A eletrificação pavimenta o desenvolvimento do mercado de mobilidade no mundo, definindo um futuro não muito distante, no qual os veículos serão 100% elétricos. Sobre isso não restam dúvidas e as montadoras estão se adequando para atender às não tão novas demandas do mercado consumidor, sobretudo o de luxo, com um número crescente de clientes que buscam opções ao mesmo tempo sustentáveis e de alta performance.
E já ficou muito mais do que comprovado que performance não é um problema para os carros elétricos. Campeonatos 100% elétricos como a Formula E e a Extreme E são exemplos de que um motor a combustão não é essencial para o alto desempenho em qualquer tipo de terreno.
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No que diz respeito a carros comerciais, o torque instantâneo, por exemplo, é algo que esse tipo de veículo oferece e que dá um perfume de esportividade. Sem contar os designs supermodernos e a promessa de cada vez mais autonomia.
Neste cenário, a Mercedes-Benz, dois anos depois do lançamento de seu primeiro carro elétrico, o EQC 400 4MATIC (tração integral, dois motores elétricos posicionados nos eixos dianteiro e traseiro, com uma potência combinada equivalente a 408 cv), anuncia que pretende ser totalmente elétrica até o final da década. A montadora alemã estima ter até 2022 veículos elétricos a bateria (BEV) em todos os segmentos em que atua, com o objetivo de, a partir de 2025, produzir somente modelos com arquiteturas prioritariamente elétricas.
“A eletrificação é um objetivo claro desde o início dessa década e, agora, estamos acelerando fortemente para atingir esse objetivo no menor espaço de tempo possível nos mercados que estiverem prontos para essa realidade”, explicou Jefferson Ferrarez, presidente e CEO da Mercedes-Benz Cars & Vans Brasil.
No entanto, é difícil estabelecer prazos para que a população de diferentes países possa se locomover de maneira a não emitir gases poluentes na atmosfera, uma vez que este cenário depende de vários fatores. Mercados como o da China, Estados Unidos e o do continente europeu estão na frente no que diz respeito à infraestrutura e suporte governamental para produzir e viabilizar que veículos elétricos circulem pelas ruas e estradas. Por outro lado, o Brasil dá seus primeiros passos nesta jornada.
“Em relação ao Brasil, esses mercados já trabalham no tema da eletrificação há mais de uma década. Atualmente, estamos vivendo um período de transição e ainda levará tempo até atingirmos os estágios desses países. Além do comportamento das pessoas em relação aos automóveis, as características do nosso país também representam desafios nessa questão”, explicou Ferrarez.
Apesar dos desafios existentes no Brasil, a eletrificação, no cenário atual, não é uma opção, e sim, uma questão de tempo. Isso pelo simples motivo de que os mercados que não se eletrificarem tendem a contar com cada vez menos opções de produtos, já que a tendência mundial das montadoras é voltar sua produção para híbridos e elétricos. Além disso, a conscientização dos consumidores em relação às causas ambientais vem gerando um crescente hábito de consumo mais sustentável, o que aumenta a demanda por produtos que atendam a essas exigências.
Com o objetivo de estruturar o processo de eletrificação, a Mercedes-Benz criou a Mercedes-EQ, uma marca especialmente dedicada a esse tema. “O mês de outubro de 2020 marcou a entrada da marca no universo dos veículos 100% elétricos no Brasil com o modelo EQC 400 4MATIC. Mais do que uma nova tecnologia, o EQC é o primeiro passo para um futuro mais inteligente, com foco em sustentabilidade e zero emissões”, contou o CEO da marca alemã.
Contudo, o projeto de trazer Mercedes-Benz elétricos ao Brasil já tem data prevista para expandir. “Até 2022, mais seis novos modelos 100% elétricos chegarão ao país, representando claramente nossa intenção de acelerar esse processo”, revelou Ferrarez, que contou ainda que a marca vai investir mais de € 40 bilhões (aproximadamente R$ 245 bilhões) em veículos elétricos a bateria entre 2022 e 2030.
Imaginar um mundo – e principalmente um Brasil – ideal no ponto de vista da mobilidade, onde só circulam veículos não necessariamente elétricos, mas com combustível limpo, ainda é algo distante, mas deixou de soar como ficção científica. Afinal de contas, chegará um tempo em que não será mais sustentável para uma marca não atender às necessidades de um mercado consumidor exigente do ponto de vista ambiental. Quem ganha com isso é não só o meio ambiente, mas consequentemente as pessoas e empresas ao existir em mundo e respirar um ar mais limpo.
Letícia Datena é jornalista de esportes há oito anos, e atua no setor do automobilismo desde 2016. Já foi correspondente internacional dos canais Fox Sports e cobriu alguns dos campeonatos mais importantes do mundo, como o Rally Dakar, Rally dos Sertões, o WRC (World Rally Championship), Fórmula E e hoje é uma das responsáveis pelo departamento de criação de conteúdo da Stock Car.
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