Reportagem muito interessante publicada pelo Automotive News Canada aponta que o avanço da tecnologia deverá colaborar para um fim mais acelerado dos carros com transmissão manual. Segundo dados da consultoria IHS Markit e do grupo ZF, estatísticas recentes apontam que as vendas de carros com câmbio manual respondem atualmente por apenas 17,1% do volume negociado ao redor do mundo, com uma participação que chega a somente 1,2% no caso da América do Norte. Ainda de acordo com os dados da IHS citados pela reportagem do Automotive News Canada, nos EUA as vendas de carros elétricos já superaram as de automóveis com câmbio manual em 2020, dado relevante considerando que mesmo no principal mercado das Américas os veículos com propulsão limpa ainda estão começando a ganhar projeção.

De acordo com a reportagem, assistentes de condução como o alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência (AEB na sigla em inglês) vão acabar acelerando a migração das marcas para um portfólio apenas de veículos equipados com câmbio automático. 

O fato do carro contar com transmissão manual não inviabiliza a introdução do AEB, porém sua implementação torna-se bem mais complexa em relação a um carro automático. Logo, as fabricantes teriam que investir uma quantia significativa de dinheiro para fazer com que seus carros com transmissão manual possam receber assistentes de condução cada vez mais avançados. Somando esse fato com a procura cada vez menor por carros manuais, do ponto de vista financeiro isso torna-se pouco viável para as fabricantes.

Alguns países devem contemplar, em breve, legislações obrigando a presença do alerta de colisão com frenagem autônoma em todos os carros novos, o que pode acelerar ainda mais o fim dos carros manuais. 

Outro ponto, desta vez envolvendo a questão dos conjuntos mecânicos eletrificados, também fazem a balança tornar-se mais favorável aos carros automáticos. Segundo a alemã ZF, empresa especializada em sistemas de propulsão, combinar um sistema híbrido com um câmbio manual é algo que requer tecnologia adicional, como o uso de uma embreagem eletrônica, por exemplo, o que acaba tornando o sistema mais complexo e oneroso. Chamado de e-clutch, o componente é necessário para garantir uma alternância suave e imperceptível entre o motor a combustão e o propulsor elétrico. 

Exceto no caso de modelos de nicho, como é o caso do Subaru STI, pode até ser que a presença da transmissão manual siga por mais alguns anos. Especificamente no Canadá, a filial da Subaru destaca que a demanda pelo WRX e o STI, bem como o BRZ, com câmbio manual registrou alta entre os anos de 2016 e 2020. Já a subsidiária da Mazda no mesmo país, por sua vez, viu as vendas de carros manuais passarem de um total de 19,2% em 2016, considerando todos os modelos em seu portfólio, para apenas 6,4% em 2020.

Fiat ainda vai definir se permanece com o câmbio automático convencional ou parte para uma caixa CVT
Em escala global, câmbio automático já responde por mais de 80% das vendas de carros novos 
Imagem: Divulgação



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