Depois de o Mercedes-Benz GLE passar por atualizações e o BMW X5 mudar de geração, chegou a vez de o Q7 evoluir para continuar competitivo na briga de SUVs grandes de luxo. O Audi recebeu atualizações no visual e na cabine, além de mudanças no motor. Do segmento, também fazem parte o Volvo XC90 e o Porsche Cayenne, entre outros.
O Audi Q7 2021 está disponível em duas versões. A de entrada custa R$ 414.990. A avaliada por UOL Carros foi a topo de linha, S Line, que tem preço sugerido de R$ 459.990. Ambas, como é praxe nos modelos da Audi, trazem um amplo pacote de itens opcionais.
Entre eles, há a grade frontal escurecida, que faz parte do pacote Black. Por R$ 18 mil, inclui também rodas exclusivas e outros detalhes externos. Já o kit S Line para a cabine custa R$ 40 mil. Entre seus equipamentos, há os bancos dianteiros superesportivos, com encosto e apoio de cabeça integrados.
O exemplar avaliado não estava com nenhum desses pacotes. Os bancos eram intermediários, do tipo esportivo – há ainda os confortáveis. Estes já vêm com preparação para receber as duas telas traseiras, que são acessórios. Os itens têm sistema operacional Android e funcionam independentes da central multimídia.
Para acessar conteúdos online, é preciso fazer conexão com a internet do smartphone, já que o carro não tem Wi-Fi a bordo no mercado brasileiro.
Será que o novo modelo que chegou ao Brasil faz frente aos rivais? É o que veremos na avaliação abaixo.
Pontos Positivos
- Ajustes do banco traseiro
- Cabine moderna e funcional
Pontos Negativos
- Ajustes manuais do volante
- Excesso de itens opcionais
Veredito
O Q7 precisava mesmo de um bom banho de loja. Além de ver seus rivais passando por renovação, o SUV topo de linha já estava defasado dentro da gama Audi. Agora, ele impressiona com uma cabine bem moderna. As três telas, além de funcionais, deixam o interior para lá de contemporâneo. Difícil competir com elas. Ainda é muito generoso com os passageiros, com sistema de ar-condicionado de quatro zonas e bancos sobre trilhos que deixam a vida dos cinco que podem ir atrás ainda mais cômoda que a do motorista.
A dianteira passa a vir com a grade octagonal que é comum a todos os modelos de nova geração da Audi. Entre os que já trazem essa solução estão o Q8, o A7 e o A6. No exemplar avaliado, tinham elementos cromados. Os faróis são antiofuscamento, ajustando o facho ao veículo que vem na direção oposta – na prática, dispensam o farol alto.
Atrás, as lanternas passam a ser interligadas, outra assinatura dos novos Audi. As saídas de ar duplas no para-choque são falsas. As de verdade, também duas, ficam escondidas abaixo do componente.
Os logotipos Q7 e quattro identificam o modelo e o tipo de tração usado por ele – 4×4 permanente. Lateralmente, a linha da coluna C é bem definida como a de um SUV, com um jeito mais quadrado. A inclinação típica dos SUVs cupês ficou para o Q8, o outro utilitário-esportivo grande da linha.
E por falar em tamanho, o Q7 tem 5,06 metros de comprimento e 1,74 metro de altura. Por dentro, as mudanças são mais evidentes que no exterior. O carro passa a vir com três telas na cabine.
Uma delas é a do painel de instrumentos, virtual e configurável. No centro, o monitor de cima é a central de comando do carro. Por meio dele, controla-se não só o sistema multimídia, mas quase todas as funções do SUV – de comodidade e segurança.
Um dos destaques fica por conta da câmera 360º, que mostra o Q7 em diversos ângulos em relação ao local em que ele está posicionado. O motorista pode ir usando os dedos para girar o SUV no ambiente. A terceira tela, na parte de baixo do painel central, reúne algumas funções. A principal é o comando do ar-condicionado.
O acabamento é de alta qualidade, com couro, Black Piano, alumínio, Alcântara e plástico emborrachado. Os bancos do exemplar avaliado estavam revestidos de couro e Alcântara com textura de escama. O volante é multifuncional. De um lado, há os controles para o painel virtual e do outro, para a central multimídia.
O exemplar avaliado estava equipado com sistema de som da Bose. Os entregues aos clientes passam a vir com o da Bang & Olufsen.
Os bancos da frente são confortáveis, trazem bom suporte lateral e ajustes elétricos com duas posições de memória. Encontrar a posição ideal de dirigir é fácil. Porém, há um ponto fraco para um carro que ultrapassa os R$ 400 mil: os ajustes do volante são manuais.
Há ampla quantidade de porta-copos e porta-objetos tanto nas portas quanto no console central. Por ali, no maior compartimento, está instalado um carregador de celular por indução (sem fio). Além disso, as entradas USB são do tipo convencional. Em outras marcas alemãs, elas costumam ser do tipo mini-USB, que exigem adaptadores. Ponto alto para o SUV de topo da Audi.
O Q7 tem porta-malas de 740 litros, que acomoda uma mala grande (32 litros), duas médias (23 litros), uma pequena (15 litros) e ainda sobra espaço para diversas mochilas.
Há uma terceira fileira de bancos retráteis, que são acionados eletricamente. Neste caso, a capacidade cai para 250 litros. Ainda dá para acomodar uma mala grande. Graças à suspensão adaptativa (opcional), é possível ajustar a altura do porta-malas do carro. A tampa, com abertura e fechamento elétricos, também tem um ajuste de altura.
Com os bancos da segunda fileira na posição normal, cabem apenas crianças nos dois da terceira. Porém, os intermediários rolam sobre trilhos, e os dois laterais têm ajuste do encosto. Com isso, amplia-se o espaço para quem vai na última fila.
Nesse caso, o espaço para os ocupantes da segunda fileira (são três bancos individuais) diminui, mas ainda assim é amplo. Isso porque estamos falando de um carro com quase três metros de entre-eixos.
Os passageiros da fila intermediária têm saídas de ar no centro e nas laterais com ajustes individuais de duas zonas, que somam-se às outras duas da dianteira – totalizando quatro áreas de temperatura na cabine.
Além das câmeras 360º e suspensão adaptativa, o Q7 tem outros importantes itens de tecnologia, sejam eles de série ou opcionais. O eixo traseiro direcional, extra de R$ 13 mil, esterça as rodas de trás e contribui para dois parâmetros muito importantes.
Com ele, o imenso SUV fica mais fácil de estacionar. Além disso, junto com a suspensão bem ajustada e adaptativa e a direção de respostas bem diretas, ajuda o motorista a manter o controle do carro 2.275 quilos em curvas.
A suspensão adaptativa pode ser ajustada separadamente, ou junto com os outros parâmetros dos modos de condução – que incluem esportivo, confortável, econômico e até off-road. São alterados também, conforme o padrão escolhido, as respostas do motor, da direção e do câmbio.
Com todo esse pacote, a carroceria inclina muito pouco em curvas, e não balança em alta velocidade, o que é uma ótima notícia para um SUV com altíssimo centro de gravidade.
O pacote de tecnologia inclui também sistema que permite alterar a iluminação da cabine em vários tons de vermelho, laranja, verde, azul e amarelo. O pacote com controlador de velocidade adaptativo é opcional, bem como o Pre Sense, recurso de segurança que “prepara” o carro quando percebe a possibilidade de uma colisão.
Com a atualização, o Q7 passa a vir de série com Park Assist. O sistema auxilia o motorista em manobras de estacionamento paralelas e perpendiculares, virando o volante. O condutor precisa apenas comandar os pedais, conforme orientação no painel.
O motor, como o anterior, é um 3.0 V6. Porém, está 7 cv mais potente, com 340 cv. Além disso, recebeu um sistema híbrido leve, com uma bateria de 48V que alimenta um pequeno propulsor elétrico.
Esse motor auxilia o a combustão, mas não é capaz de movimentar o carro sozinho. No entanto, faz uma função conhecida como “coasting”: é capaz de desativar o V6 em algumas situações, a velocidades constantes, para poupar combustível.
Com 51 mkgf a 1.370 rpm, rotação mais baixa que o antigo propulsor – que entregava o torque máximo a cerca de 3 mil rpm -, o V6 turbo deu mais agilidade ao Q7. Após uma leve engasgada no início da aceleração, o SUV embala bem e entrega excelente agilidade.
De acordo com informações da Audi, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos. A velocidade máxima é limitada eletronicamente a 250 km/h. O Q7 também se destaca pelo ótimo conforto ao rodar. Quem está na cabine mal sente impactos com valetas, lombadas e pisos imperfeitos.