Ele se refere a um aspecto importante que se impõe na esteira da mobilidade elétrica: ganho em produtividade, crescimento socioeconômico e geração de empregos do futuro, relacionados ao desenvolvimento e à implantação de tecnologias. “Não podemos duvidar da capacidade do Brasil, que tem condições de encarar essa missão. Um exemplo é a Embraer”, destaca, ao citar a poderosa fabricante de aviões, fundada em 1969.

As cidades brasileiras, lembra Regis, foram pensadas à luz da mobilidade dos anos 1980. “Esse desenho não atende mais a população, que paga um preço alto quando perde tempo nos congestionamentos”, salienta. “A eletrificação exige que a sociedade repense a mobilidade, o transporte público e o uso do automóvel.”

Para isso, um dos desafios é desmistificar certas mensagens sobre mobilidade elétrica que ainda chegam enviesadas ao público, como o risco de ficar no meio do caminho sem carga na bateria, o custo elevado do consumo de energia, que os veículos elétricos só funcionam bem em outros países e para que esse tipo de carro se, no Brasil, existe apagão de energia elétrica. 

Cidades dão o exemplo

Além dos benefícios para a mobilidade, a eletrificação das frotas traz impacto positivo comprovado à saúde das pessoas. Foto: Getty Images

Flávia Consoni, professora do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade de Campinas (Unicamp), também curadora do canal Planeta Elétrico, do Portal Mobilidade, acredita que a mobilidade elétrica é uma via de mão única, no Brasil. Mas vê o movimento com cautela, em razão da ausência de uma política pública de âmbito federal. 

“Não temos plano de mobilidade elétrica; entretanto, algumas cidades, por iniciativa própria, estão dando exemplo no compromisso de redução de emissões de poluentes”, testemunha. Uma delas é São José dos Campos (SP), que vem eletrificando sua frota de ônibus de transporte público.

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