A Toyota investirá R$ 1,7 bilhão em suas fábricas em Sorocaba e Porto Feliz, no estado de São Paulo, dentro do programa estadual Pró-Veículo Verde para produzir híbridos flex. A viabilização do projeto se dará com o uso de R$ 1 bilhão do Estado, o qual deve créditos do ICMS a exportações da fabricante japonesa para 22 países. O objetivo da companhia é lançar um novo modelo híbrido flex que substituirá o atual Yaris na versão Cross e, sendo diferente do homônimo europeu, utilizará a arquitetura simplificada DNGA originária da subsidiária Daihatsu. A participação de modelos híbridos deve passar de 1,9% para 6,9% na frota brasileira até 2032, segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética. Pelo contrário, a demanda de carros 100% elétricos não deve acompanhar esse crescimento. Por outro lado, o governo de São Paulo pretende reduzir ou até zerar o IPVA para modelos híbridos e elétricos a partir de 2024.

No 4º Encontro da Indústria de Autopeças em São Paulo Expo, o Sindipeças confirmou que o programa Renovar será implantado para renovar a frota brasileira de caminhões até junho próximo, além da possibilidade se criar incentivos para o carro verde de entrada. O representante da Clepa, associação similar ao Sindipeças na União Europeia, Benjamin Krieger, afirma que o prazo de 2035 imposto nos 27 países é rígido demais, e corre-se o risco de pessoas serem alijadas do mercado pelo preço alto dos carros elétricos. A BYD tem o tempo a seu favor para a construção de sua fábrica de automóveis híbridos e elétricos na Bahia, que tem um investimento de R$ 3 bilhões garantido. A concessionária Audi em Salvador inaugurou novas instalações, investindo R$ 6 milhões na redução do salão de vendas para dar lugar a atendimentos individualizados, espaços de convivência, recarga de elétricos, entrega técnica e oficina.

No geral, o investimento na produção de veículos híbridos flex, incentivos ao IPVA reduzido ou zerado, a criação de programas para a renovação da frota brasileira de caminhões e incentivos para carros verdes de entrada são pontos positivos para a indústria automobilística brasileira. Com incentivos restritos aos modelos elétricos, como é o caso do IPVA em São Paulo, não é de se surpreender que a participação de carros 100% elétricos permaneça abaixo do crescimento dos modelos híbridos. É importante para a indústria que o prazo para a transição total para modelos elétricos não seja rígido demais, pois o preço alto pode afastar consumidores com menor poder aquisitivo.

Fonte: Vendas de carros híbridos triplicarão em 10 anos no Brasil

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