Há dois anos o Volvo XC40 chegava ao segmento de SUVs compactos para ser o novato da turma. Hoje, já com pompa de veterano, e com um ano e meio de mercado no Brasil, recebe outro novato da categoria, o Lexus UX 250h para um embate.
Representados em suas versões de topo com apelo de acabamento esportivo T5 R-Design e 250h F-Sport, Volvo e Lexus custam R$ 227.950 e R$ 214.490, respectivamente. Um vem importado da Bélgica (Volvo) e o outro do Japão (Lexus).
Nessa disputa, melhor para o Volvo, que pode ser mais caro e não ser híbrido, como o Lexus, mas tem um pacote de segurança que a marca japonesa não oferece nem como opcional, além de maior lista de itens de série.
O Volvo traz sistema de direção semiautônoma com alerta de saída de faixa e correção, controle de velocidade adaptativo, alerta de tráfego cruzado e de ponto cego, frenagem autônoma de emergência, assistente de partida em rampa e de descida. Ele tem ainda leitor de placa, que identifica a velocidade do trecho ao ler as placas na estrada ou rua. O Lexus não oferece apenas o assistente de partida em rampa e controle de velocidade convencional.
Ambos tem fixação por Isofix de cadeirinhas, o Lexus traz oito air bags contra sete do Volvo. Os dois também tem controles de estabilidade e tração. No que diz respeito a comodidade/conforto, banco com ajuste elétrico do motorista para ambos, carregador de celular por indução. start-stop, chave presencial com partida por botão e abertura e fechamento elétrico do porta-malas.
O Volvo ainda oferece central multimídia com integração a Android Auto e Apple CarPlay, que o Lexus não tem. Há apenas uma função de espelhamento do que está na tela do smartphone via Wi-Fi (Miracast) que é difícil e não mostra o que está no aparelho com o carro em movimento. A central multimídia do Lexus traz também DVD e TV Digital, mas o segundo item não funciona nem para o passageiro durante a condução (como fazia a da Land Rover).
Para um carro com aptidão familiar como são os SUVs, o porta-malas do Lexus é bem desapontador para carregar as bagagens de uma viagem com quatro pessoas. São apenas 234 litros contra 460 litros do Volvo.
Por dentro, o espaço é melhor no XC40. Quem vai na frente, vai com conforto em ambos, tanto para a cabeça quanto para as pernas. Já quem vai no banco de trás, tem vida mais agradável no XC40 do que no UX 250h. O teto com caída pronunciada atrapalha e deixa a cabeça muito próxima ao teto. Além disso, para alocar as baterias do sistema híbrido sob o banco traseiro, ele precisa ser mais elevado, o que também tira espaço dos joelhos.
O interior é de ambos é bem acabado e luxuoso. O Lexus tem um pouco mais de esmero em alguns detalhes e por isso mereceu uma nota melhor. A posição de pilotar é boa em ambos e fácil de encontrar. Como o Lexus é naturalmente mais baixo, ele tem uma posição que se assemelha mais a um hatch que um SUV, para quem gosta de guiar “colado no chão” é uma boa em relação ao Volvo, que te mantém mais alto, mesmo no ajuste mais baixo. Os bancos de ambos seguram bem lateralmente motorista e passageiro, mas o Volvo agrada os mais altos porque o banco tem extensor nas pernas, o que dá mais conforto.
No visual, o XC40 ainda é bonito, estiloso e atual, no pacote R-Design que adiciona alguns elementos visuais exclusivos fica ainda mais atrativo. Porém, não dá para não se derramar pelo visual da Lexus, cheio de vincos, com a grade enorme e na versão F-Sport com rodas maiores e acabamento cromo acetinado.
Ambos tem painel virtual. O do Volvo muda apenas conforme o modo de condução, mas tem boa visualização dos dados e é bem distribuído. A primeira vista, o do Lexus segue a mesma lógica do visual externo: inovador e único, não fosse apenas uma continuação do que marca lançou no seu superesportivo LFA em 2011. A tela redonda pode ser alocada para a lateral do painel e com isso surge uma outra tela virtual atrás, na qual então os dados são projetados. Continua legal, mas não é novidade.
Lexus é ótimo na cidade, Volvo é bom em qualquer lugar.
Se a tabela é próxima, sob o capô a história muda completamente. O Volvo ainda é um modelo apenas a gasolina (a versão híbrida existe na Europa, mas ainda não chegou ao Brasil). Ele usa um motor 2.0 turbo que rende 252 cv e 35,6 mkgf. O câmbio é automático de oito marchas e a tração, integral.
No Lexus, o sistema híbrido combina um 2.0 aspirado de 145 cv e 18,8 mkgf a um elétrico de 107 cv e 20,2 mkgf. Combinados, eles rendem 181 cv (o torque não é combinado ou somado). A transmissão é automática transeixo, que usa uma caixa redutora para simular as marchas e transferir a força gerada no eixo de transmissão dos dois motores às rodas. A tração é só dianteira.
O Lexus é ótimo no anda e para. Consegue manter o modo elétrico, que vai recarregando as baterias nas frenagens, a até 50 km/h e sempre mantém a energia dividida vindo do motor a combustão e do elétrico. O consumo é surpreendente. São 16,7 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada. Enquanto o Volvo faz 8,5 km/l em ciclo urbano e 10,8 km/l no rodoviário.
Comportamento
Na estrada, ele não chega a dever, mas longe de entregar potência e esportividade quando exigido. Diferentemente do XC40, que basta pisar com vigor para ele mostrar a pitada de esportividade que tem. Ambos tem modos de condução que mudam as respostas do acelerador.
O Lexus tem uma ótima suspensão para um piso europeu. O modelo conta até com sistema adaptativo nessa versão, mas que não lida bem o asfalto ruim do nosso país. Em estradas de terra, ele pede cuidado e velocidades baixas para não dar pancadas secas.
Por outro lado, no asfalto, o Lexus deixa a carroceria balançar menos já que tem uma pegada próxima a de hatch. Em comparação, o Volvo, além de ser mais alto em relação ao solo, o que dá mais segurança para condução fora de estrada, tem boa estabilidade nas curvas, como o Lexus, mas garante mais conforto no piso ruim que o SUV japonês.
Na direção, nenhum dos dois tem a resposta mais direta e “esportiva” possível, porém o XC40 é mais ágil nas respostas e trocas de direção do que o Lexus, que apesar de ser bem calibrado, não é direto nas respostas.
OPINIÃO: UX 250h é legal, mas é preciso mais
A tecnologia do carro híbrido é muito legal e provavelmente vai ter mais capilaridade em um País sem infraestrutura para elétricos como o Brasil nos próximos anos, mas o carro híbrido ou precisa ser muito mais barato, ou oferecer tudo que um a combustão tem pelo mesmo preço.
O UX 250h pode ser completo no quesito comodidades gerais, mas não tem tecnologias e a conectividade que o consumidor desse tipo de produto começa a ver se tornar disponível e ainda assim custa um valor muito próximo do XC40.
Se o desejo for unicamente pela tecnologia híbrida, o consumidor pode optar então pelos Toyota Corolla ou Prius, que são mais baratos e entregam as mesmas qualidades, inclusive com mais espaço.
Modelo | XC40 | UX250 h |
Acabamento x 2 | 8 | 9 |
Câmbio | 4 | 4 |
Conforto x 2 | 8 | 6 |
Consumo | 3 | 5 |
Desempenho | 4 | 3 |
Equipamentos x 2 | 10 | 7 |
Ergonomia | 5 | 5 |
Espaço x 2 | 8 | 5 |
Estabilidade | 3,5 | 4 |
Estilo | 4 | 5 |
Instrumentos | 4 | 2,5 |
Manutenção | 3 | 5 |
Motor | 5 | 3,5 |
Porta-malas x 2 | 8 | 4 |
Preço | 3 | 3,5 |
Seguro | 3 | 3 |
Suspensão | 4 | 2,5 |
Usabilidade | 4 | 3 |
Total: | 91,5 | 80 |