo elétrico, a marca lançou o Mini App, para checar funções como status da bateria, autonomia e área que pode ser percorrida com a carga restante.

Versões, preços e equipamentos

A linha Mini Cooper S E. começa com a versão Exclusive. Tabelada em R$ 239.990, tem como destaques a central multimídia, o teto solar panorâmico, o ar-condicionado com duas zonas de temperatura e os faróis full-LEDs.

A Top, por R$ 264.990, acrescenta equipamentos como assistente de estacionamento com sensores dianteiro e traseiro, faróis direcionais antiofuscamento, sistema de som Harman-Kardon, navegador GPS e Head Up Display (projeta dados do painel de instrumentos em uma tela entre o volante e o para-brisas).

Os diferenciais da Top Collection (R$ 269.990) são estéticos. A versão tem duas cores exclusivas (tons de azul e cinza) e pode vir com teto preto. Os detalhes de alumínio no acabamento são exclusivos dessa configuração, que traz ainda bancos revestidos de couro e tecido cinza claro.

Para quem comprar o carro até 30 de setembro, há condição especial. A Mini vai pagar as parcelas do financiamento até dezembro. O cliente só passa a bancar as prestações a partir de janeiro de 2022. O Mini Cooper S E. é produzido em Oxford, na Inglaterra.



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