O primeiro carro híbrido foi obra de Herr Ferdinand Porsche em – acreditem – 1900,  mas poucos compreendem seu funcionamento. Até porque o elétrico é simples: roda com energia das baterias e ponto final. A encrenca são os híbridos, todos com motores a combustão e elétrico, mas cada um de um jeito.

1. Híbrido plug-in (que se carrega na tomada)

O híbrido plug-in tem uma quantidade bem menor de baterias que o elétrico. Se o carro passar a noite recarregando-as, é capaz de rodar algumas dezenas de quilômetros eletricamente.

Não queima, neste caso, uma gota de gasolina e pois é movido apenas pelas baterias. Quando elas se esgotam , entra em ação o motor a combustão. Entre outros, existe no Brasil o plug-in Golf GTE ou o Volvo S60 T8.

2. Híbrido não plug-in (que não se recarrega na tomada)

O híbrido não plug-in (que não se recarrega na tomada) tem o Toyota Prius como bom exemplo. Seus dois motores (combustão e elétrico) movimentam independentemente o carro, que pesa e custa muito menos que o plug-in, pois tem um número ainda menor de baterias. Só com elas, ele roda cerca de 10 km, enquanto o plug-in pode superar os 50 km. Aí a questão: se não se liga na tomada, como se recarregam suas baterias?

Pelo sistema de regeneração: cada vez que o motorista pisa no freio, ou reduz a marcha no câmbio ou simplesmente tira o pé do acelerador, as baterias são recarregadas pelo alternador. Ou seja, está-se aproveitando uma energia que seria desperdiçada no carro convencional e por isso seu reduzido consumo.

Pulo do gato

Aí está o pulo do gato deste híbrido: cada quilômetro que roda apenas eletricamente tem consumo zero.

Mais ou menos o mesmo conceito que a turbina do motor: ela é movimentada pela energia dos gases de escapamento, não aproveitada nos motores aspirados. Por isso o motor turbinado é muito mais eficiente que o aspirado, oferecendo maior potência e menor consumo.

3. Híbrido ‘de leve’

A terceira solução, também sem cabo na tomada, é o chamado mild-hybrid ou híbrido “de leve”.

Sua principal diferença é ter apenas um pequeno motor elétrico que, ao contrário dos outros dois híbridos, é incapaz de movimentar o carro, mas apenas “dá uma força” para o motor a combustão que tem várias funções, e fica permanentemente engatado entre o motor a combustão e a transmissão:

  1. É motor de arranque, porém muito mais eficiente e silencioso pois tem cerca de 20 cv e não tem que se “acoplar” ao de combustão para acioná-lo.
  2. É um alternador que recarrega uma bateria de 48 volts (e ela alimenta a de 12 volts) pelo sistema de regeneração;
  3. É um motor elétrico auxiliar (alimentado por 48 volts) que aumenta a potência do motor a combustão nas arrancadas e acelerações;
  4. Está integrado ao sistema start-stop e religa o motor nas paradas do carro;
  5. Mantem o automóvel em movimento durante longas descidas de pouca inclinação na estrada, permitindo que o motor a combustão seja desligado.

São inúmeras suas vantagens: além de aumentar a potência e reduzir consumo e emissões, o sistema suprime todas as polias e correias no arranque, alternador, compressor do ar-condicionado e bomba d’água. E também o próprio motor de arranque, reduzindo o volume ocupado pelo motor.

A Mercedes-Benz chama o sistema mild-hybrid de EQ Boost e o aplica em vários modelos, inclusive no Classe C 200 montado no Brasil. Volvo, Audi, Kia e outras também o utilizam.

4. e-Power

A Nissan lançou outra solução. Seu híbrido é tracionado somente por um motor elétrico. Mas suas baterias são exclusivamente carregadas por um pequeno motor a combustão. Chamado e-Power, chega ao Brasil em 2021 com o novo Nissan Kicks.

BMW i3 é um elétrico com autonomia de cerca de 300 km, mas, quando as baterias se esgotam, ele oferece – opcionalmente – a mesma solução da Nissan para continuar rodando.

 

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