Nem todas as pessoas deveriam dirigir carros elétricos como forma de se combater as mudanças climáticas, afirmou nesta quinta-feira o cientista-chefe da Toyota, Gill Pratt, durante evento promovido pela Reuters.
Os comentários de Pratt, feitos no Automotive Summit, da Reuters Events, durante um debate sobre veículos elétricos, parecem amplificar declarações feitas no ano passado pelo presidente da Toyota, Akio Toyoda.
Toyoda e outros executivos da montadora afirmaram que veículos elétricos terão um papel importante na redução de emissões, mas que outras soluções deveriam ser usadas, como veículos híbridos e movidos a célula de hidrogênio.
No evento desta quinta-feira, Pratt afirmou que a Toyota acredita em “diversidade de motorizações” para que os clientes tenham diferentes ferramentas para reduzirem emissões de CO2. “Não cabe a nós prever qual solução é a melhor ou dizer que apenas uma vai funcionar”, disse ele.
Incentivos governamentais deveriam ser conduzidos para redução de emissões de carbono, não para selecionar qual tecnologia automotiva é a melhor forma de se atingir esta meta, acrescentou Pratt. Ele se referiu a propostas de proibição de motores movidos por combustão interna, algo que inclui os híbridos.
A Toyota ficou entre as principais montadoras que apoiaram o governo do ex-presidente dos EUA Donald Trump em sua tentativa de impedir a Califórnia de definir seus próprios padrões de exigência para emissão zero de carbono. A companhia, porém, acabou desistindo do apoio neste ano.
A Toyota tem afirmado que planeja investir 13,5 bilhões de dólares até 2030 em baterias para carros elétricos, mas até agora seus planos para lançamento de novos modelos com esta tecnologia parecem relativamente modestos diante de montadoras dos Estados Unidos como General Motors e Ford, que prometem investir cerca de 30 bilhões de dólares cada até 2025 em eletrificação de veículos.
Executivos da Toyota continuam a promover os méritos dos veículos híbridos da marca, que estão no mercado há mais de 20 anos.