Uma fonte da Toyota informou que o novo SUV médio da marca vai mesmo se chamar Corolla Cross. Havia intenção de criar um nome próprio, para diferenciar do sedã e ampliar o público, mas o martelo foi batido no Japão: o nome Corolla Cross terá que ser mantido. A estratégia, portanto, será a mesma utilizada na Tailândia, ou seja, oferecer o carro como se fosse mesmo um Corolla, porém com a versatilidade de um SUV e com um grande apelo na economia de combustível.
Funcionários da Toyota têm varado a noite na fábrica de Sorocaba (SP) para acelerar as informações que ainda precisam ser colhidas junto ao Japão, devido ao fuso horário. Lá é a matriz e decide tudo, embora o carro seja produzido na Tailândia, que também tem um grande fuso horário em relação ao Brasil. Muita coisa já se sabe sobre o Corolla Cross, mas existem várias que ainda não foram reveladas. Veja a seguir, item por item.
Quando o carro será lançado? Será no final de março ou no comecinho de abril. Porém, a segunda onda da pandemia pode atrasar a entrega de algumas peças fundamentais para a produção em série do carro. Nesse caso, atrasa um pouco ou prejudica o volume de produção no início.
Visual será o mesmo da Tailândia? Tradicionalmente, o Corolla sedã tem se diferenciado do design adotado por alguns países, por ser considerado muito exótico para o gosto do consumidor brasileiro. Porém, desde o lançamento do novo Hyundai HB20, parece estar havendo uma onda de padronização em todo o mundo, e com várias marcas. A grande polêmica é o design frontal. Algumas pessoas dentro da Toyota preferiam manter o visual do sedã, com a grade na parte debaixo, mas ele deve vir mesmo com a grade na parte frontal superior, para deixar bem claro que se trata de um SUV, e com o logotipo da Toyota colocado no centro da grade junto a dois pequenos filetes horizontais. Se houver alguma surpresa, será na parte frontal inferior, já que essa mudança não alteraria o design global do carro e não implicaria em maiores custos.
Vai ter versão híbrida? Sim. Isso está confirmado. Faz parte da estratégia global da Toyota (inclusive para o Brasil) apostar na eletrificação dos carros. O sistema será o mesmo do Corolla sedã, ou seja, motor 1.8 flex aspirado de 101 cv de potência e 142 Nm de torque, trabalhando em conjunto com dois motores elétricos dianteiros que somam 72 cv e 162 Nm. A potência combinada é de 123 cv. Esse conjunto também é usado pelo Corolla Cross na Tailândia, porém com 98 cv no motor 1.8 porque não tem o sistema flex.
Vai ser possível rodar somente no modo elétrico? Sim, porém quem vai decidir isso é o próprio carro e não o motorista. O Corolla Cross será um híbrido convencional, com bateria de apenas 1,3 kW de capacidade; portanto, não será um híbrido plug-in (de carregar na tomada). O próprio sistema do carro aciona o sistema híbrido (quando não há necessidade de potência) ou o motor a combustão (quando estiver acelerando com maior vigor).
Vai ter motor 1.5 e 2.0? Só o 2.0 Dynamic Force aspirado flex, que entrega 177 cv com etanol e 169 com gasolina. O câmbio é CVT de 10 marchas. A Toyota tem o motor 1.5 na prateleira, mas ele não é turbo e, portanto, entrega apenas 110 cv. É pouco para enfrentar o Jeep Compass (166 cv) e o Volkswagen Taos (150 cv). Embora o Corolla Cross 1.8 Hybrid tenha apenas 123 cv, traz uma proposta ecológica que compensa.
É verdade que ele fará 23 km/l na cidade? Sim, até um pouco mais. Como o carro contará com sistema de regeneração de energia, seu consumo urbano deve ser de 23,3 km/l de gasolina na cidade; com etanol será menos. O consumo é tão bom que o tanque de combustível terá apenas 36 litros. Porém (e este é um fato que incomoda a Toyota), o sistema de medição de consumo do Inmetro está desatualizado e não considera o ganho de consumo com o sistema de regeneração de energia. Assim, a Toyota não poderá divulgar oficialmente que o carro realmente tem essa autonomia na cidade. Não deixa de ser uma vergonha para o Inmetro e uma perda para a Toyota.
E quanto ao motor 1.8 flex de 144 cv? Na Tailândia, o Corolla Cross tem essa motorização com um câmbio CVT de 7 marchas. No Brasil, entretanto, a Toyota usou esse motor pela última vez no Corolla GLi. O motor foi abandonado por não ser eficiente. Se não serviu para o Corolla sedã, por que serviria para o Corolla Cross?
Vai versão de 7 lugares? Não! O Corolla Cross terá sempre cinco lugares. Sua distância entre-eixos, inclusive, será menor do que a do sedã (2,640 contra 2,700 m). Em compensação, o porta-malas será generoso, com 487 litros (contra 410 do Compass). É possível que o porta-malas seja menor na versão 2.0, pois o tanque de combustível terá que ser maior.
Corolla Cross vai bater de frente com o Compass? Não. A Toyota deixará essa missão para o Volkswagen Taos. A estratégia de posicionamento do carro será menos focada em tecnologia (caso do Taos) e em off-road (caso do Compass) para tentar conquistar um público urbano mais conservador, que procura um carro mais versátil do que o sedã, mas que aprecia a confiabilidade dos produtos da Toyota.
Quanto vai custar? Ainda faltam mais de três meses para o lançamento do carro, mas a ideia é fazer um produto bem mais acessível do que o RAV4 para que a Toyota finalmente entre no jogo dos SUVs. Por enquanto, é uma das poucas marcas que não têm um carro competitivo neste segmento. Não será barato. A Toyota trabalha em cima das versões do Jeep Compass, para oferecer conteúdo similar e poder cobrar um pouco mais. A preços de hoje, deve ter versões de R$ 135 mil (entrada), R$ 150 mil (intermediária) e R$ 170 mil (topo de linha) nas versões 2.0 e entre R$ 170 mil e R$ 180 mil na versão 1.8 Hybrid.
Estamos atentos às novidades sobre o Corolla Cross e publicaremos sempre que surgir algum fato novo, pois trata-se de um carro importante para o segmento. Não sabemos, por exemplo, qual será o volume de produção, ainda guardado a sete chaves pela Toyota.
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