Fiat Strada
Foto: Divulgação
De acordo com dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), setembro apresentou um aumento de 14,56% nas vendas de carros e comerciais leves em comparação a agosto deste ano, com 198.792 unidades emplacadas.
Todavia, em relação ao mesmo mês de 2019, houve queda de 10,92%. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o recuo nos emplacamentos foi de 32,88%, retratando bem os estragos provocados pelo coronavírus.
Na soma dos dois segmentos, foram vendidas 1.298.630 de unidades nos primeiros nove meses de 2020, ante as 1.934.890 do mesmo intervalo de 2019. Lançada em meio ao isolamento imposto pela pandemia, a nova geração da Fiat Strada foi a principal responsável por um fato inédito: pela primeira vez, uma picape lidera o ranking de vendas no país em um mês – algo corriqueiro nos Estados Unidos, onde a Ford F-150 é a campeã há quase quatro décadas.
Originada do Palio e agora com vida própria, a Strada chegou ao topo do ranking em setembro com 11.973 exemplares vendidos (49.973 no acumulado do ano), tirando o primeiro lugar mensal do Onix, que teve 11.710 unidades emplacadas.
O hatch compacto da Chevrolet mantém, no entanto, a liderança no acumulado de janeiro a setembro, com 92.294 vendas. Na terceira colocação, outra surpresa, na verdade, porém, um velho conhecido. Com 9.134 unidades comercializadas, o Volkswagen Gol ficou à frente no “top ten” do Hyundai HB20 (8.565), do Fiat Argo (7.985), do Chevrolet Onix Plus (sedã) (7.093), do Chevrolet Tracker (6.403), do Jeep Compass (6.042), do Ford Ka (5.956) e do Jeep Renegade (5.748).
Com relação ao Volkswagen T-Cross, ocorreu a esperada “canibalização” após o lançamento no Nivus. Com 3.203 emplacamentos, o novo modelo da Volkswagen “roubou” mercado do T-Cross, que ficou com 4.729 vendas em setembro, menos da metade das 10.211 de julho, quando liderou o ranking geral.
Na briga das marcas, a Fiat assumiu o primeiro posto em setembro entre os carros e os comerciais leves, com 39.090 veículos comercializados e uma participação de 19,66%. Computando os negócios da Fiat e da Jeep conjuntamente, a FCA teve no mês 50.905 emplacamentos e “market share” de 25,60%.
A marca italiana ficou à frente da Volkswagen (33.978 e 17,09%), da General Motors (31.780 e 15,99%), da Hyundai (16.726 e 8,41%), da Toyota (13.358 e 6,72%), da Ford (12.458 e 6,27%), da Renault (11.881 e 6,03%), da Jeep (11.917 e 5,94%), da Honda (8.696 e 4,37%) e da Nissan (5.856 e 2,95%).
Festa escandinava
Setembro foi um mês para entrar para a história da Volvo Car Brasil. A marca sueca alcançou a segunda posição no segmento premium pela primeira vez, atrás apenas da alemã BMW. “Fizemos o melhor mês de varejo da história da Volvo no Brasil. Os resultados mostram que estamos corretos em nossas convicções, o futuro do mercado premium será eletrificado e esse futuro já é parte do nosso presente.
Estamos acelerando a migração para os veículos híbridos ainda mais e investindo em estrutura em todo o Brasil para termos setecentos eletropostos até o fim deste ano, ampliando as possibilidades para os clientes usarem os veículos no modo elétrico em diversos lugares”, comemorou João Oliveira, diretor-geral de Operações e Inovação da Volvo Car Brasil. O crescimento foi puxado, principalmente, pelos SUVs.
As vendas somadas do XC90, do XC60 e do XC40 levaram os veículos à primeira posição entre os utilitários esportivos premium, com 26,2% de mercado em setembro e à liderança no acumulado do ano, com 22%. A Volvo ocupa o terceiro lugar no segmento premium de janeiro a setembro de 2020, com 15,4% de “share”. Em eletrificação, a Volvo Car Brasil seguiu em primeiro tanto em setembro quanto no acumulado do ano.
A marca é líder entre os veículos plug-in, que são possíveis de se carregar na tomada e abastecer no posto de combustíveis. A Volvo detém 60,9% desse nicho em 2020, com mais de 1.800 unidades comercializadas.
Bem embalado
Carro mais vendido no mundo há muito tempo, o Toyota Corolla chegou em sua décima segunda geração no Brasil quase como um divisor de águas na indústria automotiva. Primeiro veículo híbrido com motor bicombustível do planeta, o novo Corolla completa um ano com mais de 42 mil unidades comercializadas no Brasil e se consolida na liderança do segmento de sedãs com 50% de participação em 2020.
A versão híbrida já vendeu cerca de 10 mil unidades, sendo o carro-chefe da Toyota no processo de hibridização no país. O sedã conta com duas opções de motores: 2.0L Dynamic Force com transmissão Direct Shift de 10 marchas e injeção direta e o inédito sistema híbrido, que faz dele o carro movido a etanol mais eficiente do Brasil.
O sistema híbrido combina três motores, sendo um a gasolina 1.8L VVT-i 16V de ciclo Atkinson flex, com 101 cavalos de potência a 5.200 rpm e 14,5 kgfm de torque a 3.600 rpm, e dois elétricos (MG1 e MG2) de 72 cavalos e 16,6 kgfm de torque.
Questão de etiqueta
Com menos de dois meses de “vida”, o Territory já teve o primeiro aumento de preços. O SUV da Ford passa a custar R$ 179.900 na versão de entrada SEL e R$ 197.900 na topo de linha Titanium.
Os preços das duas configurações tinham sido fixados em R$ 165.900 e R$ 187.900 quando do lançamento, em agosto. Embora a fabricante norte-americana não tenha informado o motivo desse repentino reajuste, uma pista é a valorização do dólar, pois o veículo é fabricado na China e tem de enfrentar um longo caminho até chegar ao Brasil.
Mostrado pela primeira vez no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018, o Territory chegou como modelo 2021 nas duas versões, ambas equipadas com motor 1.5 Turbo EcoBoost GTDI a gasolina, de 150 cavalos de potência e transmissão automática CVT com trocas manuais de 8 marchas simuladas, especialmente calibradas para as preferências e condições do mercado brasileiro.
O novo SUV é líder em espaço interno e conforto para os passageiros, principalmente no banco traseiro, e oferece um conjunto único de equipamentos. Além da câmera 360 graus de visão panorâmica, bancos dianteiros com resfriamento e aquecimento, carregamento sem fio para celular, conexão para Apple CarPlay e luz ambiente configurável em sete cores, o carro é o único entre os principais concorrentes a contar com um modem embarcado para comunicação remota com o veículo.
Para quem pode
Os primeiros exemplares encomendados pelos clientes do novo McLaren 765LT estão sendo montados manualmente no McLaren Production Centre em Woking, na Inglaterra. As entregas do novo McLaren “Longtail” ? o modelo mais extremo da McLaren Super Series feito até hoje – começaram a ser feitas no final de setembro.
Apenas setecentos e sessenta e cinco (exatamente o nome do carro) exemplares numerados individualmente serão oferecidos globalmente. O Brasil receberá seis unidades do 765LT, com as primeiras chegando em dezembro deste ano ou em janeiro de 2021.
O 765LT incorpora todos os renomados atributos dos McLaren LT, incluindo engajamento do piloto, peso reduzido, dinâmica focada em pista, aerodinâmica otimizada e maior potência. A aerodinâmica sob medida tem painéis de fibra de carbono fabricados pela primeira vez no McLaren Composites Technology Centre na área de Sheffield, além de uma asa traseira ativa “Longtail”.
A combinação do peso leve (1.229 quilos), a extrema potência (765 cavalos, também “casados” com o nome do modelo) e o absurdo torque de 81 kgfm, associados à transmissão SSG de 7 velocidades, faz o “bólido” acelerar de zero a 100 km/h em apenas três segundos e chegar aos 330 km/h.
A cor de base laranja Strata Azores é fundida com o Vermelho Memphis e o Preto Cherry, com as duas cores de sobreposição percorrendo o esquema de pintura em direções opostas para se encontrar e se unir nos painéis das portas do 765LT.
O esquema de pintura exclusivo é aprimorado por uma linguagem de design coesa em todo o carro, tanto por dentro quanto por fora. As pinças de freio fazem parte da mistura de cores: as dianteiras são em Vermelho Volcano e as traseiras, em Laranja Azores, enquanto o interior tem uma série de recursos codificados por cores da linha MSO Bespoke, incluindo perfuração de assento laranja e sistema “push to drink” em Vermelho Memphis. A McLaren insiste em esconder o preço de seu “canhão”, mas isso também não faz diferença para os “simples mortais”.
No altiplano
A Volkswagen deu início à exportação do T-Cross, produzido em São José dos Pinhais (PR), para o mercado boliviano. A Bolívia se une assim aos dezoito países da América Latina que já recebem o SUV. Lançado em 2019, o modelo contabiliza mais de 26 mil unidades exportadas.
“O T-Cross é o primeiro SUV produzido pela Volkswagen no Brasil. Ele é fabricado a partir de uma matriz global com tecnologia de ponta e chegará à Bolívia para fortalecer e ampliar ainda mais a presença da marca nesse importante mercado” destaca Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América Latina. As versões Trendline e Highline chegam ao mercado boliviano no momento em que o segmento de SUVs representa 41% do total da indústria naquele país.
O segmento tem projeção para alcançar 37% do mercado na América Latina nos próximos cinco anos. Ao longo de sua história, a Volkswagen do Brasil soma mais de quatro milhões de unidades embarcadas. As exportações da marca se iniciaram em fevereiro de 1970 e, ao longo de sua história, a empresa já abasteceu as Américas, a África, o Oriente Médio, a Europa e a Ásia.
Ecos da pandemia
O isolamento provocado pela Covid-19 tem feito a demanda por veículos aumentar. Essa é a constatação da OLX Brasil, uma das maiores plataformas de compra e venda online de seminovos e usados do país.
Segundo o levantamento, as vendas de carros de segunda mão cresceram 20% na comparação de junho a agosto em relação à média de janeiro e fevereiro (período pré-pandemia).
Uma pesquisa da plataforma mostrou que 16% dos usuários estavam interessados em um veículo com o objetivo de trabalhar com serviços de entrega, delivery e aplicativos de transporte. “Com as questões de distanciamento social, muitos brasileiros consideram o carro uma alternativa de locomoção segura, à medida em que reduz a exposição em transportes públicos.
E há também quem busque um veículo para trabalhar durante a pandemia”, diz Flávio Passos, diretor de Autos da OLX Brasil. Para o executivo, o comprador tem de ficar de olhos bem abertos em algumas questões:
a) Identificar a sua necessidade – O primeiro passo é considerar a finalidade do veículo. O carro é para uso pessoal ou para trabalho? Depois, definir o orçamento-base para a compra. Considerar também a frequência de uso que o veículo terá, os locais onde tende a circular e quantos passageiros levará com frequência.
b) Pesquisar – Com as necessidades traçadas e o modelo definido, chega a hora de procurar o carro. Mas os bons negócios dependem de pesquisa. As plataformas online oferecem muitas opções, e é importante se certificar de informações sobre o carro para a tomada de decisão. Quantos quilômetros tem rodado? Como estão os itens de segurança? Solicitar dados como placa, número do chassi e número do Renavam para saber a situação junto aos órgãos de fiscalização. Descobrir a periodicidade das revisões e se há dívidas, financiamentos ou multas. Peça também a vistoria cautelar do automóvel.
c) Adotar medidas de segurança – Deve-se analisar as propostas e desconfiar de valores muito abaixo do mercado ou com excessos de facilidade. Ficar alerta caso o vendedor esteja apressado demais para fechar o negócio, se negar a passar informações sobre o veículo ou se colocar como intermediário da compra. Não fazer pagamentos antecipados (entrada) sem antes ver o veículo de perto e saber se está em bom estado, com todos os acessórios anunciados e com a documentação em dia. Cuidar ainda com contratos de consórcios e compra a prestações.
d) Pagamento – Ir ao cartório junto com o vendedor e só fazer o pagamento quando tiver certeza se o documento será transferido para o novo dono.
Fonte: Automotrix