A Dacia apresentou, no Porto, o Spring, o automóvel elétrico mais barato do mercado. Com uma vocação citadina e ar de SUV, pode ser comprado a partir dos 16.800 euros e quer democratizar os veículos elétricos.

O Spring tem dimensões exteriores contidas (3,73 metros de comprimento, 1,56 de largura com espelhos recolhidos e 1,51 de altura) mas um espaço interior capaz de transportar confortavelmente quatro pessoas (a sua lotação máxima).

Está dotado do equipamento básico de conforto, mas indispensável numa viatura moderna, como direção com assistência integralmente elétrica, ar condicionado manual, fecho centralizado, quatro vidros elétricos, sensor de luz e limitador de velocidade, ecrã digital de 3,5″ no centro do painel de instrumentos, sistema multimédia Media Nav, que inclui um ecrã tátil de 7″, navegação, rádio DAB, compatibilidade sem fios para Apple Carpal e Androide Auto, Bluetooth, ligação USB e saída Auxiliar ou os retrovisores elétricos, dependendo da versão escolhida, e diversos sistemas de segurança, incluindo a travagem automática, o Spring oferece o essencial, perfeitamente adequado ao preço base de 16.800 euros (ou 13.800 com o incentivo do Estado à aquisição de automóveis elétricos).

“Custa tanto como as baterias de um qualquer carro elétrico. Não queremos ser uma marca low-cost, mas sim dar o melhor valor ao dinheiro do cliente”, enfatizou José Pedro Neves, diretor-geral da Dacia-Portugal durante a apresentação do Spring, que decorreu no Museu do Carro Elétrico, no Porto.

Técnica

Com 33 kW (equivalentes a 44 cavalos) de potência, o motor é alimentado por uma bateria de iões de lítio com 27,4 kWh de capacidade que pode ser carregada numa tomada doméstica convencional de 220V ou numa tomada Green”Up, com o cabo Flexicharger; numa Wallbox de 7.4 kW, através de um cabo único ou num posto de carregamento rápido de 30 kW DC, com um cabo de carregamento integrado.

A Dacia, uma marca do Grupo Renault, refere que tempo de carregamento da bateria é de menos de uma hora para atingir 80% da carga, num terminal de 30 kW DC e menos de uma hora e meia para atingir os 100%. Usando uma Wallbox de 7.4 kW o Spring atinge os 100% de carga em menos de cinco horas, e em menos de oito horas e meia se for usada uma Wallbox de 3.7 kW. Numa tomada doméstica normal o pleno da bateria consegue-se em menos de 14 horas.

A Dacia anuncia uma autonomia máxima de 230 km no ciclo WLTP e 305 km no ciclo WLTP Cidade ( composto apenas pela parte urbana do ciclo WLTP), que pode ser aumentada até 9%, quando ativado o modo ECO, que limita a potência aos 23 kW e a velocidade máxima aos 100 km/h.

Na estrada

A ficha técnica do Spring não é das mais entusiasmantes e os 44 cavalos de potência e um binário máximo de 125 Nm faziam antever um primeiro contacto dinâmico, num percurso com cerca de 100 quilómetros que misturou cidade, estrada e auto-estrada, feito num ritmo lento.

Nada de mais errado. Os 44 cavalos lidam muito bem com os 970 quilos do Spring com que a marca quer revolucionar o mercado dos elétricos, e o binário instantâneo permitem acelerações vigorosas e até surpreendentes.

Nos semáforos do Porto muita gente ficou a pensar que carro era aquele que os deixou pregados ao chão, e nas sinuosas estradas nacionais que a Dacia escolheu para o teste, o Spring conseguiu acompanhar o ritmo do trânsito e mesmo, diga-se em abono da verdade, impor toadas mais fortes.

Claro que se trata de um citadino, com suspensões viradas para o conforto e uma direção quiçá demasiado assistida e algo vaga, impondo alguma habituação apenas, e quando, aumentamos o ritmo.

Na cidade o Spring está como peixe na água, com um diâmetro de viragem de 9,6 m, e uma agilidade notável, que agradecemos no regresso ao Porto, que coincidiu com a hora de ponta.

As pré-vendas do Spring, que abriram no início do mês, têm revelado um volume de encomendas que até à Dacia surpreenderam e, em Portugal a marca conta às 200 unidades até amanhã, sexta-feira.

As primeiras entregas a particulares deverão ser feitas em Setembro, mas já está disponível a Business, uma versão para o mercado de rent-a-car, frotas e empresas dedicadas ao car-share (partilha de automóvel).

No próximo ano chegará a versão comercial, de dois lugares. A na zona de carga terá um comprimento de 1,033 mm, com um volume total de 1 100 litros e uma capacidade de carga de 325 quilos.



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