O primeiro veículo elétrico (VE) da Mazda, o SUV compacto MX-30, utiliza cortiça portuguesa na consola central. Apresentado agora no Porto, é um dos VE mais baratos do mercado, podendo custar, para empresas, 23 mil euros.
Explicando a génese do nome, Luís Morais, diretor da Mazda Portugal, salientou que os MX sempre representaram para a marca “desafios especiais”, dando como exemplo o MX-5, lançado numa altura em que as marcas abandonavam os desportivos acessíveis e se tornou o roadster mais vendido de todos os tempos.
“O MX-30 pretende desafiar convenções e é a nossa primeira aposta nos VE, que é para onde o mercado caminha, embora não descuremos outros segmentos”, afirmou Luís Morais, diretor da Mazda Portugal, durante a apresentação do novo modelo, que decorreu na Alfândega do Porto, durante o Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico.
O MX-30 é, assumidamente, um citadino, apesar das suas dimensões levarem a crer o contrário. Tem uma bateria de iões de lítio de 35,5 kWh, que lhe permite uma autonomia de 265 quilómetros em circuito urbano (200 quilómetros no ciclo combinado, que mistura cidade com circuito extra-urbano), “que consideramos suficientes para uma utilização diária”.
“Muitas famílias já têm dois carros e este pode ser o utilizado nas viagens diárias, entra a casa, a escola dos filhos e o trabalho”, referiu Luís Morais.
Números
O primeiro VE da marca, que segue a linguagem estilística da Mazda, de estética agradável, portanto, rompe visualmente com as duas portas traseiras, denominadas de Freestyle, de dimensões mais reduzidas e que abrem no sentido contrário ao da marcha, eliminando o pilar B e proporcionando um acesso desafogado ao habitáculo. Em teoria, porquanto o acesso aos lugares traseiros obriga a alguma ginástica, apesar de os bancos da frente se reclinarem, mas nada que o hábito (ou algum cuidado) não resolvam.
O MX-30 tem 4,39m de comprimento, uma largura entre retrovisores de 2,03 metros e uma altura de 1,55m. A bagageira, que inclui um espaço de arrumação sob o piso, tem uma capacidade de 366l, podendo chegar aos 1.171l até ao teto com os bancos traseiros rebatidos.
Pesa 1.645 quilos e tem uma potência de 107 kW (cerca de 145 cavalos), disponibilizando um binário máximo de 270 Nm. Números suficientes para acelerar os 0/100 km (em 9,7 segundos) e para atingir os 140 km/ (auto-limitados) de velocidade máxima.
No que diz respeito à bateria (refrigerada por líquido), a marca garante que, numa wallbox, o carregamento completo demora 5.45 horas (15.25 horas se for numa simples tomada doméstica) e num posto de carregamento rápido demora 35 minutos a chegar aos 80%. A bateria tem uma garantia de oito anos ou 160 mil quilómetros.
Tecnologia
O novo MX-30 tem diverso equipamento de segurança e não podemos deixar de referir o assistente à manutenção na faixa de rodagem que consegue “ver” as bordas ou bermas, mesmo quando as marcações no piso estão pouco percetíveis ou não existem.
Dispõe, ainda, do Smart Brake Support (SBS), com o objetivo de ajudar a evitar colisões em cruzamentos, de reconhecimento de sinais de trânsito, travagem com deteção de peões e detetor de ângulo morto.
Destaque para o feedback auditivo, fornecido através do sistema de áudio, que ajuda o condutor a controlar a velocidade do veículo com maior precisão. É sabido que os VE são extremamente silenciosos mesmo em andamento e é muito fácil perdermos a noção da velocidade a que rolamos, pois não temos o barulho das rotações a subir do motor a combustão.
O MX-30 reproduz esse barulho no interior do carro, permitindo ao condutor perceber a que ritmo está a conduzir e a velocidade a que segue.
Pegada ecológica
A Mazda dedicou uma especial atenção à diminuição da pegada ecológica do MX-30 disso sendo prova a cortiça, de origem portuguesa, usada na consola central, sendo aproveitada apenas a que resulta do excedente da produção de rolhas para garrafas.
Sendo um material naturalmente suave ao toque e com amortecimento, foi aplicada em secções da bandeja da consola central e nas pegas das portas.
De igual modo, este material é utilizado (até 20%) em alguns dos tecidos dos bancos e os painéis das portas usam fibras de garrafas de plástico recicladas.
Um dos esquemas de cores proposto para o habitáculo, o “Vintage Industrial” , combina couro castanho com 20% de tecido reciclado, tecido de ganga e acabamento em cor mais escura.
Os preços começam, nesta fase de lançamento e até 31 de dezembro, nos 29.700 euros. Para uma empresa, e como os veículos elétricos estão isentos de IVA, o preço será de 26.595 euros a que haverá que deduzir três mil euros, um incentivo da marca igual ao que o Estado dá para a aquisição veículos elétricos por particulares.