A Nissan e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) assinaram nesta segunda-feira (18) uma parceria para o desenvolvimento de veículos elétricos com etanol no Brasil.

No caso, o combustível seria usado para uma reação química que separa o hidrogênio que, posteriormente, vira a eletricidade que vai recarregar a bateria e chegar aos motores.

É diferente do carro híbrido porque não existe combustão (queima). E a vantagem para os elétricos “clássicos” é que esse veículo não precisa ser abastecido na tomada.

Segundo a montadora o sistema funciona 100% com etanol ou água misturada ao etanol. “Suas emissões são tão limpas quanto a atmosfera, se inserindo como parte do ciclo natural do carbono e sendo absorvido durante a plantação da cana-de-açúcar”, afirma a Nissan.

A montadora diz que a tecnologia permite que o carro rode mais de 600 km com 30 litros de etanol.

Já existem carros elétricos movidos a hidrogênio no exterior, mas ele é fornecido em cilindros que também são pesados e encontrados em poucos locais. E essa tecnologia ainda é mais cara do que a dos elétricos “comuns”.

A parceria com o Ipen tem a missão de avaliar e viabilizar diferentes componentes para a introdução deste sistema. “A vantagem é transformar diretamente em eletricidade a energia de um combustível renovável e estratégico para o país, para viabilizar o carro elétrico“, afirmou Fabio Coral Fonseca, pesquisador do Ipen responsável pelo projeto.

O instituto é uma autarquia da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e fica no campus da Universidade de São Paulo (USP).

A montadora já tinha feito uma parceria com a Unicamp, a Universidade Estadual de Campinas, para estudos sobre o mesmo tema.

A Nissan é a primeira empresa a desenvolver um protótipo de veículo onde a energia elétrica é gerada a partir da utilização do bioetanol. É a chamada Célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC).

Foram feitos testes no Brasil entre 2016 e 2017 com dois furgões e-NV200, que não são vendidos no país. De acordo com a marca, a experiência mostrou que “a tecnologia se adapta perfeitamente ao uso cotidiano e ao combustível brasileiro, ainda mais pelo fato de o país ter infraestrutura já existente para abastecimento com etanol em todo o seu território”.

Na época, a Nissan disse que a tecnologia poderia ser adaptada para o compacto Leaf, que estreou este ano no Brasil, ou a minivan Note e-Power. Ambos são modelos elétricos “clássicos”. E que a expectativa era de que a tecnologia chegasse às ruas em 2020.

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