O governo da Nova Zelândia anunciou na segunda-feira, 16, um programa que irá ajudar famílias de baixa renda a substituírem seus antigos veículos, movidos a gasolina, por modelos híbridos ou elétricos. A decisão faz parte de um plano abrangente do país para diminuir a dependência de combustíveis fósseis e reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.
Em comunicado oficial, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, comemorou o lançamento do programa.
“Este é um dia marcante em nossa transição para um futuro de baixas emissões”, disse. Demonstrando preocupação com os impactos das mudanças climáticas, Ardern acrescentou que é preciso agir antes que “seja tarde demais para consertar”.
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A primeira-ministra também citou relatórios científicos recentes que estimam um aumento inédito do nível do mar na Nova Zelândia. O processo, que é uma consequência das emissões de gases causadores de efeito estufa, ameaça inundar as duas maiores cidades do país e provocaria outros efeitos desastrosos sobre o ecossistema do litoral nacional.
Para reduzir reduzir a dependência de combustíveis fósseis, o governo planeja gastar 569 milhões de dólares neozelandeses (o equivalente a cerca de 1,8 bilhões de reais) no programa, que irá financiar parte do valor do automóvel híbrido ou elétrico para famílias de baixa renda. Sem dar mais detalhes sobre o projeto, o governo disse que este seria finalizado nos próximos meses.
A nova medida faz parte de um plano maior que inclui subsídios para empresas reduzirem as emissões de carbono, a implementação de frota de ônibus totalmente verde até 2035 e coleta seletiva para a maioria dos lares até o final da década.
Outra meta ambiciosa lança pelo governo neozelandês é a da redução de viagens de carro em 20% nos próximos 13 anos. O plano seria colocado em prática por meio da oferta de melhores opções de transporte nas cidades, bem como a otimização de infraestrutura para ciclistas e pedestres. Os programas serão pagos a partir de um fundo de resposta a emergências climáticas da Nova Zelândia.
As políticas anunciadas representam um passo em direção às promessas que a nação fez sob o Acordo de Paris de 2016, quando a Nova Zelândia se comprometeu alcançar a meta de carbono zero até 2050.
Em relatório publicado em agosto, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU indicou que o aquecimento global está avançando mais rapidamente do que o esperado e que a atividade humana está alterando o clima do planeta de maneiras “sem precedentes”. Além disso, algumas das mudanças já se tornaram “irreversíveis”.
Segundo o IPCC, os picos de temperatura passarão a ser mais frequentes conforme o planeta fica mais quente. Não existem mais dúvidas de que a humanidade é a responsável pelo avanço do aquecimento global. Para os cientistas, a questão não é mais se a temperatura poderá ou não subir, mas sim quanto.