Embora seja lenta e gradual, a adoção de materiais de fontes renováveis nos carros não é tão recente. Segundo Bastos, em 1999, o Mercedes Classe A usava fibra de coco de um fornecedor da Paraíba para rechear o encosto de cabeça e o para-sol.
Mais de duas décadas depois, a fabricante alemã lançou o SUV elétrico EQC, que emprega borrachas naturais e 12 garrafas PET para revestir o banco. “Além de mais amigáveis ao meio ambiente, esses materiais deixam os carros cerca de 50 quilos mais leves”, diz Bastos.
Material das florestas
A Mercedes-Benz tem parcerias com empresas encarregadas de retirar de oceanos e aterros sanitários grandes quantidades de resíduos que, uma vez processados, viram matéria-prima usada no acabamento dos automóveis. “O plano Ambition 2039 prevê que toda a cadeia produtiva da Mercedes será neutra em carbono”, revela Bastos. Para ele, futuramente, os carros serão vendidos com um selo verde, identificando se são veganos ou não, tal qual produtos nas gôndolas dos supermercados.
Outras montadoras também estão abraçando a causa vegana. A Volvo já anunciou que seus automóveis elétricos deixarão de usar couro de origem animal. O primeiro deles é o recém-lançado C40. Em nove anos, todos os carros estarão livres desse tipo de revestimento. Assim, no lugar do couro, a marca sueca terá como alternativa materiais sustentáveis feitos de fontes naturais e recicladas.
Ela também criou um revestimento para interiores composto de fibras têxteis, material de florestas sustentáveis da Suécia e Finlândia e rolhas recicladas da indústria vinícola. O objetivo da montadora é se tornar, até 2040, uma empresa de economia circular, que busca reaproveitar ao máximo os produtos.