No mês em que assinala o 29. º aniversário, o Museu do Carro Elétrico, localizado na marginal do Douro, reabriu as portas nas tardes de fim de semana e fez regressar aos carris, por um dia, seis das históricas carruagens que passam todo o ano em exposição no edifício da antiga Central Termoelétrica de Massarelos.

A história dos elétricos no Porto recua a maio de 1872 e às primeiras carruagens da então Companhia Carril Americano do Porto à Foz e Mattosinhos (assim mesmo, com dois tês) movidas a tração animal. É o caso da carruagem 104, que esteve ao serviço até 1980 e que voltou a fazer as delícias do passageiros, entre o Infante o Campo Alegre.

À viagem da nostalgia – também realizada na combinação dos atuais percursos das linhas 18 e 22, no centro da cidade (Batalha-Carmo-Massarelos) – juntaram-se muitos nostálgicos e ainda mais pequenos curiosos, guiados por pais e avós e fascinados com um mundo praticamente devoluto, mas ainda de muita inspiração.

Entre as relíquias circulou também outro veículo de charme histórico, a carruagem 288, uma da série de dez adquiridas em 1928, na Bélgica. Daí terem ficado conhecidas por “carros belgas”. “Conheci-os a todos. Andei nestes elétricos todos, durante muitos anos. De Santo Ovídio e de Coimbrões às Antas. Eram belos tempos”, conta Fernando Oliveira, de 73 anos, que foi “matar saudades”.

História

Os saudosistas dos carros elétricos que compraram bilhete na hora tiverem direito a visita guiada ao museu e a uma vasta coleção de carros elétricos, atrelados e veículos de mercadorias de inegável valor patrimonial. A experiência foi a oportunidade para conhecerem a história, o desenvolvimento e o impacto socioeconómico dos transportes públicos sobre carris da cidade do Porto.

Os portadores de Andante não foram incluídos na campanha, mas o que mais lamentaram foi mesmo a falta do já tradicional desfile, anulado por causa da pandemia, tal como já se tinha verificado no ano passado.

“Também vim para ver se havia desfile. Mas tal não é possível. É pena. São os tempos que temos. Mas já deu para matar saudades e para mostrar os elétricos aos meus netos, que estavam muito curiosos”, conta Manuela Costa, de 52 anos “com saudades dos tempos em que se ia à praia de elétrico”.



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