A Nissan pretende levar ao Brasil, em dois a três anos, a primeira geração de um sistema que permite ao motorista a condução sem as mãos ao volante quando o veículo está em uma única faixa de vias expressas.
Como são necessárias adaptações, homologações e infraestrutura, ainda não há data oficial para o uso local dessa tecnologia semiautônoma.
No Japão, a empresa iniciou neste mês as vendas do sedã Skyline já com a segunda geração dessa tecnologia. Entre os avanços, estão a capacidade do carro de trocar de faixas de rodagem e de realizar ultrapassagens.
O dispositivo renovado representa um dos mais altos níveis de automação disponíveis no mercado para carros de segmentos abaixo daqueles de alto luxo, como modelos da Volvo e da Porsche.
“É mais um passo para a democratização das novas tecnologias”, afirma Marco Silva, presidente da Nissan do Brasil.
Chamado de ProPILOT 2, o sistema de assistência aos motoristas está disponível apenas no Skyline, modelo premium vendido no Japão e em breve nos EUA.
A primeira geração do sistema, lançada em 2017, equipa vários modelos, inclusive o elétrico Leaf, mas a versão à venda no Brasil ainda não tem essa opção.
“Estamos tratando de levar a primeira geração para o Brasil, mas ela precisa de outra calibragem para ser adaptada ao País, o que depende de investimentos em engenharia”, afirma Silva.
Espelho inteligente
No sábado, 26, um grupo de jornalistas brasileiros andou no Skyline com o ProPILOT 2 por um trajeto de 25 quilômetros, partindo de Tóquio.
O veículo tem uma série de câmeras, radares, sonares, GPS e mapas 3D de alta definição que fornecem informações em tempo real em 360 graus do entorno e da localização do veículo.
“Esses equipamentos são condições para que o sistema opere”, informa Shiro Nagai, diretor global de comunicação da Nissan.
O painel do carro avisa ao motorista quando ele pode tirar as mãos do volante, pede autorização para trocar de faixa e fazer ultrapassagens e também alerta para o momento em que o condutor deve assumir novamente o comando do carro.
Também foram apresentadas tecnologias que deverão equipar novos modelos da marca, como o espelho inteligente, que permite amplo ângulo de visão ao motorista, além de melhor qualidade da resolução das imagens durante o dia e à noite.
Para efeitos de comparação, a diferença é de ver uma imagem numa TV de tubo ou numa TV digital.
Outra novidade para modelos elétricos da Nissan, que chegarão ao mercado a partir de 2020, é a tração integral, movida por dois motores elétricos de alta potência, um na frente e outro na traseira do carro.
Segundo a montadora, o sistema permite aceleração mais rápida e suave, fazer curvas acentuadas sem riscos de sair da pista e estabilidade em diferentes tipos de condição de estradas, como muito molhadas ou com neve.
Em congestionamentos, ao acelerar e reduzir a velocidade, o sistema evita o chacoalhar para frente e para trás da cabeça, diminuindo assim o desconforto.
Sem retrovisor
Tecnologias disruptivas também estão sendo apresentadas pela Toyota no Salão do Automóvel de Tóquio, que ocorre até o dia 4.
A montadora apresentou a van conceito e-Palette, totalmente autônoma, que será usada apenas nos jogos olímpicos do próximo ano para transportar atletas.
A Honda trouxe o elétrico Honda-e, sem espelhos retrovisores.
Duas câmeras projetam as imagens dentro do carro e um sistema de voz – como a Siri, da Apple – interage com o motorista indicando clima, o trânsito no trajeto e a melhor rota.
Já a Suzuki buscou praticidade no protótipo da minivan autônoma Hanare, com uma porta única que abre para cima.
O veículo permite diversos tipos de uso, como uma sala de estar.
A Mercedes-Benz, uma das poucas marcas não asiáticas presentes no salão, mostrou o EQC, modelo híbrido que tem motor a diesel para gerar a eletricidade da bateria – nos demais, o motor é a gasolina.
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